Em tempos de Covid-19, você está com seu fôlego em dia?

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O que a jogadora de futebol Letícia Santos, a nadadora Poliana Okimono (foto), o ex-jogador de futebol Zé Elias, o atleta de baseball André Rienzo e o músico Pedro Mariano têm em comum? Todos eles abraçaram a campanha pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão (1º de agosto) e já postaram em suas redes sociais vídeos em adesão ao ‘Desafio de Fôlego’.

Atletas de diversas modalidades aceitaram o desafio de soprar um canudo dentro de um squeeze com água para simbolizar a importância de estar com o fôlego em dia. O movimento, que segue durante todo o mês, chama a atenção para a doença, que possui entre os sintomas justamente a falta de ar. A iniciativa é realizada pela Pfizer em parceria com o Instituto Oncoguia e com o Instituto Vencer o Câncer (IVOC).

Pelas redes sociais, os fãs dos esportistas e celebridades engajados também poderão testar o fôlego postando seus vídeos como forma de apoio à campanha de combate ao câncer de pulmão, que é a primeira causa de morte por câncer na América Latina.

Com cerca de 2,1 milhões de casos descobertos em 2018, é o tipo de tumor mais comum no mundo e o que mais atinge homens no planeta (14,5%). Os números no Brasil não diferem da realidade mundial, sendo que a doença é o segundo câncer mais comum entre homens e mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que sejam descobertos 30 mil novos casos no país em 2020, sendo 17.760 em homens e 12.440 em mulheres. Apenas 16% dos casos são diagnosticados em estágio inicial (localizado) e a taxa de sobrevida relativa em cinco anos é de 56%5.

Agosto Branco: alerta para doença que mais mata no mundo

Agosto é o mês da campanha de prevenção e conscientização do câncer de pulmão. Desde 1985, a doença é considerada a mais incidente e com a maior taxa de mortalidade em todo o mundo. Entretanto, essas taxas vêm diminuindo, especialmente, pelas iniciativas contra o tabagismo e o investimento em pesquisa e desenvolvimento, que trouxeram importantes descobertas sobre subtipos do câncer e novas perspectivas de diagnóstico e tratamento.

Como a doença é de difícil prevenção e rastreamento, uma vez que os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado, na última década, o grande passo da ciência para o câncer de pulmão foi entender que, além dos tipos definidos pelas células presentes no tumor, há ainda os subtipos definidos por mutações que predizem a agressividade e a evolução da doença.

Câncer de pulmão mata mais do que a Covid-19

Tabagismo passivo também é fator de risco

O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença, mas outros fatores, como a exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição e aspectos ocupacionais, também podem favorecer o desenvolvimento da enfermidade. Existem, ainda, grupos de pacientes que nunca fumaram e, mesmo assim, apresentam uma predisposição aumentada para ela.

Esse é o caso dos indivíduos com alterações genéticas específicas, como a translocação de ALK (quinase do linfoma anaplásico), um oncogene que está presente em cerca de 5%6 dos casos de câncer de pulmão de não pequenas células (CNPCP). Boa parte dos pacientes são jovens sem histórico de tabagismo. Outra alteração genética é a mutação em ROS1, um proto-oncogene (gene que se transforma em oncogene por um aumento na expressão de proteínas).

A falta de conhecimento representa um desafio significativo no combate à enfermidade. Em muitos casos, o câncer de pulmão tem diagnóstico tardio porque os sintomas demoram para se manifestar e também muitas vezes podem confundir os pacientes, que decidem não procurar atendimento médico, por achar que é algo simples”, afirma Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.

Aumento de casos entre as mulheres

Com 2,1 milhões de casos descobertos em 2018, o câncer de pulmão é o tipo de tumor mais prevalente no mundo. A doença também ocupa o primeiro lugar entre os cânceres que acometem os homens em todo o planeta, representando 14,5%. Nas mulheres, é o terceiro em incidência, com 8,4% dos casos, atrás apenas do câncer de mama (24,2%) e de cólon e reto (9,5%).

Entretanto, nos últimos anos, tem-se observado um aumento das taxas de incidência da enfermidade no sexo feminino. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, os índices de diminuição deste tipo de tumor têm sido duas vezes mais rápidos nos homens do que nas mulheres, uma situação relacionada aos padrões de adesão e abandono do tabagismo².

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 30 mil novos casos de câncer de pulmão por ano, sendo 17.760 em homens e 12.440 em mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, a doença ocupa a segunda posição mais frequente entre os homens nas Regiões Sul, com a incidência em 31 a cada 100 mil habitantes, e Nordeste, com 11 casos em cada 100 mil.

No sexo feminino, é o terceiro mais frequente nas Regiões Sul (18 casos para 100 mil) e Sudeste (12 casos para 100 mil)3. A taxa de mortalidade da doença sempre foi superior entre os homens, mas verifica-se que essa proporção está diminuindo: a razão de óbitos entre homem/mulher no País diminuiu de 3,6 em 1980 para 1,7 em 2017. Estima-se que essa tendência histórica de crescimento será estabilizada apenas em 2030.

“Um grande desafio em relação ao câncer de pulmão é o estigma. Como grande parte dos casos está associada ao cigarro, muitas vezes um olhar de culpa e desconfiança pesa sobre os pacientes, mesmo quando eles não fumam, o que dificulta o diagnóstico precoce da doença”, afirma Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.

