Como o câncer dos filhos muda a vida das mães

Conheça histórias de superação de três mães que relatam se tornarem mais fortes após diagnóstico dos filhos em tratamento no Hospital do GRAACC

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“Sem chão”. É assim que muitas mães se sentem ao receber a informação de que o seu filho está com câncer. Esse momento pode gerar sentimentos como o medo, insegurança e muitos questionamentos. Isso porque tanto o pequeno paciente como os familiares embarcam em uma nova caminhada, a começar pela nova rotina que marca o início do tratamento.

De repente, mudam todos aqueles planos e projetos para o futuro, que agora dão uma pausa emergencial para focar no cuidado com a saúde. Em um piscar de olhos, estas mães largam tudo: trabalho, rotina, família e vão em busca do melhor tratamento. O dia a dia se transforma em exames, consultas, hospital, farmácia, enfim, um novo roteiro dedicado 24h à saúde. E com esta nova rotina, essas mães passam a ter um único foco: dedicar toda energia e amor no tratamento e cura da criança.

Para homenagear as mamães em uma data tão especial, vamos relatar algumas histórias para mostrar o quão fortes, guerreiras e resilientes são as mamães de crianças que estão em tratamentos oncológicos:

Do Mato Grosso para São Paulo

‘Após o diagnóstico da minha filha eu percebi que sou infinitamente mais forte’

Fernanda Vieira Pinzon, 36 anos. Mãe da Manu (Manuella), de seis anos e da Gabi (Gabriela), de 1 ano e 8 meses. Em fevereiro deste ano a vida de Fernanda começou a se transformar. Neste mês, ela percebeu um inchaço na barriga da Gabi e logo marcou consulta na pediatra em Mato Grosso. “Entre um ultrassom e hemogramas notou-se que o baço da minha pequena Gabi estava muito grande. Nos indicaram o Hospital de Câncer em Cuiabá, que nos informou o diagnóstico de tumor de Wilms, um tipo raro de câncer de rim que atinge crianças. Foi neste momento que o meu mundo caiu e, ao mesmo tempo, veio uma força para lutar pela minha filha. Deixamos nossos empregos e família e viemos para São Paulo, em busca do melhor tratamento para a minha Gabi”, relata Fernanda.

Desde que chegaram em São Paulo, no dia 11 de março, no Hospital do GRAACC, a pequena Gabi já passou por seis ciclos de quimioterapia para a redução do tumor, que ainda será removido do rim. Elas chegaram na cidade junto com as medidas de contenção da pandemia do novo coronavírus e com indicação de isolamento social. A irmã da Gabi, que tem seis anos, estava com a família em Mato Grosso, mas veio para São Paulo e está com a mãe e a irmã até acabar a quarentena.
Conseguimos trazê-la para São Paulo e alegrar os dias da Gabi. Em Mato Grosso morávamos em uma cidade pequena e podíamos passear nas ruas, íamos nas praças e as crianças brincavam muito com os amiguinhos. Atualmente, alugamos um apartamento e só saímos de casa para irmos ao hospital, farmácia e mercado, até a pandemia passar”, explica.

Com a proximidade do Dia das Mães, a sensibilidade vem à tona e Fernanda diz: “o câncer chega para nos transformar. Após o diagnóstico da minha filha eu percebi que sou infinitamente mais forte. Larguei casa, família, rotina, o meu trabalho para acompanhar todo o tratamento. Estou serena e vivo um dia de cada vez. Eu vou passar o Dia das Mães com a minha filha em tratamento, mas com a certeza de que ainda temos muitos desafios e com fé, força e muita luta vamos superar e vencer”, diz Fernanda Pinzon.

De Minas Gerais para São Paulo

‘Fiquei abalada, mas depois vem uma força e me tornei uma guerreira’

Karine Cossi, 32 anos, mãe da Nicole, de 4 anos, é carioca e estava morando em Minas Gerais há sete anos, onde era professora. Karine está em São Paulo desde outubro de 2019, quando descobriu um caroço no abdômen de Nicole.

“Assim que percebi que a barriga da minha filha estava diferente e mais inchada, eu agendei consulta na cidade de Barbacena (MG), e a médica imediatamente internou minha filha em Belo Horizonte, onde fiquei uma semana até descobrir que lá não haveria o tratamento e, assim, nos encaminharam para o GRAACC. Quando recebi o diagnóstico da minha filha, um tumor de Wilms, levei um susto e pensei: minha primeira e única filha com câncer. Respirei fundo e conversei com o meu esposo e decidimos ir para São Paulo, mesmo sem conhecer ninguém na cidade”, explica Karine.

