Busca por vacina já impulsiona turismo em diversas partes do mundo

Ilhas Maldivas, no Oceano Índico, darão a turista direito de escolher entre três vacinas diferentes (Reprodução de internet)
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Enquanto no Brasil faltam vacinas até para quem já tomou a primeira dose e precisa da segunda para concluir a imunização contra a Covid-19, países como Estados Unidos, Rússia, Turquia, Cuba e até as Ilhas Maldivas apostam nas vacinas como atrativo turístico. O chamado “turismo da vacina” vem aquecendo destinos badalados, como Nova York, que anunciou a intenção de imunizar todos os visitantes que forem em seus principais pontos turísticos.

A Flórida (EUA) já está recebendo muitos turistas – alguns brasileiros, inclusive – em busca da vacinação. O México já tem um movimento maior de brasileiros fazendo quarentena no país antes de entrar nos Estados Unidos para se vacinar. Rússia e Turquia também não exigem comprovantes de residência e Cuba lançou até campanha publicitária para atrair turistas, prometendo doses da sua própria vacina, que está em fase final de desenvolvimento.

A ampla oferta de imunizantes, em diferentes faixas etárias, é o principal atrativo para quem tem condições de pagar caro para viajar e garantir sua imunidade. Nos EUA, por exemplo, quase 252 milhões de doses de vacinas foram aplicadas, com 30,58% da população totalmente imunizada, segundo a Universidade Johns Hopkins. O Estado de Nova York – que chegou a ser o epicentro da pandemia nos EUA – tem números de imunização melhores que a média nacional, com 34,3% da população vacinadas.

Nova York quer vacinar em pontos turísticos

Nesta quinta-feira (6), o prefeito de Nova York, Bil de Blasio, anunciou que vacinará turistas, aguardando apenas aprovação do Departamento de Saúde do Estado. A agência Associated Press informou que esses postos seriam montados em vans e levados a pontos turísticos da maior cidade americana, como a Times Square, o Central Park, o Brooklyn Bridge Park e o parque elevado High Line.

De Blasio chamou a iniciativa de “uma mensagem positiva para os turistas”. “Venha aqui. É seguro, é um ótimo lugar para se estar e nós vamos cuidar de você”, afirmou. “(Vacinar-se) É uma demonstração de boa vontade. É bem-vindo, mas não é um requisito”, disse o prefeito democrata. 

Segundo ele, a cidade não tem planos de rastrear o status de vacinação dos turistas e a medida entrará em vigor assim que for aprovada. Os visitantes receberiam a vacina de dose única da Johnson & Johnson, de modo que não precisariam fazer o acompanhamento com uma segunda injeção.

A cidade de Nova York fixou a data de 1º de julho para a reabertura total de suas atividades e deu sinal verde à máxima capacidade dos negócios ao fim deste mês. O telão da Broadway só voltará a subir em 14 de setembro, para evitar aglomerações no momento.

A estratégia de oferecer vacinas a estrangeiros em pontos turísticos deve ajudar a recuperar o turismo na cidade. Para este ano, a previsão é que Nova York receba a metade dos turistas (34 milhões) e só deve recuperar o movimento normal em quatro anos.

Depois da Flórida, Alasca também ofertará vacinas

Já o governador do estado do Alasca, Mike Dunleavy, anunciou há duas semanas, em sua página do Twitter, que qualquer viajante que chegasse à região, pelo aeroporto, receberá doses de imunizantes a partir de junho. De acordo com o jornal The New York Times, trata-se de uma potente ação de marketing para aquecer o turismo no entorno.

Na Flórida, desde 30 de abril, não é solicitado comprovante de residência em áreas de aplicação a maiores de 16 anos, o que tem causado um grande volume de estrangeiros. Basta declarar, verbalmente, se é residente ou se está no estado a trabalho. Um levantamento da secretaria de saúde local revelou que cerca de 210 mil pessoas que não residem no estado receberam a imunização até o último dia 5.

Com mais de 6 milhões de pessoas vacinadas no Estado e a demanda menor, o Departamento de Saúde anunciou que as vacinas estarão disponíveis “para todos que sejam residentes ou estejam na Flórida com o propósito de oferecer bens ou serviços em benefício dos residentes e visitantes do Estado”.

Cuba e Rússia também querem atrair turistas com vacinas

Em fevereiro, Cuba anunciou que imunizaria os turistas com sua vacina Soberana 2. A peça publicitária trazia o slogan “Praias, Caribe, mojito e vacina. Tudo em um só lugar”. O imunizante está em fase 3 de testes, com previsão de resultados em maio, de acordo com a rede Al Jazeera.

A Rússia, com sua vacina Sputnik V, também pretende atrair turistas. Na página oficial do imunizante no Twitter, foi escrito, em abril, que um programa de turismo e vacinação seria lançado em julho. O Fundo de Investimento Direto da Rússia não deu mais esclarecimentos sobre o caso.

Bem perto dos brasileiros e sem precisar gastar tanto, uma alternativa pode ser a vacinação de pessoas que moram em regiões de fronteira no Brasil. Conforme Veja publicou, o governo do Rio Grande do Sul tem negociado com o Uruguai, por meio de videoconferências, para promover a vacinação conjunta nos territórios fronteiriços.

Quem pode entrar nos EUA, apesar dos bloqueios

Por enquanto, há uma série de restrições para que brasileiros entrem nos Estados Unidos. Apesar do fechamento das fronteiras por conta da pandemia do coronavírus, estudantes, acadêmicos e jornalistas que possuem vistos americanos podem ingressar no país desde 26 de abril, como confirmou a Embaixada Americana no Brasil à Veja.

Com a mudança, o governo dos EUA ampliou a lista de nacionalidades e categorias que se enquadraram como exceções diante dos bloqueios da Covid-19 e podem entrar em território americano. Pode entrar no país quem viaja do Brasil, da China, do Irã, da África do Sul, do Reino Unido, da Irlanda e dos 26 países da União Europeia (UE) e tenha vistos das categorias F-1, M-1 (de estudantes) ou I (de imprensa).

A entrada de estudantes está garantida apenas àqueles cujo programa acadêmico começa a partir de 1º de agosto. O aluno pode chegar até 30 dias antes do início das aulas. Já os jornalistas devem solicitar autorização à embaixada antes da viagem.

O Departamento de Estado americano continua a permitir a entrada de viajantes para fins relacionados a trabalhos humanitários, de saúde pública e de segurança nacional, além de portadores de vistos diplomáticos, residentes permanentes, filhos ou cônjuges de americanos.

Para chegar ao país, é preciso realizar quarentena por 14 dias. Os viajantes internacionais são obrigados a fazer um teste viral três dias antes do embarque aos EUA e fornecer documentação por escrito do resultado de teste (papel ou cópia eletrônica) à companhia aérea.

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