Outubro Rosa: lenços e fotos para resgatar a autoestima

Vamos Viver terá mostra fotográfica no Shopping Downtown. Em Porto Alegre, pacientes de hospital recebem lenços criados durante oficina de estamparia

Após ter câncer, Raíza Lima teve ideia de uma exposição que resgatasse a autoestima das pacientes (Foto: Divulgação)
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Após ter câncer, Raíza Lima teve ideia de uma exposição que resgatasse a autoestima das pacientes (Foto: Divulgação)
Após ter câncer, Raíza Lima teve ideia de uma exposição que resgatasse a autoestima das pacientes (Foto: Divulgação)

Exposição de fotografias, oficina de lenços, produção de perucas, micropigmentação ou mesmo tatuagem dos seios. Estas são algumas das atividades realizadas durante o Outubro Rosa que ajudam a resgatar a autoestima da mulher com câncer e que podem se estender pelo ano inteiro. No Rio de Janeiro, a agenda do mês dedicado à conscientização sobre a doença termina nesta terça-feira, dia 31, às 18h, no Shopping Dowtown, na Barra da Tijuca, com o evento Vamos Viver, realizado pela Febracis Rio de Janeiro (Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico).

Após descobrir o câncer, Raíza Lima resolveu mostrar, por meio de fotos, que as mulheres que passam por isso podem manter a autoestima e que é possível ter uma vida ativa mesmo fazendo um tratamento tão forte. Ela e a irmã Rayane Lima organizaram o Vamos Viver, evento que contará com uma exposição de fotografias e palestra em apoio ao movimento Outubro Rosa, de combate e prevenção ao câncer de mama.

O projeto é realizado por meio de fotografias de Michele Garcia, onde as mulheres que tiveram/têm câncer irão mostrar suas cicatrizes e destacar que, mesmo após tudo isso acontecer, elas continuam lindas e buscando ser saudáveis em todos os aspectos da vida.

“Ao ver mulheres novas que passaram por isso, senti uma necessidade muito grande de mostrar para as pessoas que não iríamos morrer de câncer. O objetivo é conscientizar sobre a doença, mostrar que é melhor prevenir do que remediar”, afirma Raíza, que é aluna da Febracis.  Durante o processo, a autoestima de Raíza ficou muito abalada, já que ela perdeu os cabelos e as sobrancelhas, fora as reações da própria quimioterapia.

“Isso tudo mexeu demais com o meu psicológico. Fazer as fotografias foi mais uma forma de superação. E por que não dar essa oportunidade para outras mulheres também?”, conta Raíza. Além da exposição, o evento terá palestra com a ginecologista Mariana Ferreira, vídeos de mulheres que enfrentaram a doença e espaço para depoimentos do público. Entre os temas abordados estarão os tipos mais comuns do câncer, a autoestima a fertilidade da mulher e a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

Com matriz em Fortaleza, representações em todas as capitais do Brasil e parcerias nos EUA, em Boston e Tampa, a Febracis foi criada por Paulo Vieira, master coach e PhD em coaching pela Florida Cristhian University (FCU), e já impactou mais de 300 mil pessoas ao longo de sua trajetória.

 

Doação de lenços para pacientes gaúchas

Com câncer de mama, Maria de Lurdes Schwert, 52 anos, recebeu o lenço que estampou da professora de Design de Moda da UniRitter Tatiana Laschuk (Foto: UniRitter, Divulgação)
Com câncer de mama, Maria de Lurdes Schwert, 52 anos, recebeu o lenço que estampou da professora de Design de Moda da UniRitter Tatiana Laschuk (Foto: UniRitter, Divulgação)

Em Porto Alegre (RS), a agenda do Outubro Rosa também foi intensa. Mulheres que fazem tratamento contra o câncer no Hospital Santa Rita receberam lenços com desenhos que criaram durante uma oficina de estamparia. O primeiro acessório foi entregue a uma paciente na tarde da última sexta-feira (27), no Centro de Tratamento Quimioterápico do local. Proposta pelo curso de Design de Moda da UniRitter, a atividade tem o objetivo de fortalecer a autoestima das pacientes.

Enfrentando um câncer de mama desde fevereiro, Maria de Lurdes Schwert, de 52 anos, foi a primeira a receber o lenço. Por causa da medicação na mão, que impedia alguns movimentos, ela pintou flores rosas com ajuda da filha e da neta para estampar um tecido azul marinho. “Me senti valorizada, porque agora eu tenho o meu lenço. O projeto fez diferença na minha vida”, afirmou a paciente, emocionada.

As estampas foram criadas durante uma oficina no hospital, no dia 13 de outubro. “A atividade animou as pacientes que estavam realizando o tratamento. Mesmo com a dificuldade de movimentar a mão por causa do cateter, elas foram colorindo como queriam as estampas”, conta a professora Tatiana Laschuk.

Os desenhos foram digitalizados e impressos nos tecidos dos lenços, o que fez deles peças exclusivas, criadas pelas próprias donas. “Foram as pacientes também que escolheram a cor dos tecidos, onde também imprimimos o nome delas”, completa a acadêmica Letícia Sanches. Responsável pela digitalização das estampas, a aluna ainda contou que priorizou efeitos que se assemelhassem ao traço do lápis de cor, para deixar os desenhos o mais realista possível.

