Como aumentar nossa resiliência em meio a tantas adversidades?

Para bióloga e escritora, pandemia é um bom momento para treinarmos a nossa águia interior. Jornalista lança livro gratuito sobre resiliência

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Chegamos ao fim de 2020 vivos e, certamente, mais fortes. Mas como sobreviver em um cenário de tantas adversidades? Nossa capacidade de resiliência pode explicar, dizem os especialistas. Mas é possível aumentar esse poder, diante de tantas intempéries? Algumas obras lançadas este ano prometem ajudar a criar ou fortalecer essa capacidade, a partir de hábitos e atitudes.

Um dos temas mais procurados nos sites de pesquisa da internet são dicas de como superar os problemas relacionados com o isolamento social. Talvez você já tenha ouvido falar da história onde as águias, após atingirem certa idade, isolam-se no alto de uma montanha para se renovarem por meio de uma transformação bastante dolorosa. Elas arrancam as próprias penas, as garras, e finalmente quebram o bico contra a rocha. A lenda diz que isso faria elas viverem por muitos anos mais após esse processo.

De acordo com a escritora e bióloga, Paola Giometti, um animal capaz de passar por tamanho sofrimento e ainda sobreviver, só poderia ser muito poderoso e, tudo isso seria muito bonito se fosse verdade. “O fato é que nenhuma águia é capaz de se ferir desse modo, caso contrário morreria de fome, frio – as montanhas são congelantes – ou por uma infecção”, explica.

As lições de ‘O Código das Águias’

Inspirada nessa lenda do isolamento da águia a autora de fantasia escreveu ‘O Código das Águias’, uma singela e profunda história de parceria entre águias e seres humanos. “Escrever esse livro foi um modo de desmistificar a lenda e ao mesmo tempo contar ao leitor como seria possível existir uma “águia” com essa capacidade de resiliência e regeneração”, conta a autora.

O protagonista da história é Hankpa, uma jovem águia, que logo ao aprender a voar é capturado por uma tribo para auxiliá-los na caça de alimentos. Convencido por outras águias da importância daquela parceria, Hankpa abdica de sua liberdade e se vê diante de um compromisso com um novo “ninho”.

O ponto chave da história é quando o protagonista cria um forte elo com o homem que o capturou – e que leva um tipo de cocar de cabeça de águia sobre a própria cabeça. Num desafortunado dia, esse homem adoece e precisa migrar com Hankpa para uma montanha em busca de um remédio.

E aqui entra uma alusão entre a famosa lenda da transformação da águia e o momento de transformação do homem que, por causa da doença, passa pelo pior momento de sua vida, confrontando e lutando contra a morte. Ferido e sentindo muita dor, ele se isola em uma fenda no alto da montanha para iniciar o seu processo de recuperação e renascer com resiliência para sair renovado para uma nova vida, despertando a águia que existe dentro dele.

Na verdade, nós somos a verdadeira águia, acredito que somos o único animal capaz de se renovar de inúmeras maneiras e no momento em que isso for decidido”, afirma Paola.

A escritora explica que não há águia que resista a tamanho sofrimento e é fato que os seres humanos com seu conhecimento, compreensão dos fatos e a sua habilidade de resiliência são incrivelmente capazes de encontrar meios de se adaptar, superar as dificuldades e sobreviver.

Como treinar nossa águia interior?

O isolamento social é um bom momento para treinarmos a nossa águia interior, fortalecermos os laços de cuidado e amor próprio, de nos apropriarmos de nossas habilidades e nos reconciliarmos com memórias mal resolvidas. Não há dúvida de que, quando tudo isso passar, seremos expostos a novos desafios e, certamente, com nossa experiência de águia resiliente estaremos mais treinados e fortalecidos em nossos próximos voos”, afirma Paola.

Segundo ela, no cenário que vivemos ser flexível não basta, é importante desenvolver a resiliência evolutiva, que não só nos permite lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas “voltando ao estado original” mas voltar melhor do que se era, atendendo assim ao propósito essencial de todo ser humano: ser hoje, melhor que ontem, e amanhã melhor que hoje.

“E para desenvolver esta competência temos que dar a cara a tapa. Isso mesmo: experimentar e falhar! Experimentar é a chave para gerir o tão falado cenário incerto e ambíguo que vivemos, afinal por meio dela podemos entender melhor no que somos bons, e onde não somos, e com isso compreender melhor os dias atuais. Experimentar é testar, capturar feedbacks e melhorar constantemente”, afirma a autora.

