Câncer de mama masculino: como médico mastologista enfrentou a doença

Ricardo Chagas, de 69 anos, se tornou paciente da própria doença que trata: “Enfrentei a doença como um ser humano comum que somos

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Acostumado a lidar todos os dias com o câncer de mama, o mastologista Ricardo Chagas, de 69 anos, de repente, se viu na condição de um paciente da própria doença. “Apesar de ser médico mastologista, enfrentei a doença como um ser humano comum que somos.  O momento mais difícil foi quando senti que havia grande possibilidade de estar com câncer”, contou o médico que, em 121 dias, após o diagnóstico, já havia encerrado o tratamento.

Para enfrentar a doença, ele contou com a ajuda da filha, a oncologista Sabrina Rossi Perez Chagas, de 37 anos. “Ter o apoio da minha filha foi muito importante. Ela é uma dádiva de Deus, tem um carinho muito especial e, além disso, sempre fomos companheiros”, relata Chagas. A história de superação do médico é contada pela própria Sabrina, no livro ‘Como Estamos? O desafio do câncer de mama’, que será lançado dia 22 de novembro, na Livraria Travessa de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

A especialista da Oncoclínica narra em detalhes a descoberta, o tratamento e a busca pela cura do câncer de mama de seu pai, falando abertamente sobre tudo o que a doença envolve: sofrimento, dor, medo, fé, família, união e o amor. E destaca também como ter passado por esse processo a mudou como médica, como ser humano e transformou positivamente toda a sua percepção de vida. Assim como mudou também a percepção humana e profissional de seu pai.

Escrito em forma de diário, o livro traz a história de uma especialista que viveu o câncer sob o outro ângulo e conta como este momento pessoal contribuiu para humanizar ainda mais sua prática clínica. A obra traz impressões técnicas dos médicos que assistiram seu pai e do acervo de conversas no WhatsApp com o próprio. A partir daí, Sabrina constrói uma rede de experiências que agora compartilha com outros colegas que lidam diariamente com os desafios do tratamento do câncer com pacientes e seus familiares, fragilizados emocionalmente pela doença.

Hoje, o  mastologista está bem, curado, mas acompanhando periodicamente a doença via exames e clínica médica. “Meu recado para outras pessoas que estão passando por esse momento é: Imagine que você tem uma doença crônica ( como diabetes, hipertensão ou uma doença cardíaca) e dedique-se ao tratamento. Acredito que podemos ajudar ao nosso destino”, conclui o médico, que já foi presidente das Sociedades Brasileira e do Rio de Janeiro de Mastologia.

Câncer  de mama masculino: como diagnosticar

A publicação também serve de alerta para um problema pouco comum entre os homens. Segundo dados do Inca, a incidência de câncer de mama masculino é rara (apenas 1%), mas precisa ser melhor divulgado de modo a evitar o surgimento de novos casos e fomentar o conhecimento para o diagnóstico precoce.

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil e no mundo, correspondendo a 25% dos novos casos da doença por ano no universo feminino. No caso dos homens, por ser pouco comum, costuma ter diagnóstico tardio pelo desconhecimento da possibilidade da doença em pacientes masculinos e a consequente falta de atenção aos sintomas.

O sinal mais comum do câncer de mama no homem é o mesmo que na mulher: um nódulo endurecido na região mamária ou na axila que pode ou não atingir a pele e provocar uma ferida. Assim como nas mulheres, não há causas comprovadas da doença em homens, mas sabe-se que fatores hereditários podem contribuir para seu desenvolvimento. O tratamento é feito com a cirurgia de retirada do nódulo, seguida ou não por quimioterapia, hormonoterapia ou radioterapia.

“O alerta para câncer de mama em homens é importante tanto para o universo masculino quanto para suas companheiras e familiares, que devem saber da existência desse raro tipo de câncer, conhecer os sintomas e ajudar em uma possível identificação prematura”, conta a Dra. Sabrina Chagas.

Com residência em clínica médica pelo Hospital Central da Aeronáutica e em Oncologia Clínica pelo Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ, Sabrina já atuou na equipe do Hospital Pedro Ernesto/ Uerj e atualmente integra o quadro de médicos do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico e do Centro de Excelência Oncológica. O projeto foi viabilizado pelo grupo francês Pierre Fabre.

 Fonte: Oncoclínica   

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