Álcool e fertilidade: uma mistura que não combina

Alerta é de ginecologista que explica como bebida age na saúde sexual e reprodutiva. Hospital Evandro Freire promove palestra sobre os males do alcoolismo

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O alcoolismo tem sido um dos principais problemas de saúde pública nos últimos tempos. No Brasil, o consumo de álcool por pessoa foi de 8,9 litros em 2016, maior do que a média internacional.

Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência do álcool. O consumo de álcool aumentou mais de 43% no Brasil nos últimos 10 anos.

Um relatório feito pela própria organização concluiu que a bebida é capaz de aumentar o risco de desenvolver cirrose hepática, câncer, gastrites, entre outras doenças, além de potencializar as chances de suicídio e acidentes.

Auri Júnior, psicólogo do Hospital Evandro Freire, no Rio, afirma que o consumo em excesso do álcool é capaz de alterar a química do cérebro, podendo ocasionar déficit cognitivo e de atenção. “Depressão, ansiedade e até mesmo episódios de psicoses também podem ocorrer, por isso é de suma importância estar atento a atitudes fora do padrão para que se possa buscar ajuda o quanto antes”, diz o especialista.

Problemas de fertilidade

Além de estar diretamente associado a diversas doenças graves como infarto, hepatite alcoólica e cirrose, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas também pode causar problemas de fertilidade, tanto em homens quanto em mulheres. 

Nos homens, Renato de Oliveira, ginecologista e infertileuta da Criogênesis, explica que o álcool reduz os níveis de testosterona, bem como a qualidade e a quantidade de espermatozoides, pois as células produtoras de testosterona atrofiam e há uma diminuição dos hormônios masculinos. “Além disso, o consumo excessivo pode afetar o desejo sexual e levar o indivíduo à impotência por danos causados nos nervos ligados a ereção”, comenta.

Já nas mulheres, o especialista ressalta que as bebidas alcoólicas podem afetar a produção hormonal feminina, as características sexuais, suspender a ovulação ou a qualidade dos oócitos (gametas femininos). “Além disso, é importante citar que as taxas de fertilidade das mulheres que abusam do álcool também ficam diminuídas.  Mulheres jovens alcoólatras podem ter chances de gravidez equiparadas as chances de uma mulher com mais idade. No caso de gravidez, há riscos para o filho, como a síndrome do alcoolismo fetal”.

“Quando o casal decide pela gravidez, é muito importante reduzir o consumo de álcool ou, preferencialmente, evitá-lo completamente, pois comprovadamente o álcool afeta a fertilidade masculina e feminina”, finaliza.

Palestra em hospital

Para chamar a atenção para o problema, foi criado o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, comemorado no dia 18 de fevereiro, que tem como proposta promover uma conscientização sobre os malefícios da doença.

O Hospital Municipal Evandro Freire, localizado na Ilha do Governador, no Rio, abraçou a causa e realiza, neste mesmo dia, às 10h, a palestra “Beber para que? O que você busca encontrar?”. O encontro gratuito será destinado a todos os colaboradores da unidade e contará com a palestra de Auri Júnior, psicólogo do Hospital.

Auri Júnior explica que, por ser uma droga lícita e de grande aceitação social, seu consumo acaba sendo estimulado fazendo com que poucos entendam a gravidade do problema. “Muitos fazem da bebida um instrumento de auto sabotagem. Através dela, o sujeito mascara as suas demandas existenciais”, explica o psicólogo.

Da Redação, com Assessorias

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