Neste inverno, saiba como aquecer o seu coração

Especialista alerta para risco maior entre idosos, cardiopatas e moradores de rua. Consumo de pratos quentes é aconselhável, mas alimentação muito calórica faz mal

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Nem parece inverno. O frio pelo menos por aqui no Rio de Janeiro chegou e parece que já foi. Temos vivido dias de intenso calor em pleno inverno. Apesar dos boatos nas redes sociais de que este seria o inverno mais rigoroso dos últimos 100 anos. A informação não é confirmada tecnicamente por especialistas que, por outro lado, não excluem a informação de que teremos sim, um inverno mais gelado este ano.

Com as temperaturas mais baixas nos próximos meses, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) adverte que casos de infarto e outras doenças do coração podem aumentar, principalmente entre os idosos, cardiopatas e pessoas que ficam expostas ao tempo, como os moradores de rua.

O cardiologista e presidente da Socesp, José Francisco Kerr Saraiva, explica que, em baixas temperaturas, o organismo aumenta a atividade metabólica para produzir mais calor e, assim, aumentar a temperatura corpórea e o frio induz ao espasmo das artérias coronárias. “Esse movimento faz com que o coração se esforce mais, o que pode desencadear uma insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e arritmias”, afirma Saraiva.

Socesp destaca que o consumo de alimentos quentes, como sopas, e o uso de agasalhos adequados são importantes para tentar reduzir os riscos à saúde e, especificamente, contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares. Pessoas com maior propensão a doenças nesta época, como cardiopatas, idosos e portadores de outras doenças crônicas, devem proteger-se das baixas temperaturas, agasalhando-se de maneira adequada, reduzindo a exposição ao frio, tomando os medicamentos de uso habitual e alimentando-se adequadamente.

Atenção para comidas altamente calóricas

O consumo de alimentos mais calóricos como chocolates, massas, fondues, caldos, vinhos e bebidas quentes permeiam o cardápio da estação, que acaba por diminuir ou até mesmo excluir as saladas e alimentos frios. Embora essas delícias que propiciam a saciedade não estejam na lista dos alimentos mais malvados do cardápio em geral, o consumo inadequado, com exageros e descompensação, podem prejudicar consideravelmente a saúde, sobretudo, a cardiovascular.

O ideal é manter sempre o equilíbrio, afinal, são raríssimas as pessoas que abdicam desta alimentação por completo. Não há necessidade de se limitar e passar vontade. “No entanto, a ingestão destes alimentos tem de ser realizada em pequenas quantidades, em dias e horários definidos, associada à prática de atividades físicas”, é o que afirma a diretora do departamento de Nutrição da Socesp, Valéria Arruda Machado.

É normal nos dias mais frios sentirmos um pouco mais de fome “isso acontece porque o corpo gasta mais energia do que habitualmente para manter a temperatura estável e compensar a perda energética”, explica a nutricionista. Mas não é por conta desta situação que se deve deixar a alimentação saudável de lado e se jogar nas guloseimas. A especialista afirma que mesmo com o aumento do apetite, é possível consumir alimentos saudáveis, de baixa caloria e, ainda assim, saciar a fome de maneira saudável.

As sopas caseiras podem ser muito nutritivas se preparadas com os devidos cuidados. “O ideal é que não se utilizem temperos prontos, pois têm uma grande quantidade de sódio e gorduras saturadas, componentes que aceleram o aumento de peso e podem até agravar as doenças cardiovasculares”, recomenda Machado. As sopas mais adequadas devem ser feitas à base de legumes e verduras, principalmente se utilizadas folhas de repolho, espinafre e agrião. “Uma boa sugestão pode ser alho poró e creme de moranga”, completa a especialista.

Moradores de rua estão mais vulneráveis

O inverno é sempre uma preocupação a mais para quem vive na rua – pesquisa publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2017 estima que no Brasil existem mais de 100 mil moradores de rua. O frio aumentou os riscos dos moradores em situação de rua e outras pessoas que ficam expostas ao tempo, a desencadearem ou desenvolverem doenças cardiovasculares.

Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgado em 2016, apontou que a capital paulista tem 15.905 mil moradores de rua, o dobro do existente no ano 2000. Segundo a prefeitura de São Paulo, existem 10 mil vagas fixas para acolhimento de moradores de rua e, emergencialmente, foram criadas 1.437, totalizando 11.437.

Quase 30% dos moradores ficam desabrigados, aumentando o risco de desenvolverem diversas doenças, incluindo as cardiovasculares. Para evitar complicações, as pessoas que ficam expostas às baixas temperaturas devem manter-se agasalhadas. Além disso, o consumo de líquidos aquecidos é uma boa opção de aquecer o organismo.

Para Saraiva, os moradores de rua, muitas vezes idosos, já com cardiopatia ou não, às vezes abusam do álcool, com a falsa ideia de se proteger do frio, e acabam sofrendo hipotermia, com risco de morrer. “No inverno, pacientes mais idosos e portadores de cardiopatias crônicas têm mais chances de desenvolver complicações”, salienta o cardiologista.

Fonte: Socesp, com Redação

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