Vacina contra Covid em grávidas com ou sem comorbidades só se for Coronavac ou Pfizer

Mais de 2,5 milhões de mulheres devem ser vacinadas com a ampliação dos grupos prioritários na campanha de enfrentamento à pandemia

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Estudos mostram que a letalidade da Covid-19 em grávidas no Brasil está em cerca de 10%, enquanto a da população em geral está em 2%. Diante desse alto risco de mortalidade materna em função de complicações da Covid-19, o Ministério da Saúde retomou a recomendação de vacinar gestantes e puérperas sem comorbidades a partir dos 18 anos. A expectativa é atender mais de 2,5 milhões de mulheres nessa etapa da imunização. Até o momento, já foram imunizadas quase 500 mil grávidas e puérperas com comorbidades.

A vendedora Bruna Lopes, de 25 anos, está grávida de 27 semanas e considera que tomar a vacina traz mais segurança à gestante que precisa sair de casa todos os dias para trabalhar. “Fiquei muito tranquila de saber que as gestantes que não tem comorbidades podem ser vacinadas. Além de tranquila, me passou segurança maior por estar trabalhando. Vou estar imunizada, tanto eu quanto meu filho e vamos poder trabalhar com tranquilidade agora.”

A pasta também orientou que os imunizantes aplicados em gestantes devem ser o da Pfizer e a CoronaVac, que não possuem vetor viral. Já as da AstraZeneca e Janssen ficam excluídas da vacinação de gestantes e puérperas justamente por usarem o vetor viral. O ministério também ressaltou que não devem ser combinadas doses de diferentes vacinas na imunização. A nova orientação foi divulgada no dia 8 de julho.

Entidades médicas reforçam recomendações a gestantes e puérperas

Esta semana, entidades médicas também recomendaram a retomada da vacinação das gestantes e puérperas incluídas nos grupos prioritários definidos pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) e das gestantes sem comorbidades e/ou fatores de risco, com as vacinas disponíveis no país que não contenham vetor viral, ou seja, a Coronavac©️ e a de RNA mensageiro (Pfizer).

Assinam a nota o Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 da Associação Médica Brasileira (CEM COVID_AMB), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

As entidades reforçaram que a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por Covid-19 em gestantes e puérperas está associada a risco elevado de morbidade e mortalidade materna, além do maior risco de prematuridade e óbito fetal. A nota destaca que “o uso de vacinas Covid-19 em gestantes com e sem comorbidades ou fatores de risco deve ocorrer independente da indicação médica, sendo apenas necessário, se assim for o desejo da gestante ou puérpera, a apresentação do cartão de pré-natal ou registro do nascimento da criança”.

O grupo CEM COVID_ AMB, a SBP, a SBIm e Febrasgo recomenda que “as gestantes e puérperas (incluindo as sem fatores de risco adicionais) que já tenham recebido a primeira dose de outra vacina COVID-19 que não contenha vetor viral (Coronavac©️ou Pfizer) deverão completar o esquema com a mesma vacina nos intervalos habituais”.

Já as mulheres em idade fértil que engravidarem após a administração da primeira dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz, podem receber a segunda dose, após o intervalo habitual preconizado, preferencialmente com a vacina da Pfizer, e nos locais onde não estiver disponível, com a Coronavac©️. Ainda segundo o grupo, as recomendações poderão ser revistas a qualquer momento de acordo com novas evidências científicas.

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E quem já tomou a primeira dose da Astrazeneca?

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou que as grávidas que foram vacinadas com a primeira dose da AstraZeneca devem tomar a segunda dose da mesma vacina após o puerpério, que é o período de até 45 dias após o parto. “Sabemos que uma dose da vacina AstraZeneca já protege bem, de tal sorte que essas que já tomaram a vacina têm uma proteção.”

O Ministério da Saúde já tinha incluído grávidas e puérperas no Programa Nacional de Vacinação (PNI) em abril deste ano, porém, em maio, aconselhou a suspensão temporária da vacinação de gestantes sem comorbidades. O ministro explicou que a liberação ocorreu após análises técnicas, debates com pesquisadores e avaliação dos dados epidemiológicos. 

“Houve entendimento de se voltar a vacina nas gestantes sem comorbidades. Não há porque suspender a vacinação, até porque, gestantes, grávidas, que não sabem ainda estarem grávidas, recebem vacinas e têm uma evolução satisfatória e seria benéfico para elas também. Por isso, o PNI entendeu que deveríamos incluí-las novamente”, explicou Queiroga.

Não está autorizada a combinação de vacinas

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a intercambialidade de vacinas nas gestantes não é aconselhada. Ou seja, a orientação é tomar primeira e segunda doses do mesmo imunizante. “Não é recomendado, não há evidência científica acerca da intercambialidade de vacinas nas gestantes. Portanto, vamos manter a orientação do Programa Nacional de Imunização.”

Segundo ele, a combinação de vacinas não está autorizada em nenhum público. “A intercambialidade ainda não está autorizada. Ela ainda é motivo de estudos.”

Primeira dose garantida

Moradora de Fortaleza (CE), a psicóloga Lívia Romero está entre as gestantes que já tomaram a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus. “Fui imunizada contra a Covid-19 assim que completei 12 semanas de gestação. Por orientação da minha obstetra, resolvemos aguardar esse período.”

Não tive receio nenhum de me vacinar nesse período. Meu medo maior sempre foi contrair o vírus enquanto estava grávida em razão dos riscos de desenvolver a forma mais grave da doença para gestantes. Estou muito feliz por estar imunizada e aguardando ansiosamente a segunda dose”, afirmou.

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