Itaboraí (RJ) ganha hospital para atender vítimas da Covid-19

Unidade que estava fechada há 10 anos terá 30 leitos de UTI. No Rio, prefeitura inaugura laboratório que vai possibilitar produção de 500 testes mensais

Hospital São Judas Tadeu, com 30 leitos de UTI, com respiradores( Foto: Rogério Santana/GovRJ)
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A população de Itaboraí e arredores na Região Metropolitana do Rio ganhou nesta segunda-feira (dia 10/8) o Hospital São Judas Tadeu, com 30 leitos de Unidade de Tratamento (UTI), com respiradores, destinados ao tratamento de vítimas da Covid-19. O hospital, que estava fechado há de dez anos, foi reaberto mediante assinatura de um termo de cooperação entre estado e prefeitura. O investimento é da ordem de R$ 40 milhões. A unidade revitalizada terá os leitos regulados pelo Governo do Estado, que também repassou oito ambulâncias à prefeitura.

O hospital estava abandonado por apresentar problemas estruturais, elétricos e hidráulicos e agora foi totalmente revitalizado. A previsão é de que possa funcionar, em sua totalidade, com até 150 leitos, no fim deste ano. “A unidade ficará como um legado para a população, o que é ainda mais importante pelo momento que estamos atravessando, de uma pandemia. Com os investimentos feitos, Itaboraí poderá ampliar o número de cirurgias eletivas e criar um grande complexo materno-infantil”, afirmou o governador Wilson Witzel.

Segundo o secretário de Saúde de Itaboraí, Júlio Ambrósio, a reabertura do hospital representa uma grande melhoria não só para o município, como para outras cidades da região, como Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim. “Antes, só tínhamos o Hospital Desembargador Leal Junior, que já estava sobrecarregado e, por isso, é muito importante essa inauguração, com a abertura de leitos para Covid. Com isso, teremos a oportunidade de retomar as cirurgias”, afirmou.

Witzel ainda lembrou estudo da Universidade de São Paulo divulgado na sexta-feira (7) mostrando o Rio de Janeiro como um ponto azul no mapa do Brasil, com redução do número de mortos e de contágio pelo novo coronavírus. “Enquanto isso, as regiões de Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste estão vermelhos”, comentou.

Mais leitos do que demanda de internações

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 na rede SUS do município – que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais – é de 62%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 35%. O número de leitos especializados na rede é maior do que a demanda por internações para tratamento da doença. A rede municipal possui 937 leitos para Covid-19. Deste total, 251 são leitos de UTI. 

Nas unidades da rede municipal, há 425 pacientes internados. Deste total, 190 estão em UTIs. A rede SUS na capital tem 781 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 384 em leitos de UTI. “Não há fila de espera, pois há leitos para todos os pacientes inseridos no sistema de regulação”, diz a nota. Em toda a rede SUS da Região Metropolitana 1 – que engloba a capital e municípios da Baixada Fluminense – 47 pessoas estão em processo de transferência para leitos de Covid-19. Deste total, 24 são para UTI.

Laboratório permitirá mais testes no Rio

Também nesta segunda-feira (10/08), o prefeito Marcelo Crivella inaugurou o Laboratório de Biologia Molecular, em São Cristóvão, que vai possibilitar a produção de 500 testes mensais para diagnóstico precoce da Covid-19. Até então, os testes só eram feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro Noel Nutels (Lacen) e pela Fiocruz.

Com o novo laboratório, o Lasp terá capacidade de dar suporte a diagnósticos, como o da própria Covid-19. Contando com metodologias mais sensíveis e específicas, a unidade poderá até auxiliar na detecção de novos vírus”, explica Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária do Rio.

O Laboratório de Biologia Molecular recebeu o nome do médico-veterinário Walker André Chagas, profissional que se dedicou à anatomia patológica por mais de 50 anos (35 deles vividos no IJV) e morreu em 2014, aos 90 anos. Na carreira acadêmica ele foi professor do Departamento de Morfologia do Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde coordenou a pós-graduação de Medicina Veterinária.

A nova instalação de Biologia Molecular integra a estrutura do Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp) que, com outros 11 laboratórios, funciona na Avenida Bartolomeu de Gusmão, no Complexo Zona Norte da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, pasta vinculada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Exames para detectar a raiva animal

No mesmo endereço, Crivella entregou o Centro de Diagnóstico por Imagem ao Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV), permitindo o município oferecer todos os exames veterinários de ponta, antes feitos fora da unidade. Os animais terão aqui, ultrassonografia, raio-X digital e ecocardiograma.

A secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, explica que as novas unidades do IJV, com investimento de R$ 200 mil, representam ganhos expressivos na saúde da população carioca. “Tanto o centro de imagens como o laboratório são grandes conquistas na área da saúde, pois vão agilizar os diagnósticos. E isso é fundamental não só no tratamento dos animais que precisam dos serviços das unidades da Vigilância Sanitária, como também na promoção da qualidade de vida da população carioca por meio do monitoramento sanitário”, avalia.

Com aparelhos de ultrassonografia, ecocardiograma e Raio-x digital, o Centro de Diagnóstico por Imagem homenageia o também médico-veterinário José Américo Leal. Por quatro décadas, ele foi o responsável pelas radiografias feitas no IJV, onde se aposentou e morreu anos depois.

A nova infraestrutura trará avanços na detecção de outros vírus emergentes e reemergentes e vai contribuir para que o município amplie consideravelmente as suas políticas públicas nas áreas de epidemiologia e vigilância virológica. Teremos ações importantes nas zoonoses, como um diagnóstico bem mais rápido da raiva. Essa agilidade nos permitirá aumentar as frentes de monitoramento e da prevenção de doença”, diz Márcia Rolim, que é médica-veterinária e servidora da Prefeitura do Rio há quase 20 anos, 15 deles dedicados ao IJV.

Em 2017, a prefeitura integrou os cinco laboratórios de exames veterinários com os seis de análises de produtos e criou o Lasp. Desde então, foram realizados mais de 350 mil procedimentos, entre exames de zoonoses e análises de produtos.

Com Assessorias da SES e SMS

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