3 dicas para ampliar a resiliência

Paola sugere aos leitores aplicar as três dicas abaixo para ampliar a sua resiliência evolutiva. “Uma competência que fará que você, após cair, levante melhor do que antes”. Confira:

1 – Teste – Questione, provoque, investigue e implemente a sua ideia. Seja ela qual for, se servirá para atender alguma necessidade, não atendida de alguém, coloque em prática.

2 – Falhe – Falhar significará que a sua ideia neste momento e neste contexto não atende a necessidade. Em outro momento ou em outro contexto poderá ser válida.

3 – Aprenda com a falha – Encare a falha não como algo negativo, mas como uma possibilidade de aprendizado. E aqui está o pulo do gato. Falhar treina nossa resiliência, a nossa capacidade de cair e se levantar novamente, quantas vezes forem necessárias e entender o que deu errado e o que deu certo.

“Um experimento, com duas companhias de soldados das Forças de Defesa de Israel, em exercícios de navegação comprovou que os soldados que discutiram sucessos e fracassos aprenderam de forma mais rápida porque desenvolveram modelos mentais mais ricos do que os soldados que só haviam discutido suas falhas”, destaca Paola.

Paola começou a escrever aos 11 anos

Paola Giometti é autora de vários livros (Foto: Divulgação)

Paola Giometti, 36 anos, é bióloga, PhD em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo e escritora brasileira, com obras publicadas voltadas ao público Infanto-juvenil. Aos 11 anos foi considerada a escritora mais jovem do Brasil com a publicação do livro Noite ao Amanhecer, publicado pela escritora Cassandra Rios.

Escreveu a série Fábulas da Terra composta pelos livros O Destino do Lobo, O Código das guias e O Chamado dos Bisões (Elo Editora), onde histórias de vida selvagem são narradas num contexto por volta de 16 mil anos, quando a domesticação começou a acontecer, publicados em língua portuguesa. Foi convidada a gravar os audiolivros de O Destino do Lobo e O Código das Águias, sendo o primeiro um dos mais acessados na Ubook em 2016.

Em 2018, lançou o livro Drako e a Elite dos Dragões Dourados (Lendari), sendo citado pela mídia como “fantasia que reflete sobre as diferenças, ajudando jovens a superar pessimismo e problemas com autoestima”. O livro levou os 6 primeiros lugares do Alien Awards de 2018 por voto popular nas redes sociais, além de nomeá-la melhor autora nacional no mesmo ano.

Paola hoje faz parte do Catálogo Internacional de Escritores Brasileiros. Vive em Tromsø, na Noruega, desde 2018, um lugar inspirador para suas histórias onde dá continuidade a carreira literária com o lançamento de The Destiny of the Wolves (Underline Publishing) e Das Schicksal der Wölfe (Editora Gira Brasil-Alemanha). Este ano, Paola fez o curso de Storytelling pela Pixar, além de lançar os livros Symbiosa e a Ameaça no Ártico e Noite ao Amanhecer (Elo Editora).

Livro gratuito sobre ‘filosofia da resiliência’

Fabiano de Abreu escreve livro de autoajuda inspirado em conhecimentos de neurociências (Foto: Divulgação)

Fabiano de Abreu, diretor da MF Press Global, uma empresa de assessoria de imprensa e de mídia social, com representações no Brasil, Portugal e Estados Unidos, se apresenta como jornalista, empresário, doutor em neurociências, psicólogo, neuropsicólogo, neuropsicanalista, neuroplasticista, psicanalista, psicopedagogo, filósofo, nutricionista clínico… Ufa!! Haja resiliência!

Fabiano afirma que ainda é membro da Mensa, uma associação que reúne pessoas e alto QI, com sede na Inglaterra e representação no Brasil. É também especialista em estudos da mente humana e pesquisador no CPAH – Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, que ele mesmo criou junto com uma neuropsicóloga brasileira e uma arqueóloga portuguesa.

