Entenda o câncer de bexiga, a doença de Picciani

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Mesmo com diagnóstico de um câncer agressivo, Picciani não pretende se licenciar da presidência da Alerj (Agência O Dia)
Mesmo com diagnóstico de um câncer agressivo, Picciani não pretende se licenciar da presidência da Alerj (Agência O Dia)

Há duas semanas, o deputado estadual Jorge Picciani (PDMB) passou por cirurgia para retirada de dois tumores na bexiga. No entanto, os médicos relataram a necessidade de ele passar por nova cirurgia, após o setor de patologia analisar os tumores retirados e constatar um câncer agressivo. Apesar do diagnóstico e do tratamento quimioterápico a que terá que se submeter durante os próximos quatro meses, o deputado anunciou que não pretende se licenciar do cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

O parlamentar pretende presidir, pelo menos, as sessões que acontecerão às terças-feiras. Mas reconhece que a sua permanência depende dos efeitos do tratamento. “Eu só vou me licenciar formalmente se a quimioterapia me impedir de continuar atuando”, garantiu.  De acordo com a assessoria da Casa, o parlamentar retorna às atividades no dia 8 de maio para presidir as pautas mais importantes, dentre elas, as contrapartidas do Plano de Recuperação Fiscal do estado, que enfrenta uma grave crise econômica.

O Blog Vida  & Ação ouviu o oncologista Frederico Müller, da Oncoclínica RJ, a respeito do câncer de bexiga, que é mais comum do que se pensa. Segundo ele, este tipo de tumor acometeu 9.670 brasileiros em 2016, segundo estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer). O tabagismo, explica, é o principal fator de risco, além da exposição ocupacional, irritação crônica da bexiga, infecção urinária de repetição, entre outros. Confira a entrevista:

1 . O tipo de câncer diagnosticado em Picciani tem algum diferencial em relação aos outros cânceres quando falamos em tratamento?

– O câncer de bexiga pode ser superficial (se limita ao tecido de revestimento da bexiga) ou invasivo (quando há invasão da camada muscular da bexiga). Este último tem risco maior de disseminar-se para os gânglios linfáticos ou outros órgãos (metástases). Quando o câncer de bexiga é superficial, pode ser empregado um tratamento local, como a ressecção transuretral (quando o Urologista faz a remoção do tumor durante um procedimento chamado cistoscopia). Após a ressecção e posterior análise de um especialista, será definida a indicação ou não de algum tratamento complementar.

No caso do câncer de bexiga invasivo, o tratamento vai depender de alguns fatores: idade do paciente, estado geral, doenças associadas, acometimento de gânglios linfáticos entre outros. Geralmente, as modalidades de tratamento neste contexto são: quimioterapia seguida de cistectomia radical (retirada de toda bexiga), cistectomia radical isolada ou seguida de quimioterapia, cistectomia parcial (retirada de parte da bexiga) ou radioterapia.

 2.       Quais os principais fatores de risco para o surgimento da doença?

– O câncer de bexiga é a neoplasia maligna mais comum do sistema urinário. No Brasil, foram diagnosticados 9.670 novos casos em 2016, segundo estimativa do INCA. Os principais fatores de risco para desenvolvimento do câncer de bexiga são o tabagismo (principal fator de risco), exposição ocupacional (exposição a benzeno e hidrocarboneto poliaromático), irritação crônica da bexiga, infecção urinária de repetição entre outros.

3.       Quais os principais sintomas do câncer de bexiga?

– Os principais sintomas são: presença de sangue na urina, dor durante o ato de urinar, urinar com frequência maior que o habitual ou urgência para urinar, mesmo quando a bexiga não está cheia.

4.       A imunoterapia é uma boa opção?

A imunoterapia consiste na tentativa de estimular o sistema imunológico (células de defesa) do próprio organismo a combater o câncer. Pode ser empregada de forma local (terapia intravesical) ou sistêmica. A terapia intravesical (aplicada diretamente na bexiga por meio de um cateter) pode ser indicada (após avaliação de um especialista) como forma complementar à ressecção transuretral, com o intuito de reduzir as chances do câncer recidivar. O mais utilizado nesse contexto é o BCG (bacilo de Calmette-Guérin).  A imunoterapia sistêmica fica reservada a alguns casos específicos de câncer de bexiga em fase avançada.

5.       Qual o conselho para evitar esse tipo de câncer?

O conselho mais importante para evitar esse tipo de câncer é parar de fumar, visto que o tabagismo é responsável por aproximadamente metade dos casos de câncer de bexiga, tanto em homens como em mulheres.

Fonte: Oncoclínica e Alerj

 

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