‘Fumar era ruim para minha saúde e para meu trabalho’

Operário da indústria automotiva conta como conseguiu deixar o cigarro, com apoio da mulher. Conheça também o programa antitabagista do município do Rio

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“Depois de um tempo fumando, percebi que era algo muito ruim não apenas para a saúde, mas para o meu trabalho. Felizmente, convenci minha esposa a participar do programa na empresa – o que foi maravilhoso, pois ela também parou de fumar. Agradeço o apoio que recebemos. Agora, a minha filha até me abraça mais, tenho muito orgulho por ter conseguido parar”, conta Robson Marinho, operador de produção numa fábrica de componentes automotivos há 21 anos.

Robson é um dos 150 funcionários da empresa que fumavam, dentre todos os 2.500 colaboradores das unidades Campo Limpo Paulista (SP) e Santa Luzia (MG) da Forged Technologies da thyssenkrupp. A indústria transformou duas de suas fábricas em ambientes livres do tabaco desde 2018 com uma ampla iniciativa antitabagismo: o programa PARE. Dos cerca de 150 colaboradores fumantes, 70 deles junto com seus familiares já atingiram o objetivo de parar de fumar. Os demais continuam contando com o apoio da empresa.

Cada pessoa foi incentivada a definir o seu Dia D, em que pararia de fumar em definitivo. Com a data em mente, começaram a participar das sessões de terapia. Aqueles que atingiam 30 dias sem fumar recebiam um certificado de reconhecimento. Os benefícios se estenderam às famílias dos colaboradores, já que alguns familiares também eram fumantes. Com ajuda e exemplo, todos puderam parar juntos.

O programa seguiu com o apoio da empresa a diversos colaboradores e terceirizados, por meio de suporte psicológico e médico e custeamento parcial de medicamentos e adesivos de nicotina para tratar o vício em cigarro de todos que quisessem parar de fumar. O primeiro ponto de partida foi promover uma palestra informativa com médicos cardiologistas das regiões engajados no antitabagismo, a fim de encorajar as pessoas a participarem do programa. A adesão foi de 77% dos fumantes.

Programa já ajudou 84 mil cariocas a abandonarem o vício

Cerca de 84 mil pessoas já deixaram de fumar, entre os anos de 2011 até 2019, seguindo o tratamento oferecido pelo Programa de Controle do Tabagismo da a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Esse número representa que 53,87% dos cariocas que participaram, de pelo menos, quatro sessões do tratamento, acompanhados por profissionais de saúde, abandonaram o cigarro.

As medidas adotadas fortalecem o compromisso da Prefeitura do Rio com a Parceria por Cidades Saudáveis da Bloomberg Philanthropies, Organização Mundial de Saúde e Vital Strategies – uma rede global de cidades comprometidas com a redução de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), que são responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil.

O Rio de Janeiro é uma das 70 cidades participantes desta iniciativa, que contempla mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Este ano, a prefeitura, por meio da SMS, renovou a sua participação nessa parceria, contando também com o apoio da organização não-governamental ACT Promoção da Saúde.

Durante a pandemia do novo coronavírus o Programa de Controle do Tabagismo da SMS adotou estratégias de atuação para o período de distanciamento físico que incluem: produção e divulgação de materiais que informem a população sobre os riscos da relação tabagismo e Covid-19; monitoramento dos pacientes fumantes com síndrome gripal e garantia de medicação durante o período de afastamento social para os tabagistas que estão em tratamento para deixar de fumar.

O programa traz um alerta sobre o uso compartilhado de narguilé, cigarros comuns ou eletrônicos entre pessoas infectadas pelo novo coronavírus (assintomáticas ou com poucos sintomas), o que pode representar um risco muito grande de disseminação da doença. Existe a preocupação ainda com os fumantes passivos (pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes), expostos à fumaça produzida pelos cigarros, o que também aumenta o risco de doenças respiratórias.

Como o momento atual tem estimulado mudanças e adaptações na rotina de todos, incluir o abandono do cigarro na lista de prioridades faz parte do objetivo da SMS, já que tabagistas têm seu sistema respiratório prejudicado pelo fumo”, afirma a técnica do programa de Combate ao Tabagismo da SMS, Ana Helena Rissin. 

Fumantes não lavam as mãos após cigarro

O tabagismo também é considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem papel de destaque no agravamento do paciente infectado pelo Covid-19. De acordo com a coordenadoria da Área Técnica de Prevenção e Controle do Tabagismo, ligada à Secretaria Municipal de Saúde de Macaé, os tabagistas também correm mais risco de contágio pois, muitas vezes, fumam na rua onde não é possível a lavagem das mãos.

Além disso, o uso de álcool gel não é indicado pelo risco de acidentes, como queimaduras. O isolamento é de extrema importância, já que pelas complicações pulmonares os fumantes também estão mais sujeitos a fazerem a forma grave da Covid-19.

A coordenadoria também explica que o ideal seria se o tabagista pudesse parar de fumar nesse momento, porém, não sendo possível, o recomendado é a redução de cigarros fumados por dia. É importante ressaltar que estando em isolamento, em casa, o tabagista nunca deve fumar junto aos familiares.

A rede municipal de saúde possui equipe especializada com multiprofissionais que realizam atendimento de usuários individuais ou grupos. A proposta é reduzir os malefícios causados pelo tabagismo. Seguindo as medidas de respeito ao isolamento/distanciamento, a unidade não está realizando atendimento presencial e nem casos novos. Pacientes que já haviam iniciado tratamento estão tendo acompanhamento por telefone.

Com Assessorias
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