Hábitos criados na pandemia podem gerar sofrimento psíquico

Psicóloga dá dicas para identificar quando um hábito se torna uma síndrome, como tratar e como evitar essa situação.

Estudos do campo da saúde mental revelam que cerca de 70% da população mundial tenham a síndrome do pensamento acelerado (Imagem: Pixabay)
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Ana* sempre gostou de manter a casa organizada, mas após a pandemia, ela ampliou o hábito e não deixa nada fora do lugar. Osvaldo* lava as mãos a todo momento, mesmo que nem saia de casa. E a Juliana* se sente incomodada se tem que passar mais de uma hora fora de sua residência.

Esses são hábitos que foram potencializados no período da pandemia e podem representar algo a mais do que apenas novas atitudes e, se não observados, podem acarretar em sofrimentos psíquicos como ansiedade, depressão, síndrome do pânico e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

“Diante de uma situação anormal que é uma pandemia, raramente vivemos de modo normal. O que temos percebido é um aumento desse sofrimento psíquico, seja pela mudança do modo de vida, ou pelas perdas, ou experiências vivenciadas pelas pessoas”, explica a psicóloga Eliz Marine Wiggers, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Avantis (UniAvan).

A especialista explica que para identificar se uma mudança de hábito ‘fugiu do normal’ é necessário observar se a pessoa alterou significativamente seu modo de vida, teve alguma alteração no sono, tem evitado se relacionar com as pessoas, mesmo que de forma virtual, e se essas mudanças têm gerado algum tipo de sofrimento.

“É importante de ser realizada essa identificação do que é ‘anormal’ ou de ‘risco’ de modo individual, pois cada pessoa tem pensamentos, sentimentos e percebe as mudanças de modo muito particular. Deve ser avaliado por um profissional da saúde, como um psicólogo ou um psiquiatra”, complementa.

Os familiares e as pessoas próximas têm papel fundamental para auxiliar nessa percepção e no apoio ao paciente. “É importante perguntar se essa pessoa deseja a ajuda de um profissional, e se essa pessoa desejar, se dispor a acompanhá-la. É importante que nenhuma consideração de adoecimento ou patologia seja feita por algum familiar ou pessoa próxima, pois a escuta, o respeito e a disposição ao diálogo são sempre relevantes”, acrescenta a professora.

Caso o paciente receba o diagnóstico após a avaliação dos profissionais de saúde, é indicado tratamento com psicólogo. Dependendo da avaliação, para alguns casos, é indicado também o acompanhamento de médico psiquiatra e, se necessário, uso de medicamentos.

A profissional conta que é possível prevenir essa situação com atitudes cotidianas, como realizar atividades físicas de forma periódica, ter uma alimentação saudável, fazer atividades que lhe tragam bem-estar com mais frequência, estimular uma boa rotina de sono e manter vínculos de relacionamento, mesmo que virtuais. “Atitudes simples que, se agregadas ao dia a dia, fazem toda a diferença e só trazem qualidade de vida”, destaca.

“Por isso, reforço a necessidade de todos adotarmos no dia-a-dia uma rotina saudável para combater esse mau que chega de forma silenciosa e, aumentar assim, a qualidade de vida, recuperar a saúde mental e o bem-estar psíquico de toda a população”, finaliza a psicóloga.

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