Mortos pela covid-19 no Brasil já passam de 1.000

Número de óbitos é maior que o registrado este ano por dengue, zika e chikungunha, doenças que costumavam assustar a população

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A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), superou a marca de mil mortes no Brasil nesta sexta. Segundo o Ministério da Saúde, 1.056 pessoas morreram. O país chegou a este número 44 dias após o primeiro registro e 24 dias após após o registro da primeira morte. O número de mortes já é maior que o registrado este ano por dengue, zika e chikungunha, doenças que costumavam assustar a população.

O número de infectados é de 19.638, um aumento de 1.781 casos em relação ao balanço divulgado na quinta (9). A taxa de letalidade do vírus no Brasil é de 5,4%.

Em todo o mundo, passa de 100 mil o número de mortes pela doença, que já tem 1,6 milhão de casos confirmados em 185 países. O Reino Unido registrou 980 mortes em um só dia. Já a Espanha teve queda no número de mortes: foram 605. Os Estados Unidos bateram meio milhão de casos confirmados.

O Estado de São Paulo ainda concentra o maior número de casos (8.216) e de mortes (540). O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, com 2.464 casos e 147 mortes. Na Região Norte, o Amazonas concentra o maior número de casos, com 981, além de 50 mortes.

A Secretaria de Saúde do Estado do Rio informou que 23 cidades nas regiões dos Lagos, Serrana, Norte e Noroeste, Metropolitana e Baixada Litorânea têm 112 casos confirmados de Covid-19 e 10 mortes.

Os municípios com novas confirmações foram Petrópolis, com 26 casos da Covid-19; Maricá, com 15; Teresópolis, com 8; Rio das Ostras, com 5 casos; Rio Bonito e São Pedro da Aldeia, com 4 casos de coronavírus cada; Bom Jesus de Itabapoana, que entra para a lista com 3 casos confirmados; além das cidades de Cachoeiras de Macacu e São Francisco de Itabapoana, cada qual com um caso.

No Nordeste, o Ceará se destaca, com 1.478 casos e 58 mortes. No Centro-Oeste, o Distrito Federal tem o maior número de casos, muito à frente dos demais, com 555 casos e 17 mortes. Os estados do Sul do país apresentam números de casos mais próximos. Santa Catarina é o estado da região com mais casos, 693, e o Rio Grande do Sul com menos casos, 636.

Apesar dos apelos, população ignora isolamento

O feriado da Sexta-Feira Santa foi marcado em quase todo o país por muitas aglomerações de pessoas, inclusive em aeroportos. A taxa de ocupação em São Paulo ficou em 47% – no Aeroporto de Guarulhos houve aglomeração de passageiros. “Ficar em casa não é só uma medida preventiva. É um ato humanitário de respeito ao próximo”, disse o prefeito de São Paulo, Bruno Covas.

O ministro da Saúde reforçou a orientação da pasta para manter o isolamento social. Segundo ele, na próxima semana “vamos colher os frutos da difícil redução da mobilidade social”, determinada por estados e municípios nas últimas duas semanas.

Hoje eu vi que o pessoal começou a andar mais, vamos pagar esse preço ali na frente. Esse vírus adora aglomeração, adora contato, adora que as pessoas achem que ele é inofensivo. E aí, as cidades podem pegar a transmissão sustentada [ou comunitária]”, ressaltou  Mandetta.

O drama da falta de respiradores

O respirador é um equipamento essencial para tratar pessoas infectadas com o vírus e que apresentam o sintoma mais grave da doença, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Mas o Brasil tem encontrado dificuldades para importar respiradores. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que nesta semana, uma empresa chinesa que estaria responsável pela entrega de 15 mil unidades de respiradores mecânicos não deu garantias de que fará a entrega. Segundo ele, foi feito uma acordo com a indústria nacional para elevar de 800 para 15 mil a produção de respiradores mecânicos em 90 dias.

Segundo a pasta, Fortaleza (CE), Manaus (AM) e Macapá (AP) têm necessidade de ampliar urgentemente o número de leitos de tratamento intensivo para atender os infectados pelo novo coronavírus. Ceará e Amazonas estão entre os quatro estados que podem estar entrando numa fase de aceleração descontrolada da pandemia. Os outros estados são Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal. No início do mês, o governo da Bahia acusou os Estados Unidos de reter em Miami um carregamento de respiradores que haviam sido comprados pelo estado de uma empresa chinesa. A empresa cancelou a venda.