Moradoras de outras cidades no Estado, cinco mulheres que participaram da oficina ainda receberão os lenços, conforme a disponibilidade de vir a Porto Alegre. É o caso de Marlene Baches, 66 anos, que reside em Gravataí. “Achei muito boa a oficina, porque saímos da rotina do hospital”, comentou a paciente, que luta contra um câncer de mama desde maio. Ela pintou flores coloridas e escolheu azul para a cor de fundo do lenço.

A ação faz parte da programação do Outubro Rosa da UniRitter, que integra o Laureate Global Days of Service 2017, programa que reúne as instituições de ensino da Laureate International Universities na promoção de ações sociais voltadas para as comunidades em que estão inseridas.

Dermopigmentadora reconstitui aréola da mama

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Rose Ribeiro é visagista e master especialista na técnica de dermopigmentação há 15 anos e é apaixonada por fazer o bem. Além da dermopigmentação de sobrancelhas, olhos e boca, Rose  realiza um trabalho voluntário de reconstrução de aréola para mulheres que tiveram câncer e não possuem condições financeiras para arcar com o procedimento. “Atendo quantas mulheres carentes me procurarem. Quero ajudá-las a recuperar, pelo menos um pouco, a autoestima”, comenta a dermopigmentadora.

Possui um estúdio de atendimento em João Pessoa e no Rio de Janeiro, além de atender em diversas outras cidades do Brasil como Maceió e Foz do Iguaçu, onde a designer é mais procurada. Seu carro chefe é a dermopigmentação em sobrancelhas, mas também aplica a técnica nos olhos, boca e no aumento e acerto das aréolas.

Rose acredita que a palavra chave na hora da aplicação do pigmento deva ser o domínio, para que o resultado final saia de forma esperado pela cliente e principalmente, natural. Acrescenta que a dermopigmentação é uma pintura que pode ser mais superficial, por exemplo, para quem já tem lábios carnudos, mas deseja uma boca mais corada, criando assim uma leve coloração na borda. E compara o trabalho de dermopigmentação ao de uma tatuagem, que deve ser feita nas mãos de um artista, por se tratar de uma técnica importante, sendo um procedimento invasivo.

Rose realiza trabalho voluntário de reconstrução de aréola para mulheres que não possuem condição financeira para arcar com o procedimento. Ela cobra apenas o material utilizado. O procedimento é bem parecido com uma tatuagem, e é importante voltar em dois anos após para manutenção.

A técnica utilizada por Rose reconstitui os lábios inteiros da mama feminina, conforme a escolha da paciente, com pouca intensidade (efeito boca saudável) ou muita intensidade (efeito batom). Por ser um procedimento pouco divulgado, Rose quer promover este trabalho que não é realizado apenas no mês do Outubro Rosa. “Faço durante o ano todo, mas infelizmente a maioria das mulheres não conhece a técnica e nem o resultado”, finaliza.

Famosos mirins doam cabelo e lenços

Atores mirins participam de ação para doação de cabelos durante Outubro Rosa no Rio (Foto: Divulgação)
Atores mirins participam de ação para doação de cabelos durante Outubro Rosa no Rio (Foto: EDivulgação)

É de pequeno que se desenvolve a empatia e a solidariedade. Atores mirins participaram, no Rio de Janeiro, de uma ação criada pela empresa Lauline Professional Stylist em homenagem ao Outubro Rosa. As arrecadações serão doadas para a instituição Onco imagem Brasil, que transformará cada fio em lindas perucas.

Quem doou suas madeixas foi a atriz mirim e também autora de sambas-enredo Beatriz Stadler, que aos 9 anos de idade mostrou muita maturidade ao passar o seu recado: “Você só vai cortar o cabelo e ele vai crescer novamente”. O ator mirim de ‘Os Dias Eram Assim’ Allexandre Colman acompanhou a sua irmã Allana que, estimulada por vídeos do YouTube mostrando crianças recebendo doações de perucas, cortou o seu longo cabelo pela primeira vez. “Eu quis cortar meu cabelo porque queria fazer as outras crianças que precisam felizes”, disse ela.

Outros famosos mirins como a pequena Julia Chinue, sósia mirim da atriz Sheron Menezes, e os digitais influencers Giovanna Marques, Luana Melo e Ygor Concas também estiveram presentes. O evento reuniu cerca de 200 profissionais da saúde dos fios  no Hotel Mercure, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Na ocasião, foram apresentados novos produtos da marca Lauline e futuras tendências,  além de um ciclo de palestras sobre os cuidados com os cabelos.

Quem quiser fazer doação de cabelos, mas não conseguiu ir ao evento pode entrar em contato com as redes sociais da Lauline Professional (Facebook ou Instagram) e aguardar o retorno. A partir deste contato ocorrerá o direcionamento dos cabelos doados para o banco de perucas.

Da Redação, com assessorias

 

 

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