Urticária: hospitais do Rio e São Paulo são referência na América Latina

Hospital do Fundão, ligado à UFRJ, atende cerca de 400 pacientes. Unifesp e FMABC também oferecem tratamento reconhecido internacionalmente

urticaria Nos quadros de urticária, paciente apresenta manchas vermelha pelo corpo, em alto relevo, que coçam e queimam (Reprodução de internet)
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Quem sofre ou já sofreu o problema, como eu, sabe o incômodo que é. Placas vermelhas, que incham e coçam absurdamente, muitas vezes surgidas de causa desconhecida, são capazes de tirar o sono – e o humor – de qualquer um.  Estudos indicam que a urticária  afeta ou vai afetar pelo menos 20% da população em algum momento da vida.

Conhecida popularmente como uma doença de pele alérgica, a urticária pode causar problemas que vão além das lesões avermelhadas e coceira, impactando diretamente a qualidade de vida dos pacientes. A boa notícia é que aqui no Rio, bem perto da gente, funciona um dos três principais centros de referência para o tratamento da doença na América Latina.

O ambulatório do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (o Hospital do Fundão – UFRJ), junto com os ambulatórios da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), se tornou um dos primeiros a serem certificados na América Latina. Apenas outros três países – Espanha, Alemanha e Canadá – receberam esse título de excelência no mundo, concedido pela Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica.

A certificação é importante para os pacientes e também sobre o subdiagnóstico e dúvidas mais frequentes sobre urticária, como por exemplo, o desconhecimento da doença que que provoca automedicação, mascarando os sintomas e/ou confusão entre patologias como urticária e alergias alimentares, por exemplo.

“O desconhecimento faz com que o paciente não procure um especialista e muitas vezes se automedique, mascarando os sintomas ou fazendo confusão entre doenças como urticária e alergias alimentares, por exemplo, o que atrasa o diagnóstico e prejudica a qualidade de vida do paciente”, explica a médica alergista Solange Rodrigues Valle, chefe do Serviço de Imunologia do HUCFF da UFRJ e coordenadora do Ambulatório de urticária e angioedema.

Atualmente no Hospital do Fundão são atendidos cerca de 400 pacientes. Os atendimentos são via Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, os pacientes podem ser encaminhados por uma Unidade Básica de Saúde ou podem entrar em contato com o ambulatório para verificar se tem disponibilidade. 

Urticária pode levar meses e até ano

Existem diversos tipos de urticária e, ao contrário do que muitos pensam, nem sempre a urticária é uma alergia a algum fator externo, como alimentos ou substâncias que tiveram contato com a pele. As lesões de urticária duram até 24 horas, quando se resolvem sem deixar marcas ou cicatrizes, aparecendo, em seguida, em outras partes do corpo. Nos casos agudos, esse fenômeno ocorre por até seis semanas.

No entanto, na urticária crônica, isso persiste por mais de seis semanas, com as lesões ocorrendo praticamente todos os dias e a doença pode prolongar-se por meses ou anos. Cerca de 63 a 93% das urticárias crônicas são espontâneas, ou seja, acontecem sem que se encontre qualquer fator externo desencadeante, dificultando o diagnóstico e tratamento.

Nos casos crônicos, o impacto na qualidade de vida já é considerado similar ao de doenças cardíacas e maior do que o causado por outras doenças dermatológicas como hanseníase  e psoríase em placas. O tratamento é feito à base de antialérgicos e outros medicamentos, como os imunobiológicos, de acordo com a necessidade de cada paciente.

Mais sobre a certificação

Para receber a certificação UCARE (Urticaria Center of Reference and Excellence), os centros especializados em urticária foram avaliados em 32 critérios pré-estabelecidos, relacionados à infraestrutura, ensino, pesquisa, conscientização e aderência aos guidelines internacionais de diagnóstico e tratamento.

A certificação é emitida pela rede GA2LEN – Global Allergy and Asthma European Network, que reúne os principais serviços clínicos europeus e instituições de pesquisas na área de alergologia e asma, em associação com a Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (EAACI).

O objetivo de criar essa rede mundial de referência é aumentar o conhecimento sobre a doença por meio da pesquisa e educação, melhorando o diagnóstico e proporcionando excelência nos tratamentos da urticária. A iniciativa contou com o apoio da farmacêutica Novartis.

Segundo o alergista Luis Felipe Ensina, corresponsável pelo ambulatório de urticária da Unifesp, é um grande privilégio contar com esses centros no Brasil trazendo diversos benefícios diretos aos pacientes, já que um ambulatório capacitado proporciona um diagnóstico mais rápido e agilidade na indicação para o tratamento.

“Além disso, o atendimento segue o protocolo internacional, o que significa que as pessoas serão atendidas da mesma forma que um país de primeiro mundo, tendo acesso ao que há de mais moderno na ciência e medicina”, completou Roberta Jardim Criado, chefe do ambulatório da FMABC.

Serviço  

Ambulatório de Imunologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ)

Rua Rodolpho Paulo Rocco, 255 – Cidade Universitária – Ilha do Fundão – Rio de Janeiro  – (21) 3938-2472  

Ambulatório da disciplina de alergia, imunologia clínica e reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Rua Pedro de Toledo, 928 – Vila Clementino – São Paulo  

Ambulatório de Urticária e Alergia a Drogas da FMABC Disciplina de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC

Av. Príncipe de Gales,821- Santo André_SP  – (11) 4993-5430 / 4993-7215 E-mail: adm.ambulatorio@fmabc.br

Obs: O encaminhamento é feito exclusivamente pela Unidade Básica de Saúde.

Para saber mais sobre a doença, acesse aqui.

 

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