A Força Aérea Brasileira (FAB) transporta nesta sexta-feira 30 respiradores para Fortaleza. Segundo a FAB, a aeronave C-105 leva 1,5 tonelada em equipamentos. A previsão é que a aeronave, que parte de Guarulhos (SP), chegue à capital do Ceará às 20h50. Mais 20 respiradores serão entregues em Manaus (AM) e dez em Macapá (AP). Em Manaus, ficarão instalados em leitos do Hospital Delphina Abdel Aziz. Na capital do Amapá, os equipamentos irão para a Maternidade Dra. Euclélia Américo.

De acordo com o ministro, a primeira carga com 40 milhões de máscaras vinda da China, de uma compra de 240 milhões de máscaras, deve chegar ao país na terça-feira (14). O esforço da equipe do Ministério da Saúde é de trazer 40 milhões por semana. Um edital será aberto para que empresas interessadas em ofertar esses insumos possam se cadastrar.

Mais R$ 4 bilhões para estados e municípios

O Ministério da Saúde liberou mais R$ 4 bilhões a estados e municípios para ações de combate à covid-19. O valor é um adicional ao que já recebem para custeio de ações e serviços relacionados à saúde e pode ser utilizado para compra de materiais e insumos, abrir novos leitos e custear profissionais. A Portaria nº 774/2020 com a liberação foi publicada quinta-feira (9) em edição extra do Diário Oficial da União. O valor corresponde a uma parcela mensal extra do que cada estado ou município já recebe para ações de média e alta complexidade ou atenção primária.

Mandetta disse que os recursos já foram depositados nas contas dos fundos estaduais e municipais de saúde. “A gente acha que, com isso, eles [os gestores de saúde] podem adquirir os equipamentos de proteção individual (EPIs) que a gente começa a trazer da China. Está começando o mercado chinês a se organizar, estamos conseguindo trazer”, disse. “Com isso a gente pacifica o mercado brasileiro. E isso, doravante pacificado, a gente já repassa os recursos para que os estados e municípios comprem, a iniciativa privada já está comprando. O mercado está começando a se normalizar, o de EPIs”, explicou o ministro.

R$ 703 milhões em compras sem licitação

Desde 4 de fevereiro, o governo federal gastou R$ 703,6 milhões em compras sem licitação para o combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus (covid-19). De lá para cá, foram realizadas 997 dispensas de licitação para a compra de materiais de prevenção e de enfrentamento à covid-19, tais como álcool em gel, sabonete líquido, termômetros digitais, máscaras e equipamentos mais complexos, como respiradores.

A compra sem licitação foi autorizada pela Lei 13.979/2020, sancionada no início de fevereiro. Essa é a mesma lei que permite a adoção de medidas como isolamento de doentes, quarentena e a realização de testes e de tratamentos compulsórios.

Os órgãos que mais fizeram compras sem licitações foram a Fundação Oswaldo Cruz, com R$ 305,83 milhões (43,47% do total gasto); o Ministério da Saúde, com R$ 206,35 milhões (29,33%); e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, com R$ 107,75 milhões (15,31%). Entre os estados, Pará (R$ 27,53 milhões), São Paulo (R$ 127,51 mil), Paraná (R$ 30,4 mil), Rio de Janeiro (R$ 10,2 mil) e Mato Grosso do Sul (R$ 723) adquiriram materiais sem licitação por meio do Sistema de Compras do Governo Federal (Comprasnet).

Transparência nos gastos

Desde quinta-feira (9), o Ministério da Economia ofereceu uma ferramenta para consultar as compras especiais sem licitação relacionadas ao enfrentamento da pandemia. Os valores gastos podem ser consultados aqui . Os valores serão atualizados a cada 24 horas.

O site permite que o cidadão filtre a pesquisa por órgão, unidade da federação e data, sem necessidade de cadastro prévio. Os usuários podem obter dados como valores investidos, quantidades de itens adquiridos e detalhamento de cada aquisição ou serviço a ser prestado. É possível analisar também quais órgãos e em quais estados estão sendo realizadas as maiores aquisições.

Segundo a Secretaria de Gestão do Ministério da Economia, a ferramenta é importante para ampliar a transparência e prevenir a corrupção, ao permitir que a sociedade acompanhe como os recursos da União estão sendo gastos nos casos de dispensa de licitação para o combate à pandemia do novo coronavírus.

Com Assessorias

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