Dietas da moda e altas taxas de colesterol em pauta no EndoRio

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Retirar o glúten da alimentação é um dos modismos que parece estar conquistando muita gente na tentativa de perder peso ou prevenir doenças. Porém, não existem evidências científicas inequívocas para tal prática. Em março foi divulgado um estudo da Universidade de Harvard mostrando que as dietas sem glúten podem aumentar as chances de desenvolver diabetes do tipo 2.

“A mensagem principal tem relação com a segurança das dietas da moda. Precisamos questionar se a retirada de um determinado tipo de nutriente é segura para a saúde a longo prazo”, explica a presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional RJ (Sbem-RJ), Flávia Conceição.

Uma conferência sobre as dietas da moda será um dos destaques da 8ª edição do EndoRio, congresso organizado pela Sbem-RJ nos dias 25 e 26 de agosto, no Hotel Hilton Copacabana, no Rio de Janeiro. Os endocrinologistas discutirão as novas descobertas, os benefícios e os riscos para a população. Além disso, haverá uma mesa redonda que vai falar sobre os novos caminhos para o tratamento da obesidade, inclusive a cirurgia bariátrica.

O novo consenso de dislipidemia (níveis elevados de gordura no sangue) da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em conjunto com as sociedades de Diabetes e de Cardiologia, será o tema de uma outra conferência no EndoRio.  Uma das preocupações dos endocrinologistas é intensificar junto à população a importância do controle do colesterol ruim (LDL).

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo mundo e a taxa do LDL é um dos responsáveis pelo processo de aterosclerose que leva ao aumento do risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral – AVC (derrame). As inscrições podem ser feitas até o dia do evento diretamente no site da instituição: www.sbemrj.org.br. Podem participar endocrinologistas e médicos de todas as entidades.

Risco maior de desenvolver diabetes

Ao analisar a pesquisa da Universidade de Harvard publicada em março, Flávia Conceição lembrou que o estudo recente que obteve destaque na mídia ainda não foi publicado. Ele foi apresentado no congresso da associação de cardiologia nos EUA. Os pesquisadores seguiram aproximadamente 200 mil pessoas por 30 anos e avaliaram o desenvolvimento de diabetes de acordo com a quantidade de glúten na dieta.

Segundo a presidente da Sbem-RJ, as pessoas responderam a um questionário sobre seus hábitos alimentares e os pesquisadores calculavam a quantidade de glúten presente nas dietas.  A pesquisa indicou que os 20% da população que comia mais glúten, quando comparado com o mesmo percentual da população que comia menos, tiveram risco 13% menor de desenvolver diabetes tipo 2. “Quem comia menos glúten comia também menos fibra derivada de grãos e isso pode ser um fator influenciando no risco de desenvolver diabetes”.

Por outro lado, pessoas com intolerância ao glúten, que e encontrado em cevada, no trigo e no centeio, apresentam uma espécie de autoagressão ao intestino. Os sintomas são diarreia, dor abdominal, dificuldade para crescer nas crianças e alteração de absorção de alguns nutrientes. “ Nesse caso, essas pessoas não podem comer glúten de jeito nenhum. E a questão não é reduzir, mas sim tirar completamente da dieta”, explica. A endocrinologista acrescenta que para praticarmos uma alimentação saudável não é necessário tirar nenhum nutriente especifico da dieta, mas sim comer carboidratos de qualidade, como as frutas, ao invés de comer o refinado, como é o caso do açúcar.

Pesquisa mostra que dietas da moda causam efeito rebote

Uma pesquisa da Universidade de Cambridge reforçou algo já falado por muitos médicos, que a dieta para emagrecer rápido pode fazer com que o corpo estoque ainda mais gordura. Ou seja, em um primeiro momento é até possível perder peso, mas isso não será feito de maneira saudável e, a longo prazo, você pode ter dificuldade para perder aquelas gordurinhas.

Os pesquisadores fizeram testes em ratos e estudaram a região do hipotálamo, onde é controlada as sensações de saciedade e a vontade de comer. Em laboratórios, eles usaram um mecanismo que ligava e desligava parte desses neurônios. Depois, acompanharam a temperatura dos animais, um indicativo que quanta energia estava sendo gasta. Com isso, descobriram que esses “neurônios inteligentes” mandavam sinais para o corpo de quando era o momento de comer e também quando o organismo deveria economizar e estocar energia. O estudo sugere que esse grupo de neurônios coordena apetite e energia que pode ser gasta. Se há oferta de comida, ele nos faz comer mais. Se o alimento começa a faltar, ele faz o corpo entrar em modo de reserva e faz com que a gordura seja estocada.

“Qualquer dieta restritiva é difícil de ser seguida por longo prazo, além de ser nutricionalmente inadequada por privar o organismo de determinados componentes importantes, após a suspensão de uma dieta restritiva o indivíduo normalmente volta a ganhar peso, tornando o processo de dieta num perde e ganha interminável. Conhecemos leigamente esse processo de entrada e saída de dietas restritivas como efeito sanfona”, conta Pedro Assed, Pesquisador do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares -GOTA-PUC-Rio-IEDE.

Da Redação, com assessorias

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