Alergia alimentar: porque o mal é o que entra na boca

Crianças desenvolvem mais alergias a leite, ovo, soja e trigo, enquanto adultos são mais propensos a castanhas, amendoim, peixes e frutos do mar

camarão-alergia Alergia alimentar é um dos temas de semana de conscientização (Foto: Reprodução de Internet)
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Entre os dias 13 e 19 de maio acontece a Semana de Conscientização da Alergia Alimentar, que está entre as alergias que mais crescem no mundo. No Brasil não há estatísticas oficiais, porém, a prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra que cerca de 8% das crianças, com até dois anos de idade, e 2% dos adultos sofrem com algum tipo de alergia alimentar.

Kids With Food Allergies (KFA) – Crianças com Alergias Alimentares – uma divisão da Fundação Americana de Asma e Alergia (AAFA), estima que uma em cada 13 crianças tem alergia alimentar. O número de novos casos e a gravidade das reações parecem estar aumentando em todo o mundo e o Brasil é um reflexo disso. Crianças em idade precoce apresentam reações anafiláticas com maior frequência, o número de novos alimentos identificados como alérgenos é crescente e não existe uma forma de prevenir o seu aparecimento.

Renata Cocco, coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), explica que, apesar das linhas de pesquisa atuais, o único tratamento realmente efetivo até o momento é a restrição completa das proteínas alergênicas, tarefa difícil especialmente na faixa pediátrica. Paralelamente, conceitos equivocados e dificuldades no diagnóstico dão margem ao superdiagnóstico, culminando em dietas amplas e desnecessárias.

Durante muitos anos eu sofri com alergia a camarão e crustáceos

Apesar de poder aparecer em qualquer idade, as alergias alimentares são mais comuns em crianças. Leite, ovo, soja e trigo são os alimentos mais relacionados a alergias neste grupo de pacientes, apesar do número crescente de hipersensibilidade aos alimentos observado anteriormente em adultos, caso do amendoim, castanhas e peixes. “Os quatro primeiros alimentos são, geralmente, tolerados até a segunda década de vida, enquanto que as castanhas, amendoim, peixes e frutos do mar são tipicamente persistentes ao logo da vida e podem começar em qualquer idade”, explica a especialista da Asbai.

Diagnóstico: sinais e sintomas

Os sinais e sintomas da alergia alimentar são amplos, variados e individuais. Reações que acontecem de forma imediata após a ingestão do alimento causal são mais fáceis de serem relacionadas, caso das urticárias, edemas (inchaço de olhos/boca), falta de ar e vômitos.

Outros pacientes apresentam sintomas mais tardios, horas ou dias após a ingestão do alimento (geralmente leite e soja e especialmente no primeiro ano de vida). Nestes casos pode haver comprometimento no ganho de peso e estatura, presença de sangue nas fezes e/ou vômitos e diarreia crônicos. Frente a sintomas inespecíficos, o pediatra poderá orientar a avaliação de um especialista em alergia. Nos casos de reações em adultos, o alergista deverá ser igualmente consultado.

Novidades no tratamento

Vários estudos apontam para um efeito protetor na dessensibilização a alimentos. Pacientes com quadros graves a quantidades ínfimas do alimento alergênico podem ser beneficiadas durante esse tratamento. “No entanto, o procedimento apresenta riscos e não deve ser realizado por profissional não experiente no assunto. Além disso, a gama de alimentos que são passíveis de dessensibilização ainda é muito baixa, frente aos inúmeros alérgenos desencadeantes de reações”, alerta Dra. Renata.

A especialista chama a atenção para a importância do diagnóstico correto e do tratamento da alergia alimentar para que não haja comprometimento nutricional, psicológico ou social da criança e sua família. “Desta forma, é fundamental que as informações sobre a doença sejam corretamente esclarecidas e um plano terapêutico seja instituído”, conclui a especialista da Asbai.

Fonte: Asbai

 

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