Conheça as doenças urológicas que mais atingem os homens

Sociedade Brasileira de Urologia esclarece formas de prevenção, diagnóstico e tratamento da hiperplasia da próstata, pedra nos rins e câncer de próstata

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

Assim como as mulheres realizam exames preventivos para evitar doenças como câncer de mama, útero e ovário, os homens devem ter o hábito de fazer avaliações rotineiras para evitar agravamento de doenças urológicas como hiperplasia da próstata, pedra nos rins e câncer de próstata. Na semana dedicada ao homem, a Sociedade Brasileira de Urologia esclarece as principais doenças urológicas que acometem os homens.

A hiperplasia prostática benigna (HPB), caracterizada pelo aumento benigno da próstata, acomete cerca de 50% dos homens após os 50 anos. Estima-se em torno de 2 milhões de homens diagnosticados com a doença por ano no Brasil. O problema pode provocar a obstrução da uretra prostática, por onde passa a urina, causando dificuldade para esvaziar a bexiga.

Outra doença da próstata é o câncer, segundo tumor mais incidente no homem, de acordo com o Inca (o primeiro é o câncer de pele não melanoma). Já o cálculo urinário é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Também conhecido como litíase urinária, é estimado em 2% a 3% da população geral, podendo variar de 1% a 15% e tem o pico de incidência entre os 20 e os 40 anos.

É importante que o homem esteja atento e não hesite em procurar auxílio médico especializado sempre que perceber qualquer alteração da normalidade de sua saúde e faça rotineiramente avaliações e exames preventivos para detectar possíveis alterações silenciosas”, afirma o coordenador da área de HPB da SBU, Ricardo Vita.

Segundo os urologistas, o cuidado com a saúde do homem de uma forma global deve ser estimulado. “Doenças cardiovasculares e outros tipos de câncer podem potencialmente limitar a expectativa de vida do homem. Estimulá-lo a rastrear doenças como diabetes, doenças cardiovasculares ou câncer de cólon são igualmente importantes”, recomenda o coordenador da área de Câncer de Próstata da SBU, Dr. Rafael Coelho.

Entenda as doenças:

Como é feito o diagnóstico? 

*HPB – O diagnóstico de HPB é baseado principalmente na história clínica com avaliação dos sintomas de armazenamento, esvaziamento e pós-miccionais. Questionários de escore de sintomas podem incrementar o raciocínio diagnóstico e exames complementares como análise de urina e de função renal, ultrassonografia das vias urinárias e próstata e urofluxometria livre podem auxiliar para uma melhor acurácia diagnóstica. Os principais sintomas da HPB são: redução do jato urinário, demora ou esforço para iniciar a micção, gotejamento terminal, micção intermitente, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e necessidade de urinar várias vezes à noite.

*Cálculo renal – O diagnóstico de litíase urinária é baseado em exames de imagem, como tomografia e ultrassonografia. Entre os sintomas estão: dor lombar variável e intensa, em cólica; náuseas e vômitos; vontade aumentada de ir ao banheiro para urinar mas sem conseguir expelir muita urina.

*Câncer de próstata – “Houve grande evolução nos métodos de seleção dos homens que precisam realizar biópsia de próstata. Hoje utilizamos não apenas o PSA, mas também marcadores genéticos e exames de imagem, como ressonância magnética, para determinar qual paciente tem alto risco de biópsia positiva. Quando é necessária a biópsia, fazemos a mesma através de aparelhos de fusão de imagem, que permitem retirar amostras precisas das regiões suspeitas na ressonância magnética. Deste modo, é possível evitar biópsias desnecessárias e aumentar a precisão da mesma quando necessária”, explica o coordenador da área de Câncer de Próstata, Dr. Rafael Coelho.

Vale ressaltar que a indicação da SBU é que o homem deve procurar um profissional especializado a partir dos 50 anos para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de dez anos. Em estágio inicial, a doença não apresenta sintomas.

Quais são os tratamentos existentes hoje em dia?

*HPB – A terapia farmacológica é, na maioria das vezes, a escolha de primeira linha. Na ocorrência de algumas complicações clínicas como, por exemplo, insuficiência renal ou infecções urinárias de repetição, o tratamento cirúrgico deve ser considerado. A ressecção endoscópica da próstata e a prostatectomia simples aberta são as cirurgias padrões, mas outros tratamentos como vaporização e enucleação por energias de laser, bem videolaparoscópico ou robô-assistidos para próstatas grandes, são opções que apresentam suporte científico suficiente e aos poucos ganham espaço na prática clínica.

*Cálculo renal – O tratamento do cálculo já formado está em constante evolução, com técnicas menos invasivas. A litotripsia a laser é o tratamento mais recente, com desenvolvimento de novos equipamentos de laser. É necessário tratar com intuito de reduzir a recorrência de cálculos.

“Pacientes que já têm diagnóstico de cálculo devem fazer acompanhamento periódico, com exame clínico e de imagem. As dietas são muito específicas para cada cálculo urinário, porém conselhos gerais são muito efetivos, como a ingesta de líquido de forma abundante e o consumo restrito de sal”, recomenda o coordenador da área de Endourologia da SBU, Dr. Ernesto Reggio.

*Câncer de próstata – Os tratamentos consistem em cirurgia aberta, cirurgia laparoscópica, cirurgia robótica e vigilância ativa. “Para doença localizada e localmente avançada, há cirurgia robótica, que permitem maximizar a recuperação funcional e minimizar a invasão cirúrgica quando comparada com a retirada aberta. Para casos selecionados iniciais, há o uso do tratamento focal com HIFU, um ultrassom de alta intensidade que promove destruição de parte do tecido prostático com uso de energia térmica. Esse método se aplica a tumores selecionados, em geral de baixa agressividade e unifocais da próstata. A imunoterapia já existe para câncer de próstata através de uma vacina chamada sipuleucel-T, que pode ser usada em casos selecionados de tumor metastático”, acrescenta Dr. Rafael Coelho.

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

You may like

In the news
Leia Mais
× Fale com o ViDA!