Brasileiro gasta mais com remédio para pressão alta na pós-pandemia

Doença que afeta mais de 30 milhões de brasileiros deve crescer nos próximos anos por causa da pandemia. Entenda sintomas e tratamento

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Doença que atinge um terço da população, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a hipertensão é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA) — acima de 140/90mmHg. Em pleno crescimento, a enfermidade, que é uma das comorbidades da Covid-19, foi uma das que mais cresceram no período pandêmico (37%) e deve afetar mais pessoas nos próximos anos.

Nos últimos dois anos, por causa da pandemia, as pessoas adotaram isolamento social e muitas consultas foram canceladas ou nem mesmo agendadas. Com isto, tratamentos foram interrompidos e novos casos deixaram de ser diagnosticados. Com a redução destas restrições muitas pessoas retomaram seus tratamentos e novos pacientes tiveram o diagnóstico e isto pode justificar tal variação.

Não à toa houve um substancial aumento da procura por medicamentos contra esse mal. Levantamento feito pela InterPlayers, o hub de negócios da saúde e bem-estar, com base em seu próprio banco de dados, mostra que entre abril de 2021 e março de 2022 as farmácias venderam, em média, 15,24% mais medicamentos para hipertensão do que nos 12 meses anteriores.
O estado de São Paulo, que lidera a demanda por esse tipo de remédio, registrou a maior alta no período, 18,32%. O Rio Grande do Sul aparece na segunda posição em termos de crescimento (16,96%) e o Rio de Janeiro, que é vice-líder em vendas de remédios para hipertensão, apresentou o terceiro maior crescimento (13,69%), seguido pelo Paraná (13,64%) com pouca diferença. As unidades da federação que apresentaram as menores elevações foram o Rio Grande do Norte (6,48%) e a Paraíba (5,23%).
“Sem dúvida veremos um aumento dos casos de hipertensão arterial no Brasil e no mundo após a pandemia, pois tivemos aumento dos casos de obesidades e sedentários”, explica Edilberto Castilho, cardiologista do Hospital Santa Catarina — Paulista.
A hipertensão arterial, quando estiver 14 x 9, acende o sinal de alerta e pede uma atenção e controle. Quando elevada pode provocar acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, doença arterial periférica, doença renal crônica e até morte súbita.

No mundo, a hipertensão afeta mais de um bilhão de pacientes e mata mais de 10 milhões. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 38 milhões de pessoas têm pressão alta. Para mudar a situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) almejava reduzir em 25% as mortes até 2025. No entanto, a pandemia complicou o objetivo, que deve ser revisto nos próximos anos.

“Após esses dois anos de pandemia, acho difícil conseguirmos atingir essa redução de mortes até 2025 como estabelecido pela OMS. Provavelmente esse objetivo será reavaliado. Muitas pessoas perderam o seguimento médico, deixaram de praticar atividade física, não fizeram os exames de rotina, aumentando as complicações”, afirma Edilberto Castilho.

75% dos idosos podem ter pressão alta

A prevalência da HAS (hipertensão arterial sistêmica) na população varia de 22% a 44%, com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70 anos. Idade, etnia (mais frequente em afrodescendentes), sexo (até 50 anos de idade, mais comum em homens) também são fatores de risco.

hipertensão arterial está relacionada ao aumento anormal da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. Ocorre quando a medida da pressão se mantém acima de 140×90 milímetro de mercúrio (mmHg), se tornando um importante fator de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares.

Apesar de a mortalidade por doença cardiovascular (DCV) aumentar progressivamente com a elevação da PA a partir de 115 x 75 mmHg, define-se um paciente como hipertenso quando a pressão arterial sistólica for maior ou igual 140 mmHg ou pressão arterial diastólica maior ou igual 90 mmHg em duas ou mais consultas, ou se o paciente já está em uso de anti-hipertensivos.

Esse conceito é importante, pois é muito comum as pessoas serem rotuladas como portadoras de pressão elevada com apenas uma medida isolada de pressão. Para o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento, é necessário mais de uma medida, em momentos diferentes e em condições adequadas”, explica Ricardo Rienzo, clínico-geral do Hospital Santa Catarina — Paulista.

Sintomas e tratamento

hipertensão raramente apresenta sintomas, mas nos casos em que acontecem, os mais comuns são dor de cabeça, tonturas, zumbidos no ouvido, dor no peito e falta de ar. Já os fatores de risco relacionados à enfermidade são: cigarro, álcool, ingestão de alimentos com muito sal, frituras, sedentarismo e obesidade.

Algumas condições podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como obesidade, sedentarismo, estresse, tabagismo e quantidades excessivas de álcool ou sódio (sal) na dieta. Além disso, noites mal dormidas podem interferir na pressão arterial. Dormir menos de cinco horas por noite, por exemplo, pode aumentar em cinco vezes o risco de hipertensão.

O tratamento da doença pode ser feito tanto por via medicamentosa ou não medicamentosa. Na segunda opção, o paciente é instruído a mudar o estilo de vida, ou seja, praticar atividade física, evitar bebidas alcóolicas, refrigerantes, frituras e alimentos com muito sal. Além disso, é recomendado diminuir a quantidade de carne vermelha e doces.

Com Assessorias

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