Janeiro Verde: campanha de prevenção do câncer de colo de útero

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Além do Janeiro Branco, este é o mês de conscientização do câncer de colo de útero, com a campanha Janeiro Verde. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), este é o terceiro tumor mais frequente na população feminina,  excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Em 2016, registraram-se 16.340 casos novos de câncer de colo de útero, uma relação de aproximadamente 16 casos a cada 100 mil mulheres.  A doença é silenciosa e, por isso, em cerca de 35% dos casos acaba levando à morte.

 Também chamado de cervical, é causado pela infecção pelo papilomavírus humano (HPV).  Mais comum tipo de infecção sexualmente trasmissível em todo o mundo, o vírus HPV atinge de forma massiva a população feminina. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% dessas brasileiras irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos, uma taxa que preocupa os especialistas.

“Atualmente possuímos uma alta incidência deste tipo de câncer no Brasil, sendo ele hoje considerado a quarta maior causa de morte entre as mulheres. Quando tomamos conhecimento do agente causador da doença, os dados são ainda mais alarmantes, pois 90% das mulheres acometidas com câncer de colo do útero têm o vírus HPV”, revela Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas.

Segundo o médico, esse tipo de infecção genital é muito frequente, o que pode ocasionar alterações celulares no corpo da mulher, evoluindo para um tumor maligno. “A neoplasia é considerada um problema de saúde pública e o Ministério da Saúde desempenha um importante papel no controle dentro de seu Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, o que inclui a vacinação contra o HPV”, complementa.

Sintomas

Em relação aos sinais e sintomas mais comuns, devemos ressaltar que eles são inespecíficos ou já podem indicar doença em estágios mais avançados. “Destacam-se: hemorragia vaginal, corrimento ou secreção atípica vaginal, dor vaginal, dor e/ou hemorragia após relação sexual e dor na região pélvica”, explica o médico. O câncer de colo do útero tem altíssimas chances de ser prevenido ou de ser tratado precocemente e de maneira curativa.

Como prevenir

A prevenção está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, com a vacina e o uso de preservativos, além de fatores de risco como tabagismo e uso prologado de pílulas anticoncepcionais. “A prevenção primária está diretamente relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, ou seja, para impedir o desenvolvimento do vírus é importante o uso da camisinha durante a relação sexual, além da vacina contra o vírus, que também é considerado um método efetivo de prevenção contra o câncer de colo do útero e outras infecções. A vacina é recomendada geralmente para mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual”, afirma Dr. Daniel.

Como diagnosticar

Em complemento à prevenção primária, o médico destaca os exames periódicos para detecção da doença. “Quando diagnosticado precocemente é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade por este câncer. Falar de diagnóstico precoce é sempre importante, pois considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com sintomas silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a condição ainda na fase inicial. O não diagnóstico precoce dificulta a eficácia do tratamento, por isso sempre aconselho as mulheres a realizarem os exames como o Papanicolau periodicamente”, explica Dr. Daniel.

Casos no Brasil e mundo

Este tipo de câncer é o mais incidente na Região Norte (23,97/100 mil). Nas Regiões Centro-Oeste (20,72/100 mil) e Nordeste (19,49/100 mil), ele ocupa a segunda posição e na Região Sudeste (11,30/100 mil), a terceira. Portanto, podemos afirmar que o câncer de colo uterino é um importante problema de saúde pública. No último levantamento mundial (2012) estimaram-se 527 mil casos novos, sendo 70% dos casos diagnosticados em regiões menos desenvolvidas e 265 mil óbitos.

Prevenção

“É fundamental destacar que mesmo mulheres vacinadas devem realizar o exame preventivo. Outros fatores de risco são: imunossupressão (infecção pelo HIV, por exemplo), atividade sexual precoce e com múltiplos parceiros, multiparidade, uso prolongado de anticoncepcionais orais e o tabagismo. Dentre os fatores de proteção tem-se que mencionar os métodos de barreira como as camisinhas”, afirma o especialista do Grupo CON, Bruno França.

Vacina

A infecção por HPV é uma doença sexualmente transmissível (DST), sendo o HPV16 e o HPV18 os subtipos mais vinculados ao câncer de colo uterino. A vacina contra o HPV é uma das ferramentas para a prevenção ao câncer do colo do útero e, no Brasil, o Ministério da Saúde implantou a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. Essa vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

Medicina Nuclear no tratamento

A Medicina Nuclear atua na detecção e auxilia o tratamento da doença, uma vez que identifica a localização exata do tumor, o que permite determinar o melhor procedimento, seja quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. O exame utilizado para o diagnóstico do câncer de colo de útero é o PET/CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons e Tomografia Computadorizada).

De acordo com o médico nuclear e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Barberio Coura Filho – responsável clínico da Dimen SP (www.dimen.com.br), o PET/CT acompanha o funcionamento do corpo e das células e permite determinar se o câncer se disseminou para os linfonodos. Raramente é usado para pacientes com câncer do colo de útero em estágio inicial, mas pode ser usado para diagnosticar doença mais avançada.

Uma análise do corpo inteiro é realizada com alta precisão graças ao equipamento PET/CT, tecnologia de diagnóstico por imagem mais sensível, que, com a administração de glicose por via venosa, possibilita a análise bioquímica do corpo, identificando células cancerígenas, muitas vezes, antes da manifestação visível e antes que ocorra a metástase.

Ainda pouco conhecida pelos brasileiros, a especialidade analisa a anatomia dos órgãos e também seu funcionamento em tempo real, permitindo diagnósticos e tratamentos mais precoces e precisos. A prática atua na detecção de alterações das funções do organismo acometidos por cânceres, doenças do coração e problemas neurológicos, entre outros.

A medicina nuclear conta com exames de alta tecnologia, como o PET/CT, que é capaz de realizar um mapeamento metabólico do corpo e captar imagens anatômicas de altíssima resolução, com reconstrução tridimensional, localizando com exatidão nódulos, lesões tumorais e inúmeras outras condições clínicas. O SPECT/CT é a tecnologia de diagnóstico mais rápida, precisa e com menos radiação, que permite melhor localização anatômica dos achados de cintilografia, permitindo um procedimento mais preciso e menos invasivo.

Fonte: CPO, CON e Dimen, com Redação

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