A falta de conhecimento representa um desafio significativo no combate à enfermidade. Em muitos casos, o câncer de pulmão tem diagnóstico tardio porque os sintomas, como tosse, escarro com sangue e falta de ar, podem confundir os pacientes, que decidem não procurar atendimento médico por achar que é algo simples. Uma análise da The Economist Unit mostra que, no Brasil, 85% dos pacientes têm a doença descoberta nos estádios III ou IV(5).

Tipos de câncer de pulmão

Os tumores de pulmão representam um grande desafio para o Brasil e são a primeira causa de morte por câncer na América Latina. No País, apenas 16% dos casos são diagnosticados em estágio inicial (localizado) e a taxa de sobrevida relativa em cinco anos é de 56%.

A doença pode se apresentar em duas formas principais, cada uma com características próprias de tratamento: tumores de células pequenas (CPPC) e de não pequenas células (CPNPC) – esta última categoria, que se desenvolve a partir das células epiteliais, representa de 85% a 90% do total de casos de cânceres pulmonares.

O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão: 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco. Outros fatores, como a exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição e aspectos ocupacionais, também podem favorecer o desenvolvimento da doença. Existem, ainda, grupos de pacientes que nunca fumaram e, mesmo assim, apresentam uma predisposição aumentada para ela. Esse é o caso dos indivíduos com alterações genéticas específicas.

Entre essas alterações está a translocação de ALK (quinase do linfoma anaplásico), um oncogene que está presente em cerca de 5% dos casos de câncer de pulmão de não pequenas células (CNPCP). Boa parte dos pacientes são jovens sem histórico de tabagismo. Outra alteração genética é a mutação em ROS1, um proto-oncogene (gene que se transforma em oncogene por um aumento na expressão de proteínas).

Tratamentos

Um dos avanços da medicina nos últimos anos foi a descoberta sobre o DNA de cada tipo de câncer, especialmente, o de pulmão. Apesar de o prognóstico para a doença não ser otimista, com o avanço das pesquisas na área de Oncologia, a exemplo da evolução dos tratamentos baseados em terapia-alvo, o combate à enfermidade está mudando.

Até o começo da década passada faltavam alternativas de tratamento para os pacientes com câncer de pulmão com mutação em ALK e ROS-1. Com o progresso da oncologia personalizada, foram desenhados medicamentos que conseguem agir diretamente sobre os receptores celulares que apresentam essas alterações genéticas, impedindo ou reduzindo a multiplicação das células tumorais.

Atualmente, tanto o gene ALK, quanto o ROS-1 são biomarcadores para terapias-alvo, medicamentos especialmente desenvolvidos para inibir mutações que são determinantes para a evolução do câncer, proporcionando alívio dos sintomas, redução dos tumores e aumento da sobrevida livre de progressão da doença.

Essas informações moleculares são essenciais para nós que combatemos não apenas o câncer, mas também a falta de tempo e as necessidades não atendidas pelos protocolos de tratamento atuais. Muitos pacientes chegam em estágios avançados e ficam sem resposta ou saem do consultório sem perspectivas médicas. A medicina personalizada traz uma opção de tratamento mais preciso, com mais chances de sobrevida para o paciente, além do conhecimento clínico que é aplicado na prevenção e no diagnóstico”, explica Luiz Henrique Araújo, médico oncologista e pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Instituto COI e assessor médico do laboratório Progenética.

O avanço deste tipo de abordagem trouxe uma nova perspectiva de diagnóstico para pacientes que não encontravam na medicina uma resposta para seu tipo e subtipo de câncer de pulmão. Um exemplo é a pesquisa clínica do primeiro inibidor de molécula do KRAS G12C, que está sendo investigado como tratamento para uma variedade de tumores sólidos com a mutação KRAS G12C, especialmente no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC).

A medicina personalizada está sendo aplicada no câncer há pouco mais de uma década, e a maior evolução deste período foi entender que o que achávamos que eram casos “raros” ou “específicos”, são situações relacionadas a mutações ainda não reconhecidas no diagnóstico. Isso demonstra a importância de estudarmos os subtipos e tratar cada paciente como único para mudar o curso da doença, especialmente no Brasil, onde estamos avançando cada vez mais no combate ao câncer de pulmão”, esclarece o especialista.


Para entender o impacto desta potencial descoberta para os pacientes brasileiros, pesquisadores estão analisando os dados nacionais do KRAS G12C e identificaram que, de um total de 4.842 pacientes com CPNPC que passaram pelo teste genético de KRAS, assim como outras mutações como BRAF, EGFR, NRAS, entre 2017 e 2019, 20,9% dos casos tinham KRAS mutado, sendo 6,9% KRAS G12C .

O KRAS é um dos oncogenes mais frequentes e os esforços para desenvolver terapias direcionadas para este tipo de câncer não foram bem-sucedidas até aqui, porém, com avanço tecnológico dos últimos anos – que possibilitou o desenvolvimento de ferramentas específicas, já é possível entender mecanismos moleculares, definir indicadores de doenças (conhecidos como biomarcadores), assim como classificar indivíduos de acordo com suas prováveis respostas a tratamentos.

Com Assessorias

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