‘Caixote do Saber’ chega à primeira escola da Cidade de Deus

Projeto da ONG Noiz leva estímulo à leitura com caixotes de feiras que ofertam livros para serem lidos na escola ou levados para casa

Aluno da Escola Municipal Frederico Eyer, na Cidade de Deus, se encanta com a estreia do Caixote do Saber (Fotos: Divulgação)
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Mudar o mundo custa pouco. Muito pouco. Às vezes, uma boa ideia, com boa vontade e algum apoio, pode ser capaz de mudar realidades. Como a de crianças da Cidade de Deus, que precisavam se (re)conectar com o mundo da leitura, mas não tinham essa oportunidade, especialmente durante o longo período de isolamento, que as afastou das salas de aula.

Pois foi pensando nesse público que a ONG Noiz, em meio ao momento crítico da pandemia da Covid-19, decidiu lançar uma ideia simples e sustentável para estimular a leitura e como atividade para crianças da comunidade que, naquele momento, se encontravam muito ociosas. Assim surgiu o Caixote do Saber, que nesta sexta (12/11), Dia do Diretor Escolar, chega também às escolas.

A minibiblioteca itinerante agora é uma realidade na Escola Municipal Frederico Eyer, localizada também na CDD – área onde a organização social tem atuação efetiva desde junho de 2018. A escola se tornou a primeira unidade de ensino a implantar o projeto, que quer se espalhar por outros pontos da comunidade.

Juliana Moraes, jornalista e voluntária da Nóiz, conta que a proposta surgiu durante o período da pandemia, quando a ONG não podia manter sua biblioteca aberta para a comunidade. O jovem Dhiego, um dos voluntários e também morador da Cidade Deus, percebeu a ociosidade  das crianças e apontou essa ideia para a organização.
“Como na biblioteca, que foi toda criada com os caixotes de feira, por que não montar uma minibiblioteca que pudesse circular por diversos pontos da comunidade? Assim todos poderiam ter acesso aos livros, pegar, levar para casa, ler e depois devolver ou até mesmo ficar com ele se desejasse. Foi um sucesso! As crianças e também os adultos  amaram, pois na comunidade, a maioria não tem dinheiro para comprar livros e ali estava sendo disponibilizado, naquele momento de isolamento, um universo de aventuras por meio da literatura”, conta.

Diretora da escola aprova a ideia

Com o retorno das aulas, o presidente da ONG, André Melo, já estava com essa ideia de levar o Caixote do Saber para as escolas. Muitas não têm biblioteca e mesmo outras que têm, também seria bacana receberem, pois como ela é uma minibiblioteca itinerante, pode ficar no pátio, ser levada para qualquer atividade da escola e incentivar os alunos à leitura. E iniciou o contato com diretores.

A diretora adjunta da Escola Municipal Frederico Eyer, Laura Fernanda Sá, ficou encantada com a  ideia, visto que assim vai poder não só trabalhar a leitura com as crianças, mas também incentivar esse processo, que hoje não é tão fácil, pois concorre diretamente com o uso ostensivo de celulares, desenhos na tv e outros apelos eletrônicos.
“Nossa escola atende alunos da Educação Infantil ao 5° ano do Ensino Fundamental.  Nos encantamos com a ideia do Caixote do Saber, porque este projeto vai ampliar o acesso de todos da comunidade escolar aos livros, incentivando ainda mais a leitura”, explica Laura.

Além de montar e levar o Caixote do Saber para a Escola, a ONG Nóiz vai repor os livros à medida, quando necessário. A ideia é que os alunos mergulhem mesmo no universo da literatura, que possam viajar nas histórias e passem a ter amor aos livros.  De acordo com André Melo, presidente do Nóiz, esta parceria era um dos objetivos da instituição nesta retomada das aulas.

“Com o Caixote do Saber conseguimos levar a literatura para qualquer lugar. Sabemos da dificuldade que muitas escolas se encontram e implementar essa proposta é uma solução rápida e viável, para que as crianças estejam mais próximas dos livros. Assim, iniciamos esse contato logo que as aulas voltaram a ser presenciais. E estamos muito felizes em termos conseguido esse retorno da diretora”, conta André.

Antes de chegar à escola municipal, Caixote do Saber foi montado em outros pontos da comunidade (Foto: Divulgação)

Com a minibiblioteca itinerante, o mundo literário percorre a escola, sem precisar juntar alunos em um espaço fechado e a leitura passa a fazer parte também de momentos de lazer. André ressalta que dentre os diversos projetos que a organização realiza, este vai além dos limites da ONG, se tornando também um serviço a ser disponibilizado à sociedade, em diversos locais diferentes.

“Para quem já nos conhece sabe, que amar, educar e profissionalizar é o nosso lema. Entendemos que a educação é a porta que precisa estar sempre aberta na luta contra a desigualdade social. E poder ver crianças, jovens e adultos terem acesso fácil aos livros por meio do caixote, é realmente uma felicidade muito grande, finalizou, o presidente da ONG Nóiz.

Simples, né?! Quer saber como ajudar, doando livros? Entre em contato pelo Instagram @noizprojetosocial. Conheça também outras iniciativas da ong Nóiz.

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