Efeito sanfona mesmo após a redução do estômago

Especialista recomenda medidas para evitar o efeito sanfona e a volta dos quilos perdidos para a cirurgia

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Efeito sanfona, muito comum em dietas para perda brusca de peso, também ocorre após a bariátrica (Reprodução de internet)

A pessoa opera o estômago, mas não “opera a boca”. Por isso, sente vontade de comer e, em muitos casos, volta a ganhar peso após a cirurgia bariátrica. É o que muitos brincam chamar-se de “pensamento de gordo”. Mas não há nada de brincadeira nisso. Não existem ainda dados oficiais, mas uma pequena parte dos pacientes submetidos ao procedimento pode apresentar esse efeito sanfona. Conhecido como recidiva da obesidade (ou reganho de peso), isso bota a perder todo o esforço – e sacrifício – impostos pela mudança de hábitos após a cirurgia.

Foi o caso da dona de casa Maria de Lourdes Souza, de 40 anos. Operada há 10, perdeu mais de 40 quilos. Mas há três anos voltou a ganhar peso. Chegou a registrar um ganho de 15 quilos, o que acendeu o sinal de alerta. Para reverter esse processo, ela reforçou a dieta e voltou a praticar exercícios físicos, atividades que haviam ficado de lado. E também voltou a fazer tratamento psicoterápico, considerado fundamental para a indicação da cirurgia.

Antonio Claudio Jamel Coelho, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica Metabólica (SBCBM), afirma que a obesidade é uma doença e o obeso mórbido tem uma doença crônica que pode ter uma recidiva e que parte do comportamento dele vai ser importante para o resultado.

“A cirurgia bariátrica é fantástica, pois tem um resultado muito bom. Precisamos estabelecer regras e fornecer informações adequadas para que os pacientes consigam vencer a recidiva dessa doença. Esse é o nosso principal desafio. Nunca tivemos resultados tão bons como temos hoje, mas é importante saber enfrentar a recidiva da doença”, destaca.

Quando a perda é menor que 50% do excesso do peso inicial

Ele explica que existem vários critérios para definir o efeito sanfona, ou recidiva da obesidade, mas o mais aceito e de maior consenso é quando há reganho progressivo do peso e o resultado atinge os patamares que representem uma perda menor que 50% do excesso do peso inicial. Segundo Coelho, o problema ocorre por vários motivos , mas o mais frequente  é o abandono do seguimento pós-operatório com a equipe multidisciplinar.

“Além disso, pode haver ainda uma inadequação da técnica ao perfil comportamental do paciente. Mais raramente , podem ocorrer, alterações na anatomia  que precisam ser corrigidas”, ressalta. Ainda de acordo com o especialista, a recidiva ocorre normalmente após o segundo ano de pós-operatório.

Para evitar o risco do efeito sanfona após a cirurgia, ele recomenda acompanhamento com a equipe multidisciplinar é fundamental e seguir à risca as orientações nutricionais e o acompanhamento com a equipe de psicologia, pois as mudanças ocorrem de maneira súbita. “É sempre bom lembrar que a cirurgia é o início do tratamento e não seu fim e a mudança do estilo de vida é fundamental”, completa.

Fonte: SBCB, com Redação e assessorias

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