Karine, o esposo e a filha estão hospedados em um apartamento em São Paulo, desde outubro de 2019, que pertence a igreja onde frequentavam na cidade onde moravam. “De outubro até hoje, a minha filha já passou por 19 sessões de quimioterapia, enfrentou mais 14 sessões de radioterapia, retirou um rim e fez muitas transfusões de sangue. Ainda faltam quatro meses de tratamento. A Nicole é guerreira e é por ela que sou forte”, diz.

Nicole vai completar 5 anos no mês de agosto e estará na reta final do tratamento. “Quando descobri o câncer na minha filha fiquei abalada, mas depois vem uma força e me tornei uma guerreira. O câncer chegou em nossa família para nos transformar em pessoas melhores. Hoje eu tenho mais fé na humanidade. Conheci muitas pessoas boas em São Paulo. Antigamente eu não acreditava nas pessoas e hoje eu recebo tanta ajuda e palavras de carinho e conforto que agradeço a cada instante. A nossa vida se tornou um verdadeiro milagre de outubro pra cá”, relata Karine Cossi.

Do Japão para São Paulo

‘O câncer modifica as mães. Conseguimos olhar para dentro e para o mundo de uma outra forma: com mais força e sensibilidade’

Larissa Mendes, 25 anos, mãe do Miguel, de 2 anos e seis meses, morava em Campinas. Em 2017 nasceu o pequeno Miguel e em 2019 Larissa e o filho foram para o Japão, acompanhar o esposo, que recebeu uma proposta para jogar futebol em um time do país. “Sair do Brasil, deixar a família e se mudar com uma criança pequena me deu um frio na barriga. Mas ver o meu filho saudável, sempre alegre e brincalhão me trazia ânimo em um lugar tão distante de tudo e de todos. Porém, depois de algum tempo no Japão, eu comecei a observar a barriga do Miguel mais durinha e inchada do lado direito. Marcamos um pediatra que falava a língua portuguesa e, só de examinar o meu filho, ela nos disse que ele tinha um tumor, e que era preciso fazer exames de imagens para descobrir se era no fígado ou baço. Eu fiquei sem ar e agendamos para o dia seguinte uma bateria de exames”, relata Larissa.

Ao receber o diagnóstico de hepatoblastoma, um tumor maligno que surge, primariamente, no fígado, Larissa correu e foi pesquisar no Google o que era, o tratamento e as chances de cura, além do melhor hospital para a cura do seu pequeno. “Cheguei no Brasil no dia 01 de abril com a internação do meu filho já agendado no GRAACC após prévia análise do caso pela instituição, que já começou com o primeiro ciclo de quimioterapia. Miguel precisará ainda remover o tumor no fígado e, após a cirurgia, vai entrar no segundo ciclo de quimioterapia. Precisei aceitar. Depois da aceitação veio a gratidão por saber e conhecer pessoas que estão passando por situações piores e ainda são felizes e gratas a Deus”, esclarece.

No ano passado, Larissa passou o Dia das Mães no Japão. Já neste ano estará em São Paulo e ficará na cidade até o final do tratamento do seu filho, previsto para outubro. “O Miguel já era uma benção em minha vida. Depois do câncer eu o vejo de forma mais especial. O câncer modifica as mães em pessoas diferentes. Conseguimos olhar para dentro e para o mundo de uma outra forma: com mais força e sensibilidade”, explicou Larissa Mendes.

Expertise no tratamento de tumores infantis

De acordo com Monica Cypriano, vice-diretora clínica do GRAACC, o tumor de Wilms é o tumor renal mais comum na infância. Este tipo de tumor acomete crianças abaixo dos 5 anos de idade, e tem uma excelente taxa de cura, que alcança 90% nos casos localizados e acima de 75% nos casos disseminados (quando o tumor atinge outros órgãos).

No GRAACC temos índices de curas compatíveis aos melhores centros internacionais, com uma equipe multidisciplinar altamente especializada no tratamento de tumores infantis, que participam ativamente na coordenação de grupos cooperativos internacionais e nacionais. Estamos sempre atentos as últimas descobertas na área oncológica, e proporcionamos um ambiente lúdico e acolhedor aos nossos pacientes no enfretamento da doença”, esclarece a Dra. Monica.

O hepatoblastoma (tumor maligno do fígado) mais comum na infância, corresponde apenas 1% dos cânceres pediátricos. Eles são tratados por meio de cirurgia, quimioterapia e, ocasionalmente, transplante de fígado. Os procedimentos cirúrgicos no fígado são mais delicados. Por isso a remoção destes tumores precisa ser realizada por equipe treinada e altamente especializada no tratamento oncológico pediátrico em uma instituição com equipe de terapia intensiva e hemoterapia de excelência”, orienta a especialista.

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