Ex-proprietário da agência MF Models, agora Fabiano também virou escritor, ao criar o projeto “Conhecimento para todos”, com a divulgação de livros gratuitos. A ideia, segundo ele, surgiu bem no começo da pandemia. “Quando o vírus estava tomando a Europa, logo imaginei que isso seria uma pandemia e no mundo globalizado que vivemos, as informações seriam uma chuva de meteoros em nossas cabeças doentes”, diz, por meio de sua assessoria de imprensa.

Ele conta que procurou criar uma obra de autoajuda para que pessoas pudessem adotar hábitos saudáveis, em especial neste período em que vivemos a pandemia do coronavírus. “Antes da Covid-19 se tornar uma pandemia, eu já tinha começado a escrever a série dos livros, justamente, pensando na saúde mental das pessoas, a forma como elas deveriam se comportar para alcançar uma melhor qualidade de vida. Nesta obra, eu procurei abordar temas variados e divertidos para que a leitura se torne prazerosa”, afirma o autor.

A inspiração para o projeto, segundo ele, surgiu a partir de diversas questões filosóficas. “Pensei na ansiedade, no estresse, na imunidade baixa como consequência disso e mais mortes por causa do coronavírus. Pior, a quantidade de pessoas afetadas mentalmente que poderiam sofrer consequências dessa instabilidade. Não podemos esquecer que quando alterados, nossos mensageiros químicos nunca mais serão os mesmos. Um trauma de agora pode ser uma depressão de daqui a muitos anos”, diz ele. 

‘Ansiedade potencializada e constante’

Em seu último livro da série, “Filosofia da Resiliência Humana”, da série “Conhecimentos para todos”, Fabiano pontua os comportamentos humanos e ensina como devemos trabalhar cada um deles para melhorarmos a nossa saúde mental.

Todos os outros quatro livros falaram de comportamento e como devemos agir para que tenhamos uma vida melhor. Mas este toca na questão da pandemia em si, momento em que os problemas se tornaram mais potencializados como a ansiedade, a ira, a incógnita do futuro, entre outros. Nele, ainda falo dos pets em relação ao momento que vivem com seus donos em casa”, afirma.

Segundo Abreu, vivemos uma doença universal que ele denomina ‘ansiedade potencializada e constante’, consequência do vício em dopamina. “Vivemos numa cultura que nos força a buscar conquistas a todo instante. E no livro explico como as pessoas deveriam se comportar para alcançar uma melhor qualidade de vida. Na obra, abordo temas variados e divertidos para que a leitura se torne prazerosa”, ressalta.

Leitura x hormônio do prazer

Fabiano diz que uma de suas formações é focada na neuroplasticidade cerebral e por isso sabe o quanto a leitura é importante. Ele ainda afirma ficar satisfeito ao liberar a sua dopamina (hormônio do prazer, da felicidade e ajudar as pessoas a liberarem as suas através da leitura. “A minha recompensa é receber o retorno positivo dos leitores, que recebem o livro de forma gratuita. Eles agradecem e sempre estão falando que conseguiram alcançar mudanças significativas em suas vidas. Isso é o que me faz feliz”. 

Com a leitura podemos tomar atitudes que nos favoreçam de forma positiva. A plasticidade que nosso cérebro faz na leitura, reforça a nossas sinapses, melhorando, assim, o nosso humor. Com isso, abrimos a nossa memória para absorvermos mais conhecimento para melhores atitudes. É um ciclo como é todo nosso organismo e seu funcionamento. E foi isso tudo que procurei colocar nesta série de cinco volumes.

Ele ainda explica as outras obras da série. “Os 7 pecados capitais” fala dos pecados conhecidos e que cometemos, seja pela natureza humana ou não, dependendo, podem se tornar um grande problema. Como devemos nos comportar para não pecar ou pecar menos. “Romantizando a Filosofia” fala de comportamentos de uma forma mais fácil, romantizada, estamos na era do cuidado com as palavras, onde tudo gera alguma calamidade”, afirma o autor.

“Filosofia do Comportamento” é a raiz do intuito dos meus livros que falam todos de comportamentos e como lidar com eles. Já “Filosofia da educação infantil” é um dos que mais gosto, pois estamos no pior momento da educação, seja ela escolar ou parental. O último livro não deixa de ter o teor filosófico dos anteriores, mas com um toque mais relacionado aos problemas da pandemia e a sua relação com a saúde mental.

*Para receber os 5 livros, solicite por mensagem a escritor@fabianodeabreuoficial.

Com Assessorias

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