Lúpus, sol e vacina da Covid-19: uma combinação desastrosa

Exposição solar para os pacientes com a doença autoimune pode desencadear problemas dermatológicos, alerta dermatologista no Fevereiro Roxo

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Após um ano de incertezas e expectativas, finalmente foi iniciada a campanha de vacinação contra o Covid-19 no Brasil, e com ela surgiram algumas dúvidas, entre elas, se os pacientes de doenças reumáticas autoimunes devem tomar ou não a vacina contra a doença.

Os portadores de doenças reumáticas imuno mediadas como lúpus, esclerodermia, dentre outras, devem conversar com o seu reumatologista de confiança, considerando que esses pacientes podem apresentar particularidades com redução da eficiência do sistema imunológico devido a doença e ao seu tratamento.

A SBR (Sociedade Brasileira de Reumatologia) desenvolveu um guia para orientar os portadores de doenças reumáticas sobre a vacina contra o Covid-19. A organização recomenda o uso da vacina para pacientes que tenham a doença estável, em remissão ou que apresentam estar com o sistema imunológico controlado.

Neste momento, todos devem ser vacinados, embora seja cedo para avaliar a segurança e resposta imune aos pacientes reumáticos. Mas a médica reumatologista Claudia Goldenstein Schainberg faz um alerta importante para quem sofre com essas doenças, especialmente o lúpus.

No momento da decisão de tomar a vacina, busque seu médico, que já está acostumado e atualizado sobre sua doença, os efeitos e benefícios da vacina, deixando claro o seu quadro clínico para ele; assim seu reumatologista poderá te orientar da forma mais eficiente possível, para que você seja vacinado com segurança e a vacina tenha o efeito esperado”, orienta.

Cuidados com o sol

Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune do tecido conjuntivo, com a causa ainda desconhecida, que ataca e destrói os tecidos saudáveis do corpo. A enfermidade acomete, geralmente, mulheres entre os 20 e 30 anos. Os sintomas são os mais variados, como febre, emagrecimento, lesões cutâneas, dor nas articulações, queda de cabelo, úlceras na boca, perda de apetite e fraqueza.

Além do tratamento, o Lúpus precisa de alguns cuidados extras, principalmente quando pensamos em verão, praia e piscina. O sol pode ser altamente agressivo para esses pacientes e a doutora Luiza Fuoco Rocha, especialista da Cobra Reumatologia e integrante da comissão de Artrite psoriásica na Sociedade Brasileira de Reumatologia, explica por que a exposição aos raios UV podem desencadear problemas dermatológicos.

Em indivíduos geneticamente predispostos, a exposição aos raios ultravioleta pode servir como gatilho para autoimunidade, uma vez que provoca morte das células da pele, e exposição de autoantígenos (substâncias do próprio organismo não reconhecidas pelo sistema imune). Estes por sua vez, levam a uma resposta inflamatória exacerbada, mediada principalmente por interferon tipo 1, seguido de ativação de resposta celular e produção de autoanticorpos, amplificando e perpetuando o processo inflamatório. A lesão tipicamente inicia-se de forma tardia, após alguns dias ou até 3 semanas após a exposição solar, mas pode persistir por meses e deixar cicatriz”, explica a especialista.

Os cuidados em relação à exposição ao sol são:

– Usar roupas que não expõem a pele;

– O uso de protetor solar deve ser diário, mesmo em dias nublados;

– É extremamente necessário evitar o sol das 10 às 15 horas;

– Evitar lugares que possam penetrar luz solar;

– Utilize constantemente chapéus e óculos escuros.

As atividades físicas são importantes para quem tem o Lúpus, porém é recomendado que não as faça na luz do dia. Apesar da causa da doença ser desconhecida, a doutora Luiza Fuoco Rocha afirma que os fatores genéticos, hormonais e ambientais são concomitantes para o seu desenvolvimento.

Com Assessorias

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