Inclusão social: ‘Lugar de autista é em todo lugar’

Campanha reduz preconceito sobre condição que afeta uma entre 44 crianças. Ator revela que irmãzinha foi diagnosticada com o espectro autista

O jovem ator Lucas Burgatti revelou em suas redes sociais que sua irmãzinha Sara foi diagnosticada como autista (Foto: Divulgação)
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Só no Brasil, já foram diagnosticados 2 milhões de indivíduos com autismo. Essa condição afeta uma entre 44 crianças e esse número tende a crescer cada vez mais. Por isso, é importante ampliar a discussão sobre a causa. Neste sábado (2/4), Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o tema da campanha é “Lugar de Autista é Em Todo Lugar” que tem como intuito promover a inclusão dos portadores de autismo em toda a sociedade.  O ator Lucas Burgatti (Poliana Moça, SBT) escolheu a data para fazer um post em suas redes sociais contando que sua irmãzinha Sara foi diagnosticada como autista nesta semana.

“Vamos juntos combater o preconceito, aumentar a conscientização e principalmente aceitar, respeitar e entender essas pessoas, crianças e adultos do espectro, que muitas vezes sofrem com a falta de conhecimento da maioria das pessoas. Muitas famílias lutam sem recursos para as terapias, sem apoio do governo, sem condições financeiras para os cuidados necessários para ajudar no desenvolvimento e na potencialidade dessas crianças”, escreveu o ator.

Diagnóstico é possível a partir dos 9 meses de idade

Marcone Oliveira, médico neuropediatra, especialista em transtornos do neurodesenvolvimento e orientador de pais, chama atenção para o diagnóstico precoce. “Esta semana é um período ideal para se falar nesse tema e alertar a todos. A importância do diagnóstico precoce, segundo o que vários estudos mostram, é que quanto mais cedo se faz o diagnóstico e a intervenção, maior e melhor é o desenvolvimento da criança devido a capacidade de neuroplasticidade, e de maior potencial de aprendizado, além do período de adaptação da criança e do conhecimento da família”.

Uma outra coisa é que os pais sempre tem dúvida de qual a idade se consegue fazer o diagnóstico. É o mais precoce possível, mas os pais não entendem isso; muitas vezes os pais vão a profissionais que não tem conhecimento sobre autismo, e esses profissionais tentam tranquilizar os pais dizendo que a criança falará em breve pedindo para voltar meses depois, podendo nesse caso, atrasar a intervenção com o diagnóstico.

“O diagnóstico mais precoce possível pode ser aos nove meses, pode ser com seis meses, com um ano e meio ou dois anos. Existe uma falsa ideia que de o diagnóstico deve ser feito depois dos três anos, e uma falsa ideia, de alguns profissionais que não conhecem o tema adequadamente, de que a criança vai falar até dois anos. É bem importante discutir esse tema nesse período para trazer esclarecimentos aos pais e a comunidade“, alerta o Dr. Marcone Oliveira.

autismo tem como caraterísticas a dificuldade na comunicação e interação social; apresentando padrões restritos e repetitivos de comportamento, atividades ou mesmo interesses. O atraso na fala, a dificuldade no contato visual, ou não responder quando é chamado são os primeiros sinais do TEA (Transtorno do Espectro Autista), prejudicando o desenvolvimento neuropsicomotor. As causas podem envolver vários fatores, desde a genética como a presença de outras anomalias.

“O autismo é uma dificuldade de comunicação social, não só de fala, mas também dificuldade de contato visual, de apontar, de compartilhar brincadeiras. São crianças com movimentos repetitivos, estereotipias e alterações sensoriais, e quando presente essas alterações podem atrapalhar o desenvolvimento funcional da criança. Por isso se faz urgente discutir o tema do diagnóstico precoce, principalmente neste período”, afirma Marcone Oliveira.

O quadro de autismo é dividido em três níveis. O nível um é o mais leve, é quando a criança necessita de algum apoio para ajuda-la a superar as limitações na comunicação e na interação social. No nível dois, a criança necessita de um repertório maior de apoio, as limitações de comunicação verbal e não verbal são muito maiores, e a interação social é muito mais difícil. E para finalizar, o nível três é o que apresenta mais prejuízos, sendo o nível mais severo, com grandes obstáculos na interação com as pessoas, além dos grandes prejuízos na comunicação verbal e não verbal.

É preciso lembrar dos fatores de risco, ainda no pré-natal, que podem resultar no surgimento do transtorno, desde a exposição de drogas, como a cocaína ou de álcool em níveis elevados, a exposição de pesticidas e a associação com algumas doenças autoimunes. Há também os riscos da prematuridade, dos riscos ambientais, o contato com elementos químicos como o cádmium, níquel, mercúrio e outros, poluição do ar e a idade avançada dos pais.

‘Vamos juntos combater o preconceito’

Por Lucas Burgatti

Dia mundial da conscientização do Autismo” é o dia que eu escolhi para contar oficialmente a vocês que a minha irmãzinha @sarahburgatti é autista🧩💙 Eu, como irmão de uma criança com autismo, em nome de toda a família Burgatti e das famílias de autistas, peço a todos vocês que ajudem nessa causa.

Vamos juntos combater o preconceito, aumentar a conscientização e principalmente aceitar, respeitar e entender essas pessoas, crianças e adultos do espectro, que muitas vezes sofrem com a falta de conhecimento da maioria das pessoas. Muitas famílias lutam sem recursos para as terapias, sem apoio do governo, sem condições financeiras para os cuidados necessários para ajudar no desenvolvimento e na potencialidade dessas crianças.

O Autismo afeta 1 entre 44 crianças, e esse número tende a crescer cada vez mais. Vamos junto nessa causa ? 😃 Conto com todos vocês, meus queridos fãs e seguidores! Por um mundo mais AZUL, com menos preconceito e mais inclusão, mais amor e mais recursos tanto para as terapias de apoio para as famílias, quanto para as pesquisas científicas.

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