Neuro em Ação alerta sobre mau uso do celular para a saúde

Dores no corpo provocadas por erros posturais são uma das principais causas de absenteísmo (ausência no trabalho). Campanha tem neurologistas informando sobre .

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A Sociedade Brasileira de Neurocirugia (SBN) realiza em todo o país, de 8 a 14 de outubro, a segunda edição da campanha “Neuro em Ação”, com o objetivo de alertar a população sobre os riscos relativos ao mau uso do celular e as dores no corpo provocadas por erros posturais, uma das principais causas de absenteísmo.

“Em 2017, tivemos uma adesão muito grande de profissionais e estudantes. Nós vamos disponibilizar materiais gráficos e aulas no site da SBN (http://sbn.org.br/publico) para que esta campanha possa ser reverberada por todo o Brasil”, explica  Ronald Farias, neurocirurgião presidente da SBN.

O celular está definitivamente presente na vida das pessoas, porém o mau uso desses dispositivos pode causar muitos problemas aos usuários. Não raro é possível ver pessoas dirigindo usando o telefone, o que pode causar graves acidentes, e também pedestres digitando mensagens enquanto caminham, o que tem ocasionado uma série de atropelamentos, além de outros acidentes provocados pela falta de atenção.

A luz das telas de smartphones também é bastante prejudicial, o movimento do pescoço para digitar ou ler prejudica o eixo da coluna. O excesso de utilização dos dispositivos prejudica também as relações interpessoais. Segundo um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 44% dos jovens enquadrados como dependentes substanciais de tecnologias apresentaram problemas significativos em diversas áreas de sua vida.

O que pouca gente sabe é que durante essas atitudes rotineiras e “inocentes”, concluídas em segundos, o cérebro entra em transe e tira total atenção, visualização e audição do que acontece no entorno, criando a possibilidade para acidentes com sequelas graves, como traumas e morte, de acordo com o neurocirurgião Ronald Farias.

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito do Paraná (Detran), por exemplo, os pedestres que digitam, leem ou falam ao celular enquanto caminham possuem chances de acidentes de até 80% mais altas. Segundo, ainda, um estudo realizado pelo Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi), quando o motorista desvia sua atenção para responder uma mensagem no Whatsapp à velocidade de 80 km/h, por exemplo, é o mesmo que dirigir a extensão de um campo de futebol inteiro com os olhos fechados.

A dica do especialista é, em casos de urgência, enviar mensagem de áudio (usando um dos fones de ouvido) ou, o mais indicado, manter a paciência e aguardar até que se esteja parado e em local seguro para as ações no dispositivo. “Ao contrário do que parece, dar uma pausa ou responder mais tarde não é perda de tempo, é ganho de segurança e de vida”, assegura o especialista.

Outra preocupação da SBN, foco igualmente importante da campanha, são os problemas causados pela má postura. Considerada a principal causa de absenteísmo, a lombalgia é causada em diversas situações cotidianas, até mesmo ao sentar no sofá da forma incorreta.

Algumas profissões também estão sujeitas a maior incidência dores causadas por erros posturais, como trabalhadores da construção civil, profissionais de saúde que precisam movimentar pacientes, além de pessoas que realizam exercícios físicos da forma incorreta. Além dos prejuízos à saúde das vítimas, isso tem um alto custo para a saúde pública.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a dor nas costas é a doença que mais afasta trabalhadores no Brasil por mais de 15 dias. Mais de 100 mil pessoas se ausentam anualmente devido à lombalgia, o que representa 4,71% de todos os casos. Ainda de acordo com o MTE, não são as atividades a principal causa de, e sim pessoas que desempenham atividades repetitivas e até mesmo coisas cotidianas, como sentar-se de forma incorreta.

“Os riscos decorrentes do mau uso do celular e da má postura, problemas destacados pela campanha ‘Neuro em Ação’ para conscientização, segundo vários trabalhos científicos, são fatores que interferem perigosamente no cotidiano das pessoas”, finaliza Carlos Roberto Sampaio de Assis Drummond, diretor de Responsabilidade Social da SBN.

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