Como a saúde dos funcionários afeta a saúde das empresas

No Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, especialista analisa por que as empresas devem investir na saúde dos colaboradores

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Por Karen Salirrosas*

Um estado de saúde adequado é alcançado principalmente por uma boa nutrição e hidratação, atividade física e exercício, redução de hábitos tóxicos, descanso de qualidade, gerenciamento adequado do estresse, bem como o desenvolvimento de nossas atividades em um local de trabalho adequado. Infelizmente, os fatores citados não estão sendo priorizados pela grande maioria das pessoas, o que gera desequilíbrios e provocam doenças.

Nos últimos anos, os números de doenças crônicas, como sobrepeso e obesidade (presente em 60% dos latino-americanos, segundo a Organização Internacional especializada em Saúde Pública nas Américas), doenças cardiovasculares, transtornos emocionais e mentais, estão aumentando. Por sua vez, essas condições de saúde são importantes fatores de risco para outras, como diabetes, acidente vascular cerebral e vários tipos de câncer.

Já é comprovado que a prevenção de doenças permite manter a saúde em condições ideais para as pessoas e, consequentemente, para o sistema de saúde em geral. Fica claro como é importante que as empresas comecem a investir em programas de prevenção que promovam um estilo de vida saudável, que evitem o desenvolvimento ou agravamento de múltiplas doenças em seus colaboradores.

Por que investir em saúde preventiva na sua empresa?

No ambiente de trabalho, garantir o bem-estar dos colaboradores resulta em uma medida estratégica para as empresas, uma vez que a manutenção da saúde física, emocional e mental adequada, bem como a comunicação eficaz entre os pares, faz com que os colaboradores desempenhem suas tarefas com eficiência.

Com os efeitos da pandemia e as mudanças nas modalidades de trabalho e convivência, os números sobre o aumento de patologias nos últimos anos são bastante contundentes e a falta de estratégias de prevenção nas doenças mais prevalentes faz com que os números sejam cada vez maiores:

Cerca de 80% dos colaboradores apresentaram ou apresentarão lesões nos músculos, tendões, articulações, ligamentos e ossos associados a posturas inadequadas durante o turno de trabalho;

Quase 60% da população latino-americana está com sobrepeso ou obesidade;

O nível de burnout e fadiga mental no local de trabalho está aumentando, atingindo quase 80% dos trabalhadores latino-americanos;

Mais de 90% relatam que o estresse ou a ansiedade afetam a qualidade de seu trabalho e as relações interpessoais.

Essas condições de saúde, quando não tratadas adequadamente, produzem múltiplos impactos nas empresas:
  • O burnout gera uma queda significativa na produtividade (um colaborador leva aproximadamente seis meses para se recuperar), além disso, produz perdas constantes de talentos;
  • As alterações mentais, emocionais e físicas geram altos índices de presenteísmo (estar no trabalho, sem ser produtivo), que por sua vez levam a diminuição da otimização de recursos e dificuldades no cumprimento de tarefas;
  • As empresas estão lidando com alta rotatividade de mão de obra, por não levar em conta os salários não emocionais (benefícios de saúde, relacionamento interpessoal, ambiente de trabalho adequado) de suas equipes.
Por que as empresas devem implementar programas de saúde preventiva?

É função dos sistemas de saúde (públicos e privados), de suas respectivas organizações de atenção primária, trabalhar para que o bem-estar da população seja mantido. No entanto, devido a múltiplos fatores, atuam mais nos problemas de saúde já estabelecidos do que nos fatores de risco que os desencadeiam. Isso significa que eles têm uma abordagem reativa e não preventiva.

As empresas devem compreender que seus problemas de absenteísmo, presenteísmo, rotatividade, diminuição de produtividade, estão intimamente relacionados ao estado de saúde de seus funcionários e que uma abordagem adequada pode reverter seus números.
Os programas de saúde visam contribuir para a mudança do estilo de vida visando um estilo de vida saudável e de acordo com o estado de saúde dos colaboradores e a abordagem que necessitam, podem ser divididos em:

  • Prevenção primária: focada em pessoas saudáveis, onde se promove o exercício, a alimentação saudável e a gestão do estresse.
  • Prevenção secundária: voltada para colaboradores que já possuem risco de apresentar doenças, por hábitos inadequados, e revelam alterações como excesso de peso, glicemia e lipídios elevados, entre outros.
  • Prevenção terciária: para colaboradores com doenças como diabetes, depressão, distúrbios osteomusculares, com o objetivo de obter melhor adesão ao tratamento e retardar o desenvolvimento de complicações.

Por esse motivo, ter programas de saúde preventivos adaptados às necessidades individuais das pessoas que compõem as equipes de trabalho e que atuam física, mentalmente e nutricionalmente, gerará uma diminuição do absentismo laboral por doença, nos custos de saúde atendimento (que de outra forma pode chegar a R$ 21 mil por funcionário).

Além disso, o estudo realizado pela Factorial HR e a GOintegro, no qual participaram mais de 300 gestores de RH, revelou que se implementados corretamente, os programas de saúde e bem-estar provocam um aumento significativo na produtividade e uma melhora de até 50% na percepção do ambiente de trabalho adequado.

Karen Salirrosas é diretora médica executiva da Smart Doctor, healthtech especializada em soluções focadas na saúde e bem-estar de colaboradores e suas famílias, priorizando a prevenção de doenças.

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