Metade dos medicamentos usados no mundo tem algum erro de prescrição, venda ou distribuição

Dia Mundial de Segurança do Paciente foca em profissionais de saúde da linha de frente da Covid-19

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A Humanidade vive um momento totalmente atípico. Enfrentamos um inimigo invisível e estamos, há meses, tentando encontrar uma forma de combatê-lo. Em meio à união de esforços para a adaptação social à pandemia do novo coronavírus e para a busca de tratamentos e vacinas para a Covid-19, o “novo normal” também lançou holofotes sobre duas questões essenciais do autocuidado: a importância da consulta a fontes confiáveis quando o assunto é saúde e, não menos importante, a necessidade do uso responsável de medicamentos.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos 20 anos, estudos em diferentes países têm mostrado que os danos causados aos pacientes por eventos adversos constituem, provavelmente, uma das 10 principais causas de mortalidade e incapacidade em todo o mundo. Estas mortes e danos são, na maioria das vezes, evitáveis.

Os estudos mostram que cerca de um em cada 10 pacientes hospitalizados sofre dano associado aos cuidados à saúde, e que, pelo menos, 50% poderiam ser evitados. Na atenção primária e ambulatorial são quatro em cada 10 pacientes que sofrem danos.

O Dia Mundial da Segurança do Paciente, neste 17 de setembro, tem como objetivo evidenciar a importância do cuidado seguro em saúde. A data foi instituída pela OMS no ano passado, firmando o reconhecimento da segurança do paciente como uma prioridade global de saúde.

Os perigos da auto-medicação e uso irresponsável de remédios

Dados da OMS estimam que 50% de todos os produtos medicamentosos usados no mundo passem por algum erro de prescrição, venda ou distribuição. Entre as ocorrências mais comuns, estão: erro de medicação, intoxicação, inefetividade e até mesmo interação com outros medicamentos – o que reforça a necessidade de conscientização a respeito desse assunto.

O cardiologista José Francisco Kerr Saraiva alerta sobre os diversos riscos decorrentes da auto-prescrição e uso irresponsável de medicamentos. “Qualquer suspeita associada a sintomas incomuns deve ser levada a um profissional capacitado. A consulta médica, seja presencial ou por telemedicina, é indispensável para avaliação e prescrição adequada do melhor tratamento em relação a queixa do paciente”, enfatiza o especialista.

Dentro da indústria farmacêutica, a área de farmacovigilância é responsável por lidar com este tipo de ocorrência, garantindo a integridade e efetividade dos medicamentos.

Além do compromisso em pesquisar e garantir tratamentos cada vez mais inovadores, contamos com a área de farmacovigilância, que nos permite fomentar o uso seguro e racional dos medicamentos. É nosso papel zelar pelo cuidado e segurança dos pacientes, promovendo a saúde pública segura e responsável”, declara Thais Melo, diretora médica da Boehringer Ingelheim.

Informações seguras: contra as fake news

A disseminação de informações equivocadas, as chamadas “fake news”, especialmente no cenário atual da pandemia do novo coronavírus, também pode acabar induzindo os pacientes ao uso inadequado de medicamentos, deixando as áreas de Farmacovigilância mais atentas. Tanto que para driblar essa questão, a MS desenvolveu uma plataforma de esclarecimentos sobre informações indevidas voltadas à saúde, principalmente sobre o vírus.

Este contexto reforça ainda mais a responsabilidade das áreas médicas em conjunto com a Farmacovigilância no monitoramento, investigação e garantia da qualidade e segurança dos medicamentos. Tais processos são fundamentais para promover a saúde dos pacientes, como avaliação de benefícios, detecção e comunicação de problemas, fomentando, desta forma, a utilização segura e racional dos tratamentos”, afirma Thais.

Ela lembra que, no Brasil, o Ministério da Saúde também tem cumprido o papel de alertar a população, enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária monitora as questões relacionadas ao uso irregular e aos eventos adversos dos medicamentos para tratar alguns dos sintomas da Covid-19.

