Diabetes provoca maior risco de osteoporose e fraturas ósseas

Número de fraturas do quadril em mulheres com diabetes tipo 1 é sete vezes maior que na população feminina sem o problema

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O diabetes, doença que afeta cerca de 13 milhões de brasileiros, é caracterizado pelo acúmulo de glicose no sangue. Além das complicações cardiovasculares e renais, os ossos podem ser afetados. Dados da literatura médica apontam que a incidência de fraturas do quadril em mulheres com diabetes tipo 1 é sete vezes maior que na população feminina sem o problema.

De acordo com a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), tanto o diabetes tipo 1 como o tipo 2 reduzem a resistência e a qualidade do osso e, consequentemente, aumenta o risco de fraturas por fragilidade. Devido a isso, a doença é reconhecida como uma das causas da osteoporose.

Os níveis elevados de açúcar no sangue alteram as propriedades do colágeno do osso, enfraquecendo o tecido”, explica Charlles Heldan, presidente da Abrasso. “Da mesma forma, o tipo 2 dobra ou triplica esse risco, quando comparamos com mulheres não diabéticas”, informa o reumatologista.

Segundo ele, é bom lembrar que as fraturas em diabéticos também apresentam maior possibilidade de complicações, como infecções e internação em unidade de terapia intensiva (UTI), e de morte. Para proteger a saúde dos ossos, os portadores de diabetes precisam controlá-la adequadamente. “Fazendo isso através de orientação nutricional, atividade física regular e uso correto das medicações, a probabilidade de complicações e fraturas cai”, conclui o presidente da Abrasso.

 

Osteopenia x osteoporose

Os ossos que envolvem nosso corpo nos dão estabilidade, proteção, equilíbrio e força. Dependemos deles para a realização de qualquer atividade e funcionamento de nossos músculos, órgãos e movimentos. Nossa estrutura óssea está sempre se renovando e essa remodelação acontece diariamente em todo o esqueleto, durante a vida inteira. O problema é quando a massa óssea começa a diminuir, deixando nossa estrutura fina, sensível e fraca.

A manutenção óssea é algo delicado.  Nos adultos, a remoção diária de pequenas quantidades de mineral ósseo, um processo chamado reabsorção, deve ser equilibrado por uma reposição igual de novo mineral, para preservar a força óssea. Quando esse equilíbrio aponta para reabsorção excessiva, os ossos enfraquecem (osteopenia) e, com o tempo, podem se tornar quebradiços e propensos a fraturas (osteoporose).

A doença não apresenta sintomas e se agrava com o envelhecimento. Com o tempo, permite o aumento de fraturas, dores e insuficiência de complexos e vitaminas, como minerais e cálcio produzidos pelo próprio corpo. De acordo com o geriatra, além do envelhecimento e a perda de cálcio, há outros fatores determinantes para o surgimento da osteoporose.

Envelhecer é um fenômeno natural que acarreta diversas transformações e exige cuidados redobrados com a saúde. Entre essas mudanças, é comum ocorrer uma perda da massa óssea, causada pela diminuição da formação ou por aumento de reabsorção de minerais e de cálcio.

O médico geriatra Maurício Ventura, presidente do Departamento de Geriatria da Associação Paulista de Medicina (APM), explica que, até os 30 anos, o corpo humano consegue criar uma reserva de cálcio por meio de atividade física e dieta, fortalecendo os ossos. Essa fase é seguida de uma estabilização, ou seja, não há ganho e nem perda óssea.

Após os 50 anos em mulheres e, os 70 em homens, há mais eliminação do que obtenção do mineral. A estrutura esquelética do corpo humano se renova constantemente até os 20 anos, porém, após os 40, esse ciclo termina e a perdemos com maior velocidade.

“O tabagismo, o consumo excessivo de álcool, origem asiática e o sedentarismo são fatores de risco que aumentam a chance da doença. A baixa ingestão de leite e derivados também, já que é a maior fonte de cálcio na dieta humana”, ressalta Ventura.

Muitas vezes o primeiro sinal chega com alguma fratura

Doença do metabolismo ósseo, a osteoporose é sistêmica, ou seja, acomete todos os ossos e provoca um enfraquecimento progressivo, o que acaba causando múltiplas fraturas. Muitas vezes, o primeiro sinal é uma fratura que pode ocorrer nas vértebras, nos quadris e nos punhos. A osteoporose causa fragilidade dos ossos e normalmente só é descoberta após a ocorrência de fraturas, diminuição de 2 a 3 cm de estatura, ombros caídos, entre outros sintomas.

Em todo o mundo, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com 50 anos ou mais estão em risco de fratura osteoporótica. De acordo com dados da International Osteoporosis Foundation (IOF), a osteoporose é responsável por mais de nove milhões de fraturas por ano no país, cuja incidência já é de uma a cada três segundos. Segundo a OMS, até 2050 o número de pacientes com fratura de quadril devido à osteoporose deverá triplicar. No Brasil hoje já existem dez milhões de pacientes com a doença, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o que tem gerado alto impacto financeiro para o SUS.

É estimado que uma fratura osteoporótica ocorra a cada 3 segundos. As fraturas mais comuns associadas à osteoporose ocorrem no quadril, coluna e punho. As fraturas osteoporóticas causam dor, levam à dependência física e estão associadas à maior mortalidade. Em geral, é somente após as fraturas, normalmente no fêmur, na bacia ou na costela, que as pessoas começam a se preocupar.

