Muito além do câncer de mama

Médica esclarece sobre tumores do colo do útero, endométrio e tireoide, que afeta as mulheres, especialmente após a menopausa

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Foco da campanha Outubro Rosa, o câncer de mama é, depois do melanoma, o tipo de tumor maligno que mais acomete as brasileiras. Mas não é só este carcinoma que assusta as mulheres. Outros tipos de tumores afetam a saúde da mulher e podem ser prevenidos, como o câncer de colo do útero, o câncer do endométrio e o câncer da tireoide.

Em 2018, um total de 16.370 novos casos de câncer de colo do útero foram diagnosticados. Este é o terceiro tumor mais frequente nas mulheres, atrás do câncer de mama e do colorretal e a quarta causa de morte no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O diagnóstico hoje é feito muito mais precocemente do que na década de 1990, quando 70% dos casos eram descobertos na forma mais avançada. Atualmente, 44% são identificados na fase inicial.

O câncer de colo do útero pode ser ocasionado por uma infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). A infecção por esse vírus é muito frequente e em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que podem evoluir para um câncer. Essas alterações das células são descobertas com o exame preventivo (Papanicolau) e são curáveis na quase totalidade dos casos se diagnosticadas a tempo.

No caso do câncer de endométrio, os fatores de risco estão associados à obesidade, menarca precoce e menopausa tardia. “As mulheres após a menopausa são as principais vítimas, em geral acima dos 60 anos. Apenas 20%, ou menos, das mulheres com esse tipo de doença estão na fase de pré-menopausa. Menos de 5% estão abaixo dos 40 anos de idade. O câncer de endométrio é um tumor altamente curável na maioria dos casos, assim como outros tipos”, como explica a oncologista do Hospital do Câncer Anchieta, Regina Hercules Vidal. Ela esclarece ainda que o câncer de útero e de ovário não possuem correlação.

O útero é um órgão com uma cavidade, onde é implantado o embrião para o desenvolvimento da gestação. Este local é denominado endométrio, que é influenciado pelas alterações hormonais durante o ciclo de vida reprodutiva da mulher. Quando não ocorre a gestação é o endométrio que descama e sai na forma de menstruação”, explica. O câncer de endométrio é desenvolvido nesta camada do útero e não possui como fator de risco a infecção crônica pelo HPV, como ocorre com oo câncer de colo de útero cérvice uterina.

Câncer na tireoide é raro: histórico familiar é importante

O câncer de tireoide, por exemplo, atinge menos de 150 mil pessoas, é considerado raro e responsável por aproximadamente 1% de todos os tumores malignos do corpo. Assim como ocorre com o câncer de ovário, tem incidência associada a fatores genéticos, hormonais e ambientais. A história familiar é o fator de risco isolado mais importante (cerca de 10% dos casos). O tumor pode acometer a mulher em qualquer idade, porém é mais frequente depois dos 40 anos.

O que é o câncer na tireoide?

Os carcinomas de tireoide são desenvolvidos a partir das células da tireoide. Dentre eles temos diferentes tipos, como carcinoma pilífero que é o mais comum (cerca de 80% dos casos), carcinoma folicular (aproximadamente 10%), carcinoma de células de Hürthle (3%) e carcinoma medular da tireoide (representa 4%).

Como diagnosticar?

O diagnóstico é realizado por punção da área suspeita da tireoide, denominado P.A.A.F (Punção Aspirativa por agulha fina), e o material é enviado para análise do médico Patologista. Tendo então o resultado do exame anátomo patológico.

É possível prevenir?

O Câncer de Tireoide está associado a radiação local, especialmente em crianças. No acidente em “Chernobyl”, por exemplo, no reator nuclear de 1986 muitas crianças e adolescentes foram expostos a radiação e desenvolveram câncer de tireoide, principalmente os que tinham carência de Iodo.

O que fazer para evitar?

A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença. A prevenção primária tem como objetivo impedir que o câncer se desenvolva. Isso inclui evitar a exposição aos fatores de risco de câncer e a adoção de um modo de vida saudável. Já a prevenção secundária detecta e trata doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais.

Dicas do INCA

– Evite exposição a agentes cancerígenos no trabalho;

– Evite comer carne processada;

– Vacine contra o HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos;

– Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo do Câncer do Colo do Útero a cada três anos;

– Pratique atividades físicas;

– Mantenha o peso corporal adequado;

– Visitas regulares ao especialista;

– Alimentação saudável protege contra o câncer.

Agenda positiva

Saúde da mulher com mais de 40 anos em foco

Profissionais de saúde se reúnem dia 1º de novembro no Rio de Janeiro para debater sobre a saúde da mulher com 40 anos, ou mais, em diversos aspectos. Serão diversos palestrantes que irão abordar temas como: fertilidade, assistência pré-natal, perspectivas ginecológicas, sexualidade feminina, entre outros. Realizado pelo Grupo Perinatal, o Fórum Mulher 40 + acontece no Rio Othon Palace Copacabana, das 8h às 17h, e tem inscrições gratuitas.

Dentre os convidados estão Alexandre Stadinick, ginecologista da Perinatal Barra; Marcelo Valle, especialista em Reprodução Humana; Fernanda Campos, coordenadora da Unidade Semi-Intensiva da Perinatal Barra. As inscrições são gratuitas. Ao final, haverá uma roda de debate com cinco mulheres com mais de 40 anos e diferentes áreas e carreiras.

Estarão presentes a sócia fundadora do MedCenter, Anna Claudia Junqueira; a presidente da Bussiness Professional Woman do Rio de Janeiro, Glorita Cagaty; a atriz e professora de teatro, Joice Niskier; a YouTuber da maturidade feminina, Kika Gama Lobo; e a diretora de RH da Editora Globo, Infoglobo e Valor Econômico, Selma Fernandes.

Palestra em universidade da Tijuca (RJ)

No dia 31 de outubro, às 18h, a ginecologista e mastologista do Inca, Maira da Costa Pereira, fala sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama e colo de útero em palestra aberta ao público no Campus da Universidade Veiga de Almeida (UVA) no Campus Tijuca. Na sequência será promovida a oficina de autocuidado para ajudar o público a praticar o autoexame e autoconhecimento na detecção precoce do câncer de mama. A atividade promovida pela Frente Feminista do curso de Relações Internacionais e o Núcleo de Diversidade Humana da universidade integra a Campanha Outubro Rosa.

Com Assessorias

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