Profissionais da linha de frente são homenageados

Neste ano de 2020, no contexto da pandemia, milhões de trabalhadores da saúde de todo o planeta estão atuando na linha de frente no controle da disseminação da Covid-19, colocando a saúde e a vida em risco. Por isso, a OMS definiu a segurança do trabalhador da saúde como parte da campanha porque está diretamente associada à segurança do paciente.

Criado pelo Conselho Federal de Enfermagem, o Observatório da Enfermagem aponta, até o momento, mais de 35 mil profissionais infectados e 376 mortos, com uma taxa de letalidade de 1,93%. E o Sindicato dos Médicos de São Paulo tem em seu website o ‘Memorial aos Médicos Vítimas de Covid-19’, onde presta homenagem nominal a 232 médicos já falecidos.

O Ministério da Saúde informa, em 25 de agosto, que são 258.190 trabalhadores da saúde infectados pelo coronavírus, e 226 mortes. Foram notificados 88.898 casos entre Técnicos de enfermagem, 37.689 entre Enfermeiros, 27.767 entre Médicos e 12.545 entre Agentes de saúde, além de 11.097 entre trabalhadores de apoio.

Diante do cenário atual, a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) optou por abordar o tema “Segurança do trabalhador da saúde: uma prioridade para a segurança do paciente”. A entidade realiza uma série de tópicos em debates, materiais promocionais, vídeos, depoimentos e webinars, com a participação de profissionais de diversas áreas, avaliando a realidade dos profissionais e os impactos na estrutura dos sistemas de atendimento.

A Sobrasp estabeleceu como tópicos a serem desenvolvidos na campanha deste ano no Brasil, a partir do tema central estabelecido pela OMS: Cuidado, solidariedade e companheirismo; Aperfeiçoamento e atualização profissional; Melhoria contínua dos processos de trabalho; Atenção às necessidades das equipes de saúde, e Alertas sobre riscos iminentes”, disse o médico e pesquisador da Fiocruz Victor Grabois, presidente da Sobrasp.

Os debates, informações e alertas desenvolvidos para a data são dirigidos aos governos, lideranças, gestores, tomadores de decisões, trabalhadores da área de saúde e ao público em geral. Para fortalecer a campanha, a Sobrasp uniu-se à Elsevier, empresa global de informações analíticas, com a missão de frisar a importância de oferecer recursos aos profissionais de saúde que ajudem a alcançar a melhoria contínua dos serviços prestados, a fim de atingir resultados cada vez mais seguros para os pacientes.

Cristo Redentor, de laranja, chama atenção para a causa

O Dia Mundial da Segurança do Paciente firma o reconhecimento desta que é considerada uma prioridade global de saúde. Para celebrar a data, o Cristo Redentor – um dos principais cartões postais do mundo – ganha iluminação especial laranja, numa ação em parceria com o Grupo Gestor de Segurança do Paciente do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de evidenciar a importância do cuidado seguro em saúde.

Para os organizadores, a segurança do paciente é um tema importante para todos os envolvidos no cuidado de saúde, principalmente para os próprios pacientes e seus familiares e para os trabalhadores da saúde. A campanha “Segurança do trabalhador de saúde: uma prioridade para a segurança do paciente” deste ano tem como slogan “Trabalhadores de saúde seguros, pacientes seguros”. Diante disso, há o chamado para os profissionais da saúde “Fale pela segurança do trabalhador de saúde”.

A iluminação do Cristo Redentor por causas nobres e atuais revela que Jesus, representado nessa imagem conhecida em todo mundo, cada vez mais é a Luz do mundo. No dia 17 de setembro, a cor laranja que brilha no Cristo Redentor expressa o valor do Dia da Segurança do Paciente e do Trabalhador de Saúde, pois neles se encontra o máximo valor humano, que é a inviolabilidade e dignidade da Vida Humana”, afirma o
bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e médico, Dom Antonio Augusto Dias Duarte.

Além do Cristo, 14 unidades de saúde e a sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES), na Rua México, no Centro do Rio, estão iluminadas. Na quinta-feira, também acontece uma exposição no hall principal com banners alusivos às iniciativas já realizadas e distribuição de materiais gráficos de divulgação sobre os protocolos básicos de segurança do paciente.

Com Assessorias e Agência Brasil

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