Câncer de mama: nem sempre caso na família é fator de risco

Histórico familiar pode ser determinante para chances de cura, mas na maioria dos casos (até 85%) os tumores de mama não são hereditários

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O câncer de mama é identificado pela proliferação anormal das células do tecido mamário, de forma rápida e desordenada, se desenvolvendo em decorrência de alterações genéticas. De acordo com o Inca – Instituto Nacional do Câncer, esse tipo de tumor também pode afetar os homens, mas é raro – representando apenas 1% do total de casos. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, quando a doença é identificada em estágios iniciais, as chances de cura são em torno de 95%.

Mulheres com histórico familiar de câncer de mama devem redobrar a atenção já que os fatores genéticos correspondem por até 15% dos casos e podem aumentar em 80% as chances de uma paciente desenvolver a doença. De acordo com a SBM, o câncer de mama hereditário corresponde, em média, de 5% a 10% dos casos, ou seja, quando existem parentes de primeiro grau com a doença. De 85% a 90% dos diagnósticos não apresentam história familiar.

“Importante alertar sobre a questão genética, mulheres que têm história de câncer de mama na família, principalmente em parentes de primeiro grau (filhas, mãe e irmãs), devem procurar acompanhamento médico e realizar exames de imagem dez anos antes da idade em que a familiar mais jovem foi diagnosticada com a doença”, explica Carlos Alberto Ruiz, mastologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Segundo ele, mesmo não tendo casos de câncer de mama na família, é importante que a mulher fique atenta aos sintomas que podem incluir nódulo palpável endurecido nas mamas e nas axilas, além de alterações na pele e secreções no mamilo. “O diagnóstico precoce acontece a partir de alguns métodos de rastreamento, como as consultas médicas que devem ocorrer anualmente e exames de mamografia anual para mulheres acima dos 40 anos de idade”, explica.

Diagnóstico precoce não pode ser ignorado

Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, tipo mais frequente da neoplasia em mulheres no Brasil e no mundo, sem considerar os tumores de pele não melanoma, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Antes da chegada do coronavírus no país, a estimativa era que 66 mil novos casos de câncer de mama fossem diagnosticados neste ano no Brasil. No entanto, a pandemia do novo coronavírus mudou a rotina das pessoas.

Exames e procedimentos foram adiados e até suspensos devido à Covid-19. Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), entre março e abril, apontou uma queda de quase 75% no número de atendimentos em hospitais públicos para rastreamento e tratamento ao câncer de mama, se comparado ao mesmo período de 2019.

De acordo com o Dr Ruiz, estima-se que o isolamento social necessário para evitar a propagação do vírus respiratório pode ter retardado o diagnóstico precoce de cerca de 10% dos casos. Segundo ele, deixar de realizar exames de check-up anualmente aumenta as possibilidades de detecção da doença em estágio avançado.

Por isso, em 2020, a campanha Outubro Rosa tem como principal objetivo alertar a sociedade sobre a importância das mulheres priorizarem medidas preventivas e o diagnóstico precoce de tumores mamários, mesmo com o mundo vivendo uma pandemia sem precedentes.

“A pandemia é uma questão global que afetou todas as pessoas. Entretanto, o câncer de mama não espera a pandemia passar e os nódulos crescem. Assim, o apelo de todas entidades médicas neste momento é que a as mulheres não deixem de fazer consultas e exames de rotina. Qualquer alteração na mama deve ser investigada o quanto antes”, afirma.

Segundo ele, os hospitais especializados no atendimento ao câncer de mama estão preparados para receber as pacientes com total segurança, mesmo em tempos de pandemia. “Todas as medidas e protocolos sanitários estão sendo realizados com rigidez e o hospital está seguro para realizar atendimentos e tratamentos”, afirma. Ele ainda ressalta alguns pontos para a identificação da doença.

Cuidado com as fake news

Ainda de acordo com o especialista, existem muitos mitos acerca do assunto, como sobre próteses de silicone e sutiã apertado que aumentam o risco de câncer, ou massagem no seio e exames de biópsias que podem espalhar a doença. Esses fatos, mesmo que falsos, circulam em muitos lugares, como nas redes sociais.

Por isso, o acesso à informação confiável e conhecimento sobre o que é fake news, além da importância de manter as consultas e exames anuais, são fatores fundamentais para a detecção da doença em estágio inicial e tratamento eficaz.

Do Hospital Alemão, com Redação

 

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