Conselhos úteis para driblar a fome no inverno

Com baixas temperaturas, muitas pessoas exageram no consumo de alimentos calóricos. Três especialistas mostram como não cair nessa “armadilha”

O calórico fondue é uma das iguarias mais cobiçadas nesta época do ano (Foto: Envato Elements)
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O inverno chegou oficialmente nesta sexta-feira (21) no Hemisfério Sul. As temperaturas mais baixas são um convite à preguiça e à gula, dois dos sete pecados capitais. Para muita gente manter a dieta nos meses mais frios é um grande desafio, afinal, basta a temperatura começar a cair para bater a vontade de ficar embaixo do edredom, assistindo filme e devorando guloseimas.

Devido ao alto gasto calórico, para manter a temperatura corporal, o organismo aumenta a sensação de fome, o que faz com que muitas pessoas abusem do consumo de bebidas e alimentos mais gordurosos. Doces como chocolate quente  e carboidratos, como pães, massas e fondue, são os preferidos.

Isso acontece porque, quando nos alimentamos, além de nos sentirmos mais aquecidos, nossos músculos também tendem a relaxar e, dessa forma, desempenhar funções básicas que exigem mais energia para serem realizadas com a baixa temperatura.

Além de trazer a sensação de conforto e aconchego, no inverno nosso corpo gasta mais calorias para manter a temperatura corporal estável. Para suprir esse gasto, sentimos mais fome, principalmente por alimentos mais calóricos, como carboidratos e gorduras”, explica Ione Leandro, nutricionista da Onodera Estética.

Mesmo que tenhamos necessidade de comer mais para encarar as atividades do dia a dia no inverno, é preciso ficar atento às calorias extras que estamos ingerindo, como afirma a especialista em obesidade Gladia Bernardi, autora do best-seller “Código Secreto do Emagrecimento”.

O frio não pode ser visto como um gatilho que nos faz comer de forma exagerada e impede de emagrecer, ou até mesmo faz engordar. Mesmo que seja mais difícil comer uma salada, por exemplo, existem outras opções de alimentos que irão proporcionar energia, aquecer o corpo, sem ganhar quilos indesejados”, explica Gladia.

Segundo ela, ainda que o ideal seja seguir uma alimentação equilibrada – não apenas no inverno, mas em qualquer estação do ano-, é necessário, em primeiro lugar, livrar-se dos padrões mentais e traumas que são os gatilhos para a compulsão alimentar e o ganho de peso.

Podemos, sim, comer alimentos calóricos de vez em quando, o que não podemos é comer em excesso, e a todo o momento, ou seja, de forma compulsiva. Se em um dia exagerei no fondue e no chocolate, por exemplo, no outro tento me alimentar de forma mais regrada”, diz a nutricionista.

Como não sobrecarregar os rins

De acordo com a nutricionista Mayara Olikszechen, da Fundação Pró-Renal, devemos ainda cuidar do consumo de alimentos industrializados e hipercalóricos, como, por exemplo, carnes processadas, bolachas, chocolates, molhos e sopas prontos, para não sobrecarregar o organismo, principalmente o funcionamento dos rins.

Os rins são responsáveis por manter o sangue limpo e quimicamente equilibrado. Além disso, o rim é o órgão que participa da liberação de alguns hormônios que regulam a produção de glóbulos vermelhos e são fundamentais para o controle da pressão arterial.

O sódio em excesso pode levar ao desenvolvimento da Hipertensão Arterial Sistêmica, a qual é fator de risco para a Doença Renal Crônica. O consumo abusivo de carnes e alimentos industrializados também pode acarretar a Litíase Renal, popularmente conhecida como pedras nos rins.

Para quem já sofre com alguns tipos de doenças, como a diabetes e a hipertensão, os cuidados no inverno devem ser redobrados. Consumir menos sal e açúcares pode evitar a pressão alta e manter os rins saudáveis. Por isso, a hidratação é fundamental para a saúde.

“A atividade física também é importante durante o ano todo e não apenas no inverno.  Ela regula o peso corporal, reduz níveis de glicose sanguínea, controla a pressão arterial, reduz o colesterol ruim (LDL) e aumenta o colesterol bom (HDL). Além disso, auxilia no controle da ansiedade e depressão, entre outros benefícios”, ressalta a nutricionista Mayara.

Consumo de chás e sopas

Chás e sopas bem quentes são sempre uma delícia em dias mais frios. Existem inúmeros benefícios do consumo, mas, no caso dos chás, nem todos são indicados.

Segundo a nutricionista Mayara Olikszechen, existem alguns tipos de chás que podem agravar a função renal de pacientes com Doença Renal Crônica. Os mais indicados são os chás de camomila, maracujá, hortelã e espinheira santa. Devem ser evitados chás mate (por causa do excesso de cafeína), cavalinha e sene.

Já em relação às sopas, a indicação é sempre pelas opções caseiras, feitas com ingredientes naturais e sem temperos industriais e conservantes. “As sopas industrializadas contêm muito sódio, corantes e conservantes, entre eles, o glutamato monossódico, que é um realçador de sabor e que pode ser responsável pelo desenvolvimento de várias doenças, como câncer, enxaqueca, entre outros”, alerta a nutricionista.

