Com 60 mortes por febre amarela, estado vai vacinar até 10 da noite

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Ao atingir a triste marca de 150 casos de febre amarela, sendo 60 mortes, somente este ano, o Estado do Rio de Janeiro anunciou nesta terça-feira (13) mais uma ação para ampliar a  cobertura vacinal, inclusive entre os idosos e outras pessoas que estariam fora da faixa de segurança da vacina contra a doença. A partir desta quarta-feira (14) o Centro Estadual de Diagnósticos de Imagem – Rio Imagem, no Centro do Rio, estará oferecendo a vacina de segunda a sexta-feira de 7h às 22h. O espaço contará com médicos de plantão para fazer avaliação de idosos e pessoas que precisam de recomendação.

“Sabemos que muitas pessoas trabalham o dia todo e por isso ainda não conseguiram se vacinar. O Rio Imagem fica em frente à Central do Brasil, um ponto importante do Rio, e vai funcionar em horário estendido, de 7h às 22h para atender essas pessoas”, explicou o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr., em nota oficial. Ele destacou que a vacinação em massa é a única forma de conter o avanço da febre amarela no estado. Já vacinamos cerca de 10,7 milhões de pessoas, mas ainda precisamos imunizar outros 3,3 milhões de cidadãos. Saímos de um percentual de 3% da população vacinada para mais de 76%. Nosso objetivo é continuar a campanha e atingir o público-alvo, que é de 14 milhões de pessoas”, ressaltou o secretário.

Além da vacinação no Rio Imagem, a SES fechou uma parceria com a Eneel Distribuição Rio, e 350 leituristas – técnicos que realizam a leitura do consumo de energia nos medidores residenciais – irão orientar e informar a população sobre a importância da vacinação para o combate da febre amarela. O projeto começará, inicialmente, nas cidades de Niterói, São Gonçalo e Magé, podendo ser estendido a outros locais.  Cada leiturista da Enel visita, em média, 400 unidades consumidoras diariamente. Dessa forma, cerca de 1,8 milhão de moradores da região receberão orientações sobre o combate à doença.

Crescimento de 600% no número de mortes

Já passa  de 600% o crescimento no número de mortos por febre amarela entre humanos no Estado do Rio de Janeiro desde o início de janeiro, em comparação com todo o ano de 2017. É mais de seis vezes o número de óbitos e cinco vezes o número total de vítimas registrado em todo o ano de 2017, quando nove pessoas morreram, das 27 que contraíram a forma silvestre da doença.

De acordo com o último boletim epidemiológico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES-RJ, divulgado na noite desta terça-feira (13), Angra dos Reis segue como a cidade mais atingida pela epidemia até o momento, com 40 casos e 14 mortes.  São 22 as cidades atingidas pelo surto, a maioria nas regiões Sul Fluminense, Costa Verde e Serrana, onde há grande concentração de mata (veja abaixo). 

Petrópolis também entrou para o grupo das cidades atingidas por epizootias (epidemias entre macacos), elevando para 11 o número total. As outras são Niterói, Angra dos Reis (Ilha Grande), Barra Mansa, Valença, Miguel Pereira, Volta Redonda, Duas Barras, Paraty, Araruama e Engenheiro Paulo de Frontin.
Municípios do RJ com mais casos de febre amarela em humanos*
1º Angra dos Reis – 40 casos, sendo 14 óbitos
2º Valença – 18 casos, sendo 6 óbitos
3º Teresópolis – 17 casos, sendo 7 óbitos
4º Nova Friburgo – 13 casos, sendo 4 óbitos
5º Duas Barras – 12 casos , sendo 2 óbitos
6º Sumidouro – 9 casos, sendo 4 óbitos
7º Cantagalo – 6 casos , sendo 4 óbitos
8º Rio das Flores – 5 casos, sendo 2 óbitos
9º Trajano de Moraes – 4 casos, sendo 3 óbitos
10º Silva Jardim – 4 casos, sendo 2 óbitos
11º Cachoeiras de Macacu – 3 casos, sendo 1 óbito
12º Engenheiro Paulo de Frontin – 2 casos, sendo 2 óbitos
13º Mangaratiba – 2 casos, sendo 1 óbito
13º Carmo – 2 casos, sendo 1 óbito
13º Maricá – 2 casos, sendo 1 óbito
13º Vassouras – 2 casos, sendo 1 óbito
13º Miguel Pereira – 2 casos, sendo 1 óbito
13º Paty do Alferes – 2 casos, sendo 1 óbito
13º Rio Claro – 2 casos, sendo 1 óbito
14º Paraíba do Sul – 1 caso, sendo 1 óbito
14º Piraí – 1 caso, sendo 1 óbito
15º Petrópolis – 1 caso
Número de localidades com casos confirmados de febre amarela em macacos:
 – 1 epizootia – Niterói
– 1 epizootia – Angra dos Reis (Ilha Grande)
 – 1 epizootia – Barra Mansa
 – 1 epizootia – Valença
 – 1 epizootia – Miguel Pereira
 – 1 epizootia –  Volta Redonda
 – 1 epizootia – Duas Barras
 – 1 epizootia – Paraty
 – 1 epizootia – Engenheiro Paulo de Frontin
 – 1 epizootia – Araruama
– 1 epizootia – Petrópolis

Medidas tomadas desde o ano passado

Desde janeiro de 2017 a SES vem adotando inúmeras medidas preventivas para conter a expansão do vírus da febre amarela no estado. Mesmo antes de registrar os primeiros casos da doença em território fluminense, a pasta iniciou a criação de cinturões de bloqueio, principalmente em municípios de divisa com Espírito Santo e Minas Gerais. Em julho do ano passado, todos os 92 municípios foram incluídos na área de recomendação da vacina.

Entre as ações já realizadas,  foram três ‘Dias D’ com objetivo de ofertar a vacina para toda a população dos 92 municípios. No último Dia D da Vacinação, em 3 de março, a secretaria divulgou que cerca de 500 mil se vacinaram, metade do esperado.

Em 25 de janeiro, seguindo a orientação do Ministério da Saúde, 15 municípios da Região Metropolitana passaram a fornecer doses fracionadas da vacina. Fazem parte da campanha de fracionamento as cidades de Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Seropédica. Nos demais municípios do estado são aplicadas doses padrão da vacina.

Quem não deve tomar a dose fracionada: 

– crianças de 9 meses a menores de dois anos;

– pessoas com condições clínicas especiais (vivendo com HIV/Aids, ao final do tratamento de quimioterapia, pacientes com doenças hematológicas, entre outras);

– gestantes;

– viajante internacional (devem apresentar comprovante de viagem no ato da vacinação)

A Secretaria ainda informou que quem tomou a vacina contra a febre amarela há mais de quatro semanas pode doar sangue normalmente. Quem teve a doença também, desde que esteja curado há mais de um ano.

Fonte: SES-RJ, com Redação

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