‘Viva a verdade do que você é, não se importe tanto com os outros’

Em seu novo livro, ‘Verdade’, líder zen budista questiona o significado de ditados populares. Ao ViDA & Ação, fala sobre sociedade dividida, pós-verdade e fake news

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Os dias não têm sido fáceis na nova ‘República da Laranja’. A cada dia nos surpreendemos como as estapafúrdias convicções de um governo que se elegeu à base da mentira e de uma inusitada e pitoresca ‘ideologia de memes’ que parece tripudiar da inteligência – e da paciência – de milhões de brasileiros a cada dia que passa. Ao ver tanta sandice sendo reproduzida aos quatro ventos, bate aquela vontade de sair bloqueando um monte de gente no Facebook, não é verdade?

Mas como não brigar com Deus e o mundo? Como não surtar e manter a sanidade mental nesses tempos de sociedade dividida, pós-verdade e fake news? Em meio a um ataque de tietagem desta fã que vos escreve, Monja Coen – sempre com muita serenidade e bom humor – responde à pergunta do Portal ViDA & Ação no lançamento de ‘Verdade’, seu novo livro. Foi na quarta-feira, na Livraria Blooks, de Botafogo, e lá estávamos nós para, mais uma vez, ouvir as sábias palavras da líder zen budista mais amada do país.

Viva a verdade do que você é. Não se importe tanto com os outros. No seu coração não há divisão, há? Então, não deixe que essa divisão entre em você. As pessoas podem brigar, reclamar. Mas no fim, somos todos um só corpo nessa vida com tudo que existe. Então não perca nunca essa perspectiva. Nós somos um só corpo, Então, não se prenda tanto, não enfatize tanto a divisão. Pelo contrário. Perceba que somos todos um só país. E dentro dele tem as diferenças”, nos ensina a mestre.

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Uma reflexão sobre a repetidão de padrões

“Santo de casa não faz milagre”, “O que os olhos não veem o coração não sente”, “Deus escreve certo por linhas tortas”,  “A ocasião faz o ladrão”, “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” e “Quem tem fama deita na cama”. São frases que estão na ponta da língua de qualquer pessoa e é comum reproduzi-las sem se dar conta do que realmente significam, certo?!

Mas, afinal, elas refletem realmente a realidade dos fatos? Monja Coen refaz esta pergunta 24 vezes em Verdade?, recém-lançado pela Editora Best Seller, Monja Coen questiona ditados típicos da cultura popular brasileira, à luz do budismo.

No zen-budismo a máxima “A montanha é uma montanha. A montanha não é uma montanha. A montanha é uma montanha” significa que para alcançar a maturidade espiritual e humana é necessário reavaliar suas verdades para reconstruí-las sob uma nova ótica. Essa é a proposta de Monja Coen neste livro que inspira a reflexão sobre a repetição de padrões.

Monja Coen: sempre de bom humor, em noite de lançamento no Rio (Foto: Ricardo Machado)

Para tornar a tarefa didática e aproximá-la do público leigo, ela mostra que há outras leituras possíveis para cada uma dessas expressões. Diante dos juízos de valor que se impõem, a líder espiritual surge com a proposta de ajudar a compreender a realidade e de observar mais profundamente temas como maternidade, moral, destino, convivência, identidade, hábito, beleza, tempo, fama, medo, autoridade, etc.

Com bom humor, a monja também usa exemplos reais para ilustrar cada um dos capítulos. Ao avaliar a frase “Quem espera sempre alcança”, por exemplo, ela defende que esperar não é suficiente. É preciso agir para alcançar os objetivos. Em “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura”, Monja Coen acredita que é possível transformar, não através da violência, mas com perseverança. Ela alerta que “o esforço correto e persistente, assim como uma gota macia de água, pode furar, penetrar um elemento aparentemente rígido”.

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Sobre a autora

Monja Coen é fundadora da Comunidade Zen Budista do Brasil, criada em 2001, com sede em São Paulo. Teve seu primeiro contato com o zen-budismo no Zen Center de Los Angeles, onde fez os votos monásticos em 1983. Residiu por oito anos no mosteiro feminino de Nagoia, no Japão, onde graduou-se como monja especial, habilitada a ministrar aulas de budismo para monges e leigos.

Retornou ao Brasil em 1995, como missionária da tradição Sôtô Zenshû, servindo o Templo Busshinji, no bairro da Liberdade, em São Paulo, durante seis anos. É constantemente convidada a dar palestras em empresas e instituições de ensino pelo Brasil. Atualmente tem um programa na rádio Mundial. Ela lançou também pela Best Seller A monja e o professor, em parceria com o filósofo Clóvis de Barros Filho, que assina a orelha do novo livro.

SERVIÇO:

Verdade?

Monja Cohen

Páginas: 143

Preço: : R$ 29,90

Editora: BestSeller | Grupo Editorial Record

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