Como o SUS se prepara para a chegada da vacina contra a Covid-19?

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A pandemia do coronavírus trouxe um imenso desafio para a saúde pública brasileira. A crise obrigou o Ministério da Saúde a se adaptar a uma realidade incerta e que muda a cada momento. Enquanto aguarda a vacina para a Covid-19 para imunizar a população e derrotar o vírus, a pasta traça os planos para o ano que vem. Entre as metas para 2021 estão o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), investimento em tecnologia e a regionalização dos hospitais, a fim de expandir o atendimento para o interior dos estados.

Estamos numa operação de guerra contra um inimigo invisível, que está atormentando toda a população global. Com relação aos planos para 2021, já está prevista na Lei Orçamentária Anual a retomada das atividades do SUS dentro de um novo normal. É investimento em tecnologia, reforço à atenção primária, a regionalização dos hospitais e tornar o SUS mais eficiente e mais forte”, afirmou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Antônio Élcio Franco Filho, durante o webinar Arena de Ideias, transmitido na última quinta-feira (8) pela In Press Oficina.

Além do objetivo de reforçar o SUS, o secretário destacou o esforço do governo junto com a comunidade científica internacional para auxiliar na descoberta da tão esperada vacina contra a Covid-19. O Brasil participa da Covax Facility, coalizão da Organização Mundial da Saúde (OMS) composta por nove laboratórios e mais de 160 países para impulsionar o desenvolvimento de vacinas.

Há uma corrida mundial de laboratórios para o acesso à vacina. Além da Covax, temos a Oxford/Astrazeneca e estamos prospectando em todo o mundo. O que queremos é uma vacina segura, eficaz, em quantidade para atender nosso programa nacional de imunizações e evidentemente de um preço que atenda às nossas necessidades”, reforçou.

Carteira de vacinação digital e identificação por CPF

Para garantir a segurança da população, a agilidade no atendimento e a eficiência dos serviços prestados durante a campanha de vacinação contra a Covid-19, o Ministério da Saúde está investindo na modernização do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). Na última quinta-feira (8), o diretor do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), Jacson Venâncio de Barros, anunciou duas frentes de atuação da pasta: a identificação por meio do CPF do cidadão e do registro na carteira de vacinação digital.

“É importante que todos contribuam com essas informações. Hoje, nós temos uma, duas, três vacinas possíveis a serem aplicadas. E quando tiver três, quatro ou 10? Se nós não tivermos o controle, o paciente pode tomar a vacina de uma dose tipo A e nós temos que evitar que ele tome uma segunda dose da vacina B”, explicou Jacson.

Cada dose será identificada na carteira digital de vacinação do paciente, o que vai gerar mais controle, evitando que uma mesma pessoa tome vacinas de laboratórios diferentes. Além disso, o sistema permitirá o monitoramento caso a caso de reações adversas na população.

A estratégia contará com o suporte dos estabelecimentos de saúde informatizados, onde os profissionais de saúde identificarão o cidadão por meio do CPF ou do Cartão Nacional de Saúde (CNS). Caso o paciente ainda não esteja cadastrado nas bases do Ministério da Saúde (MS), o profissional poderá registrá-lo no momento do atendimento.

Carteira Nacional Digital de Vacinação – Além de conectar sistemas de notificação e rastrear diversas plataformas tecnológicas, a modernização do SI-PNI vai contribuir para aprimorar o sistema de saúde pública. Uma das novas funcionalidades do Conecte SUS Cidadão é a Carteira Nacional Digital de Vacinação. “O registro identificado permitirá a tão sonhada Carteira Nacional Digital de Vacinação”, ressalta Jacson Barros.

O DATASUS atua na criação de um certificado de vacinação em formato PDF e com QRCode de validação para manter a garantia de segurança do documento emitido. O cidadão poderá acessar a carteira de vacinação por meio do aplicativo do Conecte SUS ou de qualquer computador com acesso à internet.

Legados e aprendizados da pandemia

Mais de seis meses após o início da pandemia do coronavírus, o Brasil ampliou a quantidade de leitos e equipamentos de UTI. Diante desse cenário, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular avaliou que o país tem que tirar proveito desses investimentos, durante o webinar Arena de Ideias.

Se vai ter um legado nessa pandemia, é que vamos ganhar mais leitos de UTI. Recebemos um número grande respiradores e temos que aproveitar isso. O número de respiradores e leitos de UTI sempre foi um grande gargalo e isso vai melhor muito. Temos que continuar mantendo leitos de UTI a mais e com folga”, ressaltou Eduardo Rocha.

Rocha acredita no sucesso das pesquisas acerca da vacina contra a Covid-19. Tanto que participa dos testes como voluntário. “Queria passar a minha confiança na ciência. Confio na ciência e nos cientistas que estão levando a frente esses estudos de vacina e me voluntariei para um desses estudos. Fui vacinado 28 dias atrás e hoje eu fiz meu quinto exame para mostrar a eficiência. Ou seja, acredito tanto na ciência que me voluntariei para oferecer dados para serem estudados”, revelou.

Para Márcia Leite, diretora de Relacionamento com a Mídia da In Press Oficina e de Atendimento do Ministério da Saúde, outro legado deixado pela pandemia é a importância de uma comunicação verdadeira e transformadora na condução da maior crise mundial de saúde. Afinal, em tempos de fake news, é fundamental que o Ministério da Saúde atue com transparência para manter a imprensa e a população informada sobre a doença, de maneira clara e eficiente.

Uma informação errada pode prejudicar, e muito. É imensurável. O plano de comunicação é a bússola que vai guiar todas as diretrizes estratégicas do órgão, o relacionamento com a imprensa e a sociedade. A comunicação hoje é vista pela gestão como uma área estratégica. Numa gestão de crise, ela tem um papel essencial. A gente acredita que a comunicação de verdade, transforma”, completou.

A diretora de Relacionamento com o Poder Público da In Press Oficina, Fernanda Lambach, fez a moderação do bate-papo.

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