Confira dicas de Gladia Bernardi para este inverno:

Aprenda a se aquecer de forma saudável

Crédito: Envato Elements

Com a expectativa de um dos invernos mais frios dos últimos tempos, é preciso buscar formas mais saudáveis de enfrentar as baixas temperaturas, que não seja se “jogar” no chocolate quente. “Chás, por exemplo, pode ser ingeridos durante o dia e, dependendo do sabor, trazem vários benefícios para o organismo, além de praticamente não terem valor calórico. Além disso, para não ser adoçado com açúcar – que causa vício – ele pode ser adoçado com uma pequena quantidade de mel, ou com adoçante”, pontua.

Evite os exageros em restaurantes

Crédito: Envato Elements

No frio, é comum que os jantares com pratos calóricos, muitas vezes regados a cerveja ou vinho, tornem-se mais frequentes. Mas é preciso tomar cuidado para que esses eventos sociais não se tornem uma rotina, comprometendo a rotina alimentar equilibrada.

“Ninguém precisa deixar de socializar, mas é preciso aprender a encontrar e interagir com os amigos ou colegas de trabalho sem que o foco seja 100% a bebida ou comida. O foco deve ser o encontro, o bate-papo, e não o que será consumido. Não é preciso, também, toda vez que for ao restaurante pedir entrada, prato principal, sobremesa, e cerveja ou vinho. Consumir todas essas opções de uma vez resultará em um alto consumo calórico. O ideal é equilibrar o consumo. Por exemplo, se vou consumir bebidas alcoólicas, dispenso a sobremesa, e vice-versa”, aconselha Gladia.

Drible a compulsão por guloseimas e pratos típicos

Crédito: iStock

Nessa época do ano, acontecem também as tradicionais festas juninas, que são sinônimo de muitos quitutes e guloseimas calóricos, como paçoca, milho, hot dog, maçã do amor, bolos, doces típicos, entre outros. Esses eventos podem causar um verdadeiro “estrago” na alimentação.

“Mais uma vez, é preciso buscar o equilíbrio. Em vez de consumir várias opções de salgados e doces, posso escolher 1 salgado e 1 doce, por exemplo. Os eventos sociais não devem ser desculpa para “abrir as portas” para a compulsão”, alerta.

Mantenha a rotina alimentar nas viagens de férias

Nas férias de julho, devido ao tempo frio, muitas pessoas optam por viajar para locais na montanha e no campo, onde também não faltam as delícias calóricas que são “a cara do inverno”, como o fondue salgado ou doce, e o chocolate quente.

“É preciso aprender a curtir as férias e os momentos de lazer sem se ‘atirar’ nas comidas que estão à disposição. Se em um dia exagerei no fondue e no chocolate, por exemplo, no outro tento me alimentar de forma mais regrada”,  afirma a nutricionista.

Fazer caminhadas e trilhas, muito comuns nesses destinos, também é uma opção para aumentar o gasto calórico e driblar a ansiedade, por meio do contato com a natureza. “A ansiedade geralmente é o principal gatilho para o comer de forma exagerada”, ressalta.

Trocas alimentares estratégicas

Nesta época do ano é importante manter uma alimentação rica em alimentos naturais, como frutas e hortaliças, e optar por carboidratos de baixo índice glicêmico, como batata doce, inhame e arroz integral.

Vale também priorizar o consumo de alimentos ricos em Vitamina C, pois são antioxidantes e melhoram a imunidade. “Evite a monotonia alimentar. Um prato saudável é sempre colorido”, acrescenta Mayara.

Com escolhas corretas, é possível aproveitar a estação sem comprometer a balança. Abaixo, Ione Leandro separou algumas trocas alimentares para aproveitar o inverno aquecido e, principalmente, com saúde.

Chocolate quente por cacau quente ligth ou chá – Além de nos manterem aquecidos, as opções saudáveis como o cacau e chá são ótimos aliados para manter a forma. “Utilize as ervas que fazem bem ao aparelho digestivo como, por exemplo, chá de alcaçuz (1 colher de chá de alcaçuz para 300ml de água), chá de camomila, mulundu, melissa, jasmin e erva-cidreira”.

Massas por sopas – Os segredos das sopas estão na escolha dos ingredientes que serão usados. Evite preparos cremosos com adição de leite e queijos. Dê preferência a alimentos mais frescos e leves, utilizando legumes e verduras.

Chocolate ao leite por chocolate com maior quantidade de cacau – Dentro dos padrões nutricionais, o cacau é um alimento muito bem-vindo, pois é fonte de magnésio, manganês, potássio, ferro, cobre e vitaminas B e E. Em sua composição ainda encontramos antioxidantes que protegem os tecidos contra radicais livres e retardam o envelhecimento. “Para não sair da dieta, deve-se evitar os chocolates brancos e ao leite, que são repletos de açúcar, aditivos e gordura hidrogenada. Opte pelo amargo ou meio amargo e com maior quantidade de cacau”.

Cerveja por vinho – “Apesar do vinho ser mais calórico, em seus componentes encontramos diversas substâncias benéficas para a saúde. Além disso, a tendência é beber menos que a cerveja, o que resulta em uma menor ingestão de calorias”, finaliza Ione.

Da Redação, com Assessorias

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