Por dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. São mais de 800 mil em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ou seja, uma morte a cada 40 segundos. Os dados são alarmantes: pesquisa mostra que 17% dos brasileiros já pensaram ao menos uma vez em tirar a própria via, 5% planejaram, 3% tentaram e 1% foram atendidos em pronto socorro.
De acordo com especialistas, o motivo que leva uma pessoa a este ato de mais completo desespero pode envolver fatores socioculturais, genéticos e ambientais, mas o mais forte fator de risco para a ação é um transtorno mental. Muitos casos podem ter origem na depressão, bipolaridade e transtornos decorrentes de dependência alcoólica e outras drogas psicoativas, além de problemas de personalidade, esquizofrenia e crises de ansiedade.
Levantamento da World Psychiatry, em 96,8% dos casos de suicídio caberia um diagnóstico de transtorno mental à época do ato fatal. “Isso não significa que todo suicídio está relacionado a uma doença mental, nem que toda pessoa acometida por uma doença desta natureza vá se suicidar, mas não podemos fugir da constatação de que o transtorno mental é um importante fator de risco para o suicídio”, afirma o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Para lembrar o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro), o O Cristo Redentor vai se vestir de amarelo às 19h30. Organizada pela ABP, a campanha Setembro Amarelo pretende desmistificar o tema e mostrar à população que o suicídio pode ser evitado. A ação acontece em todo o país e já ganhou a adesão de várias cidades.
A ABP também lançou uma cartilha de combate ao suicídio, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), “Comportamento suicida: conhecer para prevenir”, dirigida aos profissionais da imprensa, que, além de alertar sobre a importância do tema, contém dicas sobre as melhores formas de abordar o assunto na imprensa.- Veja aqui
Agenda do Setembro Amarelo
Encontro em Niterói – O CHN (Complexo Hospitalar de Niterói) realiza neste sábado, das 9h às 12h, um evento gratuito e aberto ao público e aos profissionais de saúde, no Núcleo de Estudos em Biomassa e Gerenciamento de Água da Universidade Federal Fluminense (NAB). O encontro Setembro Amarelo – Valorização da Vida vai tratar a prevenção do suicídio e o papel fundamental da comunicação e da família em sua evitação. O Setembro Amarelo é um movimento mundial lembrado em locais públicos e privados que utilizam a cor amarela para iluminação.
Entre os palestrantes, estarão o jornalista André Trigueiro, autor do livroViver é a melhor opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo, o médico do Ministério da Saúde Carlos Felipe Almeida D Oliveira, coordenador da Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio e diretor da Associação Brasileira de Estudo e Prevenção do Suicídio, e Patrícia Fanteza, coordenadora de divulgação do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Rio de Janeiro.