Casos de câncer de pele aumentaram até 50% no Brasil

Cuidado deve ser levado a sério mesmo em dias nublados. Observar as pintas pelo corpo e buscar apoio médico é fundamental

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Um estudo da Funcional Health Tech – empresa líder em inteligência de dados e serviços de gestão no setor de saúde – feito com base em cerca de 150 mil clientes da companhia, demonstra um crescimento na incidência de câncer de pele e doenças relacionadas em todo o Brasil. De acordo com os dados, entre 2017 e 2018, os novos casos de melanoma maligno de pele cresceram cerca de 30%, já os casos de outras neoplasias malignas de pele aumentaram 50%.

“O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e desordenado das células da pele – principalmente do sexo feminino e acima dos 40 anos -, e a exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) do sol é a principal causa de seu aparecimento”, explica Ricardo Ramos, médico e vice-presidente da Funcional Health Tech. “Esse tipo de câncer é o mais comum entre os seres humanos e um fator positivo é que se diagnosticado no início, a probabilidade de cura é de mais de 90%”, complementa.

Ricardo ainda explica que os tipos de câncer de pele se dividem em melanoma e não melanoma. “O não melanoma é o mais comum em relação a todos os tipos de tumores, e no Brasil corresponde a aproximadamente 30% dos diagnósticos de todos os tumores malignos”, diz.

O verão está chegando e é possível aproveitá-lo mesmo longe das praias. Com o calor e dias de sol, o número de pessoas em atividades ao ar livre tende a aumentar. Mas engana-se quem pensa que não são necessários os mesmos cuidados de quem preferiu as praias. O protetor solar continua sendo o principal aliado em qualquer cidade ou estação do ano.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) reuniu algumas orientações simples que podem reduzir os riscos de desenvolver o câncer de pele ao longo da vida.

Cuidado deve ser levado a sério mesmo em dias nublados

Tomar sol é um hábito saudável, mas a exposição acumulada a raios ultravioletas (UV) é um fator de risco para o câncer de pele, que pode ser carcinoma ou melanoma, este mais agressivo e com alta taxa de mortalidade. Para evitar os prejuízos causados pelos raios UV sobre a pele, a SBOC recomenda o uso de protetor solar de fator 30 ou mais em toda exposição ao ar livre. O uso deve ser mais frequente se a exposição acontecer entre 10 h e 16 h e se a pessoa tiver pele mais clara.

“Nuvens não protegem da radiação, o que vai garantir a proteção é o uso de protetor solar. Para quem pratica atividades ou esportes ao ar livre, bonés e camisetas com proteção ultravioleta também são aliados por conta da praticidade”, reforça o Dr. Rodrigo Munhoz, diretor da SBOC.

A proteção precisa ser incluída na rotina diária

É verdade que os riscos dos raios solares aumentam durante o verão, mas o cuidado vale para o ano todo. “Os níveis de radiação ultravioleta em São Paulo, no inverno, são quase tão altos quanto os de Paris no verão”, compara Munhoz. Por isso, é importante incluir na rotina o uso de protetor solar em partes expostas no dia a dia e não esquecer de partes normalmente negligenciadas como mãos, nuca, orelhas e nariz.

Observar também é prevenir

Além da proteção diária a raios UV e UVA, fique atento às pintas no corpo, pois elas podem indicar que algo está errado. Profissionais em contato direto com a pele das pessoas, como depiladoras, tatuadores, massagistas, manicures, entre outros, podem ajudar no diagnóstico precoce. “É preciso ficar atento ao surgimento de novas manchas na pele ou a alterações em manchas já existentes, como modificações de cor, tamanho ou assimetria. Se isso acontecer, é recomendável procurar um dermatologista para que se faça o diagnóstico correto e encaminhe o paciente a um oncologista, se necessário”, reforça Dr. Munhoz.

Dezembro é aquele mês de férias, piscina, praia e muito sol. E é também o período escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para sua campanha Dezembro Laranja, de prevenção ao câncer de pele, o tipo dessa doença mais frequente no Brasil (câncer de pele não-melanoma). De acordo com registros do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele corresponde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no país, com cerca de 180 mil novos casos por ano, o que significa que a cada quatro casos novos de câncer no Brasil um será o de pele. Ou seja, uma questão séria, considerada um problema de saúde pública.

A dermatologista Carolina Zaparoli, do corpo clínico da Centermed Santos e membro da SBD, ressalta que todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, pois quando identificados em tempo possuem grandes chances de cura. “Existem os tipos mais letais e os menos letais, porém todos precisam ser avaliados por um especialista. O tratamento correto e em tempo adequado é o que vai oferecer a chance de cura a esse paciente”, salienta.

Conforme explica a especialista, o tipo mais comum de câncer de pele é o não-melanoma, aquele que surge devido à exposição crônica ao sol geralmente em pessoas com mais de 40 anos e que aparece frequentemente em regiões do corpo que ficam mais expostas, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. “Porém, existe também o tipo melanoma, que é menos frequente, mas apresenta um alto índice de mortalidade, e por isso o diagnóstico rápido e correto é tão importante”, observa.

E uma das causas para o aparecimento de câncer de pele, todos conhecem:  a exposição ao sol em excesso. É por isso que o alerta vem em dezembro, mês da entrada do verão e de mais exposição, mas mostrando que os cuidados devem acontecer todos os dias do ano. “Precisamos sempre nos questionar: como estamos nos expondo diariamente aos raios solares? Meus filhos também estão protegidos quando vão brincar ao ar livre? É necessária atenção diária”, enfatiza a dermatologista Carolina Zaparoli.

Sintomas do câncer de pele

De acordo com os especialistas, o câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões na pele. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas ou não, é muito importante. “Mas somente o exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele”, ressalta a dermatologista.

A médica mostra ainda alguns sintomas aos quais devemos nos atentar: lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; ou mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Um exame preventivo é sempre importante, mas se esses sinais citados estiverem mais visíveis, é necessária uma ida rápida ao dermatologista”, recomenda.

Maior risco ao câncer de pele

Como a incidência da radiação ultravioleta está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os tipos de pele devem estar atentas e se proteger quando expostas ao sol. Porém, existe aqueles grupos de maior risco, que, segundo a especialista da Centermed, são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além dessas, as que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

Veja abaixo os fatores de risco para cada tipo de câncer de pele, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca):

O que aumenta o risco de câncer de pele do tipo melanoma

Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioleta UV), principalmente na infância e adolescência.

Exposição a câmaras de bronzeamento artificial.

Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.

Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.

O que aumenta o risco de câncer de pele não-melanoma

Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioleta UV), principalmente na infância e adolescência.

Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.

Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.

A prevenção é essencial

Prevenção é sempre um ato de amor próprio. Por isso, todos os especialistas enfatizam a necessidade de exames preventivos e atitudes saudáveis para manter o equilíbrio da saúde em todas as áreas. E com a pele não deve ser diferente, afinal ela é o nosso maior órgão e também precisa de cuidados. Confira abaixo, algumas orientações da dermatologista Carolina Zaparoli para a prevenção ao câncer de pele:

Use chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.

Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.

Evite a exposição solar e permaneça na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).

Na praia ou na piscina, use barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.

Use filtro solar diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilize um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  É importante reaplicar o produto a cada duas horas ou menos quando estiverem em atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplique uma boa quantidade pela manhã e reaplique antes de sair para o almoço.

Observe regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.

Mantenha sempre bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses e existem os específicos para crianças.

Consulte um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo e preventivo.

Para saber mais sobre a campanha, acesse: www.dezembrolaranja.com.br

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