Dormir “feito pedra” é para poucos brasileiros

Pesquisas apontam que aumentam distúrbios do sono entre os mais jovens (Foto: Reprodução da internet)
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Pesquisa da Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado, para o Dia Mundial do Sono (13) mapeou a percepção de mais de 5.000 brasileiros, maiores de 18 anos, sobre a qualidade do próprio sono e o que costumam fazer na hora de dormir. O levantamento em formato digital, foi realizado com brasileiros de classes sociais A B C e D, com 45,7% homens e 54,2% mulheres, em janeiro de 2020.

A maioria (94%) dos brasileiros consideram que uma bela noite de sono tem impacto no bem estar e no dia a dia, no entanto, 83% reclamaram que não conseguem dormir bem. 65% dos entrevistados utilizam despertador para acordar todas as manhãs. E todos gostariam de levantar? 84,5% responderam que dormiriam mais se pudessem. E isso está diretamente ligado à qualidade do sono. 30,1% dos brasileiros têm o sono interrompido. 28,5% dormem bem. 26,7% têm insônia às vezes. 23,4% têm sono leve. 19,9% dormem pouco. 16,9% roncam (reclamações de terceiros). 14,2% sonham muito. 12,9% dormem feito pedra. 6,6% têm pesadelos recorrentes.

Plano de Saúde = sonífero

E o que é considerado como fator importante para uma boa de noite de sono para os brasileiros? 53,2% dormem melhor quando possuem plano de saúde. “O brasileiro se sente mais relaxado e consegue dormir melhor quando sabe que em qualquer emergência de saúde ele está assegurado.” explica Ligia Mello, fundadora da Hibou e coordenadora do estudo.

Contas em dia = relaxamento total

79,8% dos entrevistados afirmam que estar com as contas em dia é o que traz tranqüilidade para dormir bem. 79,3% consideram a alimentação balanceada, enquanto 78% acreditam que praticar atividades físicas é o que as faz dormir melhor. 53,3% afirmam que meditar e/ou cuidar da saúde mental e 34,9% comer mais alimentos orgânicos são fatores para boa noite de sono.

79,3% acreditam que dormir ao menos 8h por dia é uma boa noite de sono.

Parceiro da noite, o celular

95,4% das pessoas levam o celular para o quarto na hora de dormir. Apenas 68,3% deixam o celular no modo silencioso enquanto dormem. No momento em que deitam na cama, 71,7% das pessoas dão aquela última conferida no celular. 44% ainda preferem televisão. 9,7% gostam de escutar música.

Celular na madrugada

72.1% das pessoas acordam durante a madrugada e quando acordam costumam mexer no celular. O que fazem? 56.9% só conferem que horas são. 24% acessam aplicativo de conversa. 20,2% acessam redes sociais. 5,6% vão conferir as ligações perdidas. 4,9% entram em portais para ler noticias. 3,2% acessam emails.

Para os menos adeptos da tecnologia, 29,4% na hora que vão para o quarto preferem conversar com seus parceiros. 17,1% escolhem ler um livro ou revista. 12,9% interagem com seus filhos. 7,6% consomem alimentos e bebidas na cama. 7,1% meditam

Acompanhantes

58,3% dormem com seus parceiros. 54% afirmaram que dormem com seus animais de estimação, sendo 36,9% com cachorro e 17,1% com gato. Apenas 25,2% das pessoas dormem sozinhas. Objetos também foram mencionados: 26,2% dormem com o telefone, 15,1% com almofada ou pelúcia, 14,1% com controle remoto e 3,8% com livro.

Ansiedade

No quesito pensamentos e preocupação, 36,2% dos brasileiros ficam ansiosos pelo futuro no momento em que vão dormir. 21,3% pensam no trabalho. 17,8% revivem memórias indesejadas recorrentes. 20,1% pensam em questões de saúde. 14,7% reclamam de barulho da casa ou de fora. 11,7% têm desejos e sonham acordados.

Não indico!

Questionados se indicariam sua noite de sono para um amigo (utilizando o sistema NPS, índice usado por empresas para medir o quanto seus consumidores indicariam seus produtos e serviços a um amigo), a resposta foi assustadora. O índice ficou em -42 (o NPS vai de -100 a 100), “Apenas 18% dos entrevistados indicariam uma noite igual à sua para um amigo. Esse dado corrobora com a conclusão da pesquisa como um todo. O brasileiro dorme mal, ou pelo menos tem essa percepção muito clara.” conclui Ligia Mello. “Ele entende que o sono é fundamental para o bem estar, mas a rotina não balanceada de alimentação, as distrações de entretenimento na hora de dormir e as preocupações do dia a dia, deixam a boa noite de sono fora de alcance.” explica Ligia Mello.

Neste sábado, dia 14 de março, comemora-se o Dia Mundial do Sono, data que vem lembrar a importância do sono para a saúde. Enquanto dormimos, nosso organismo se reestabelece, produz anticorpos contra diversas doenças, fortalecendo nosso sistema imunológico e dá repouso ao sistema cardiovascular.

O excesso de atividades do dia a dia pode causar uma gradativa redução de horas de sono, o que afeta o equilíbrio emocional, a capacidade de raciocínio e aprendizagem e ainda, a saúde cardíaca.

O pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do HCor, Dr. Pedro Genta, explica que precisamos de um tempo mínimo de sono para evitar o desenvolvimento de algumas doenças. “Para que uma pessoa viva de maneira saudável é preciso que ela tenha, no mínimo, sete horas de sono por dia. Dormir menos do que isso pode ocasionar prejuízo cardiovascular com o passar do tempo, já que favorece o surgimento de doenças como hipertensão, diabetes e obesidade, o que consequentemente aumenta o risco de infartos e AVCs”, alerta o pneumologista.

Por isso, quando não respeitamos o tempo mínimo recomendado, nossos processos fisiológicos que ocorrem durante o sono são afetados. “Quando dormimos há um momento de repouso do nosso sistema cardiovascular, no qual tanto a frequência cardíaca, quanto a pressão arterial são reduzidas. Esse processo é muito importante para a saúde do coração. Por essa razão é que diversos estudos mostram que a privação do sono aumenta o risco de hipertensão arterial”, comenta o Dr. Pedro.

Como recuperar o sono perdido?

Para repor as horas de sono perdidas uma dica é aumentar, gradualmente, o tempo de sono de 15 a 30 minutos por noite, a cada semana. “Recuperar o tempo mínimo de sete horas de sono e tratar a apneia do sono é fundamental para a nossa saúde, sobretudo para quem tem hipertensão ou outras doenças cardiovasculares”, explica Dr. Pedro.

Distúrbios do sono podem ser fatores de risco

A apneia obstrutiva do sono e a privação dele são associados a maior risco de doenças desenvolvidas no coração. “Pessoas que têm ou já tiveram algum tipo de distúrbio cardiovascular como hipertensão, infarto ou AVC, precisam redobrar a atenção com doenças relacionadas ao sono e procurar tratamento o quanto antes”, afirma o pneumologista.
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