Mulheres na pós-menopausa são as principais vítimas

Conhecida como silenciosa, a osteoporose atinge tanto o público masculino, como o feminino. Entretanto, as mulheres estão mais propensas a apresentarem esse desequilíbrio, principalmente após a menopausa. Essa situação é decorrente das mudanças hormonais características desse período, quando acontece uma queda acentuada do estrogênio, hormônio fundamental para a fixação do cálcio no osso.

Idosos, principalmente mulheres na pós-menopausa são as pessoas que mais sofrem com a doença. Em algumas faixas etárias,  a proporção é de 6 mulheres para cada homem. Isso ocorre porque o estrogênio, um hormônio feminino que protege os ossos, diminui acentuadamente quando as mulheres atingem a menopausa, o que pode causar a perda óssea. É por isso que a chance de desenvolver osteoporose aumenta com a idade.

O ortopedista do Hapvida, George Cordeiro, explica por que as mulheres estão no grupo de maior risco. “A osteoporose pode atingir qualquer pessoa, porém, as mulheres estão mais suscetíveis a desenvolvê-la devido às baixas hormonais pós-menopausa e maior longevidade. Além disso, sedentarismo, uso de anticonvulsivantes e baixo índice de massa corpórea são outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença”, disse o especialista.

 

Densitometria óssea é principal método de diagnóstico

osteoporose é uma condição metabólica caracterizada por baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, o que gera aumento da suscetibilidade a fraturas. Entre os sintomas estão dores ósseas, deformidades e redução da estatura. O principal método de diagnóstico é a realização do exame de densitometria óssea, que mede a densidade mineral óssea em pontos estratégicos (coluna lombar e colo do fêmur).

“A recomendação é que, nas mulheres próximas à menopausa, e nos homens após os 70 anos, seja feita a chamada densitometria óssea, exame de rastreio rápido e indolor que, diferente da ressonância e do raio-x, é aberto e com baixa radiação”, comentou Dr Maurício.

Cordeiro ainda alertou que existem hábitos que não são recomendados neste processo. “Deve-se evitar fumar, ter uso abusivo de café, bebidas alcoólicas e, claro, o paciente precisa manter as consultas médicas rotineiras e os exames laboratoriais”, conclui o ortopedista.  A prática de hábitos saudáveis ao longo da vida é crucial para a prevenção. Alimentação rica em cálcio, controle do peso e atividade física regular previnem não somente a osteoporose, mas diversas outras complicações. Também é indicada a exposição ao sol, para produção de Vitamina D.

osteoporose dificilmente tem cura, mas é perfeitamente possível conviver com ela.  Através do diagnóstico, prevenção e reabilitação dos ossos, é viável evitar novas ou futuras fraturas. A prevenção e o tratamento andam lado a lado. Tanto para prevenir, como para tratar, é importante a ingestão de leite diariamente, atividade física regular, tomar sol e, caso necessário, medicamentos em situações mais graves para recuperar a massa de cálcio”, destaca o geriatra.

Uso de medicamentos pode aliviar dores e incômodos

Osteoporose pode ser uma doença genética ou desenvolvida por conta dos nossos hábitos diários, portanto, é necessário prevenir este mal com mudanças, pois a mesma pode desencadear graves problemas. Podemos nos defender da osteoporose ao manter uma alimentação rica em cálcio, praticar exercícios físicos regularmente, realizar exames gerais, tomar sol frequentemente (por conta da Vitamina D) e evitar o estresse”, aconselha Claudia Goldenstein Schainberg, especialista em reumatologia.

Segundo a reumatologista, apesar de não ter cura para a doença, existem tratamentos que podem amenizar os sintomas, como o uso de medicamentos para alivio das dores; uso de suplementos vitamínicos, para promover as funções, o crescimento e o desenvolvimento normais do corpo e uso de antiácidos para neutralizar os efeitos do ácido estomacal. Outras opções de tratamento são a reposição hormonal, a suplementação do cálcio e os medicamentos que diminuem a absorção do cálcio, como os bifosfonatos,  responsáveis por aumentar a densidade óssea.

“Antes de buscarmos tratamento para estes incômodos, precisamos descobrir a sua causa. O motivo das dores é variado e depende de diversos fatores, como postura, genética, peso, sedentarismo e temperaturas climáticas. A origem do desconforto pode ser predominantemente biomecânica, infecciosa, inflamatória ou autoimune e o seu reumatologista saberá exatamente como te direcionar. Portanto, procure um médico para um diagnóstico certeiro. E se necessário, o especialista lhe receitará medicações, tratamentos, exercícios e até cirurgias dependendo da situação”, finaliza a especialista.

Campanha Nada Pode Te Parar

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do cuidado com a saúde dos ossos e com a osteoporose, a Amgen lançou uma campanha em parceria com a Abrasso visando desmistificar a doença, abordando seus principais sintomas, como é feito o diagnóstico e a importância de buscar formas efetivas de prevenção e tratamento, pois, afinal, Nada Pode Te Parar, nem mesmo uma doença como a osteoporose. Para mais informações, acesse: http://nadapodeteparar.com.br/.

Com Assessorias

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