Dia do Silêncio: quando manter-se calado vale mais do que mil palavras

Especialistas explicam os benefícios do silêncio para a saúde mental e o autoconhecimento. Veja um passo a passo para silenciar a mente

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No dia 7 de maio, comemoramos no Brasil o Dia do Silêncio. Tão ou mais importante que as palavras, o silêncio também diz muita coisa e se torna uma arma muito poderosa que não temos o costume de usar. Tão poderoso ou mais do que as palavras, o silêncio é como um planejador dos sons. Com ele se pode ouvir com o corpo todo, tudo aquilo que se tem para escutar.

Para o terapeuta João Gonsalves, o silêncio é muito profundo e serve como base para que possamos programar o nosso barulho. “Acredito que não há, em hipótese alguma, o silêncio absoluto. Embora quietos e sem escutar nada aparente, o silêncio é um lugar onde muitas vozes são ouvidas”, afirma.

Segundo ele, permitir escutar-se é uma dádiva. Ouvir os sentimentos e emoções é um dos benefícios do silêncio. Ele nos dá mais tempo de autoanálise, de um modo que transcendemos àquilo que já sabemos, para algo novo que está dentro de nós”, afirma o terapeuta.

Professora de oratória há 30 anos, psicodramatista e terapeuta transgenerativa, Sirley Maciel explica que a quantidade de ruídos externos permanentes, a poluição sonora das grandes cidades, os discursos internos que não param nem durante o sono e a falta de concentração para realizar atividades simples, como ler um livro ou, simplesmente silenciar a mente, estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano”, afirma.

Segundo a especialista, tais como ansiedade, irritabilidade e cansaço físico e mental, prejudicando a comunicação e a qualidade de vida das pessoas. “Do mesmo modo que as palavras têm poder, o silêncio é muito importante para levar uma vida leve e tranquila”, destaca a presidente do Intrepeds – Instituto de Pesquisa, Treinamento e Desenvolvimento do Ser.

O silêncio como restaurador da autoconsciência

Presente até mesmo nas músicas e romantizado, já que permite uma maior reflexão, o silêncio é capaz de transformar pessoas, como um propagador natural da autoconsciência. Geralmente, quando estamos quietos e sem ouvir nada específico, observamos o nosso modo de agir e tudo o que nos rodeia. Sem barulhos externos, podemos ter um momento de análise de ações, no qual avaliamos tudo o que deve ou não ser feito.

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João Gonsalves, terapeuta, fala do silêncio
para o autoconhecimento (Foto: Divulgação)

No silêncio há um momento de pacificação, no qual paramos e entendemos mais de nós mesmos. Na autosofia, por meio das terapias guiadas, o silêncio faz com que possamos chegar em nível onde encontramos um oceano de novidades interiores”, explica João Gonsalves, criador da técnica de autoconhecimento.

No decorrer do nosso dia, tomamos uma série de decisões que podem ou não nos agradar posteriormente. Seja pela escolha de palavras ou mesmo pela atitude em si, muitas decisões podem se tornar motivo de arrependimento quando não pensadas adequadamente. Na escolha do curso de graduação, em uma mudança de relacionamento ou até mesmo em decisões simples como em ir a determinado lugar ou não, é necessário, para que se evite arrependimentos e frustrações, o autoconhecimento.

Segundo “o autoconhecimento é a chave para a leveza e tranquilidade. Com ele, você consegue dosar medidas e implementar o equilíbrio na sua vida”. Embora seja essencial para uma vivência feliz, o autoconhecimento não é estimulado no século XXI. Por falarmos mais do que temos a capacidade de pensar e agirmos com mais rapidez do que o ideal, tomamos muitas decisões às pressas, o que compromete a nossa qualidade de vida.

Para o terapeuta, “um dos melhores modos para desenvolver o autoconhecimento, é utilizando do silêncio. Quando deixamos de observar somente o exterior e o nosso foco se volta para nós mesmos, encontramos muita coisa para observar. Memórias, sentimentos e emoções que estavam lá que tampouco sabíamos se manifestam de modo a podermos usar isso ao nosso favor”.

A importância do silêncio na hora de ouvir

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Sirley Maciel, professora de Oratória, fala da importância do silêncio (Foto: Divulgação)

No que diz respeito à oratória, ninguém imagina que a primeira regra para falar bem é, antes de tudo, escutar bem. Para isso, é necessário desenvolver a habilidade da escuta ativa, que se caracteriza pela capacidade de escutar de forma autêntica e assertiva, apenas o que está sendo dito. “Muito mais do que apenas com a fala, a oratória também diz respeito ao silêncio”, é o que afirma Sirley Maciel, referência em oratória do Estado do Paraná.

É comum as pessoas ouvirem o que não foi dito e responder o que desejam e não o que foi perguntado. Ou seja, está instalada a confusão, o falatório desenfreado, a fofoca e a maledicência, que poluem as nossas mentes e as nossas relações interpessoais”, explica a especialista, especializada em Hipnose, Regressão e PNL e cursando pós-graduação em Constelação Familiar Sistêmica.

Mas por que ninguém deseja treinar a “escutatória”, conceito inventado pelo pensador brasileiro Rubem Alves? Porque, para escutar, é necessário o silêncio de dentro, o silêncio íntimo e pessoal. Estamos habituados a viver para fora. Nos ruídos, no grito, na fala desmedida e no eterno reclamar. Poucos querem ou sabem desligar o botão e, simplesmente, “psiu!” fazer silêncio.

Os momentos mais assertivos e de plena consciência, aconteceram e acontecerão no silêncio.  Desse modo, para que o silêncio se manifeste, é preciso parar o pensamento, que é a materialização do falatório. Não é fácil parar os pensamentos. Todavia, podemos comprovar que algumas técnicas e recursos são fundamentais para iniciarmos um processo de auto controle e desenvolvermos essa habilidade tão necessária em tempos de confusão, incertezas e falatório. 

Um passo a passo para silenciar a mente

Para ter uma vida melhor, conseguir silenciar a mente é essencial. Para isso, Sirley Maciel, que também é master coach, mestre e analista comportamental pessoal e profissional,ensina esse passo a passo:

  1. Tire alguns minutos do dia para fazer silêncio total e respirar profundamente pelo nariz, contando mentalmente até 4; segure o ar contando até 4 e solte o ar da mesma forma;
  2. Depois, utilize o tempo do silêncio para meditar — “não fique pensando em não pensar, só relaxe, se entregue”, explica Sirley;
  3. Aproveite esse momento de meditação para fazer uma oração e agradecer; 
  4. Com a sua oração, produza pensamentos positivos e agradáveis;
  5. Por meio dos pensamentos positivos e agradáveis, produza uma visualização concreta e criativa. Observe como você está.

Ela ainda aponta os benefícios desse treinamento por 5 minutos ao dia:

  1. Diminui a ansiedade;
  2. Relaxa e acalma;
  3. Melhora da autoestima;
  4. Autoconhecimento.

Com assessorias

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