Hospital mantém cirurgias mamárias durante a pandemia

A.C.Camargo Cancer Center realizou 146 cirurgias mamárias para tratamento do câncer, uma queda de apenas 13,17% em relação ao ano anterior

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O ano de 2020 foi marcado pela chegada de uma nova doença, a Covid-19, mas patologias já conhecidas não podem ser esquecidas. A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) estimam que, durante a pandemia, até 50 mil casos de câncer deixaram (ou deixarão) de ser identificados, diagnosticados e tratados no Brasil.

Na contramão desses dados, a pandemia não foi um impeditivo para que o A.C.Camargo Cancer Center mantivesse o tratamento e a prevenção do câncer de mama. Enquanto boa parte dos centros de tratamento de câncer no mundo fecharam suas portas parcial ou totalmente diante da pandemia, o hospital afirma ter revisado rigorosamente seus protocolos e seguiu com os atendimentos aos pacientes da doença, além de reduzir o número de óbitos e de complicações pós-operatórias relacionadas à Covid-19.

Segundo aponta o estudo inédito “Como manter o tratamento eletivo do câncer de mama durante a pandemia Covid-19 – Uma experiência do A.C.Camargo Cancer Center”, publicado pelo Journal of Surgical Oncology, no período de 9 de março a 30 de maio de 2020 foram realizadas 146 cirurgias mamárias para o tratamento do câncer com sucesso – uma queda de apenas 13,17% em relação ao ano anterior.

A grande preocupação do Departamento de Mastologia foi desenvolver um plano eficiente, capaz de reduzir o número de cirurgias durante a pandemia, porém, sem afetar negativamente o prognóstico do paciente. Sabemos que quando mais cedo o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama, maiores são as chances de cura e garantia da qualidade de vida. É isso que reforçamos especialmente durante a campanha do Outubro Rosa”, explica Fabiana Makdissi, head da Mastologia A.C.Camargo Cancer Center.

Hospital não suspendeu nem postergou cirurgias

De acordo com a pesquisa realizada por membros da área de Mastologia da Instituição, o ponto crucial foi o desenvolvimento de um comitê multidisciplinar cirúrgico e clínico em janeiro de 2020, antes mesmo do primeiro caso confirmado de contaminação pelo novo coronavírus no Brasil.

Além da adoção de uma série de protocolos de segurança seguindo orientações de órgãos de saúde nacionais e internacionais, a equipe considerou que cirurgias envolvendo tumores curáveis não seriam suspensas nem postergadas, visto que o procedimento foi considerado o melhor tratamento para aqueles pacientes.

Em meio à pandemia de Covid-19, defendemos que é viável estabelecer e implementar medidas de segurança que permitam o diagnóstico seguro e o tratamento contínuo de pacientes com câncer de mama. Sem essa agilidade, podemos ver aumentar ainda mais a mortalidade do câncer de mama no Brasil”, afirma Fabiana.

Se infectado pela Covid, paciente deve aguardar cirurgia

Ainda segundo a pesquisa, entre março e maio desse ano apenas três pacientes que seriam submetidos à cirurgia mamária foram diagnosticados com o novo coronavírus. Nesses casos, a diretriz do Cancer Center é reagendar a cirurgia para 15 dias mais tarde, contemplando o período necessário de recuperação, mais uma semana adicional para a realização de um novo teste RT-PCR, considerado o padrão-ouro no diagnóstico da Covid-19.

Além da área de Mastologia, o A.C.Camargo Cancer Center revisou seus protocolos e adotou o Atendimento Oncológico Protegido (AOP) para todas as suas especialidades, com uma série de medidas de segurança, excelência e agilidade seguindo os parâmetros determinados pela própria Instituição, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde

Sinais, sintomas e tratamento durante isolamento social

A maioria das ocorrências do câncer de mama ocorre após os 50 anos de idade e cerca de 30% dos casos podem ser evitados com atitudes simples focadas em hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividade física, alimentação balanceada e redução no consumo de bebidas alcoólicas.

É importante também se manter atento aos sinais do próprio corpo, especialmente durante o período de isolamento, em que é esperado uma procura menor por atendimentos médicos e hospitalares.

“Apesar de a mamografia a partir dos 40 anos ser o exame capaz de detectar a doença ainda em fase inicial, é essencial conhecer e estar atento ao próprio corpo”, afirma Dra. Fabiana.

Os principais sinais de um possível tumor mamário, apontados pela médica, são:

• Nódulo em parte da mama;

• Mudanças na aréola e no mamilo: por exemplo, a inversão do mamilo para dentro

• Saída de secreção (exceto leite) pelo mamilo;

• Irritação da pele ou aparecimento de irregularidades, como covinhas ou franzidos, que fazem a cútis se assemelhar à casca de uma laranja;

• Vermelhidão ou descamação do mamilo ou pele da mama;

• Caroço nas axilas.

Atendimento multidisciplinar

Para o sucesso do tratamento, além do diagnóstico precoce, é importante contar com um grupo multidisciplinar que acompanhará todas as fases do tratamento do paciente.

“No caso do tumor de mama, se diagnosticado em fases iniciais as taxas de cura podem superar os 95%2. Junto a essa eficiência no diagnóstico, contar uma ampla estrutura garante um cuidado integrado e multidisciplinar que será essencial para a cura e reabilitação do paciente”, completa a oncologista.

Presente em São Paulo com três unidades, o Centro de Referência de Mama do A.C.Camargo Cancer Center conta com profissionais de aproximadamente 20 especialidades, entre cirurgiões, anestesistas, oncologistas clínicos, radioterapeutas etc. Segundo a médica, a equipe leva em conta características clínicas individuais e o perfil biológico do tumor.

 

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