‘O câncer mudou meu estado civil, minha fé e a minha profissão’

Empresária que optou por micropigmentação paramédica após reconstrução mamária que não deu certo hoje oferece serviço gratuito a pacientes de câncer

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

Receber o diagnóstico de câncer de mama não é fácil. Ninguém está preparado para encarar uma situação como essa, e a história de Aline Martins não foi diferente. A notícia veio em 2015, momento de estabilidade na vida da empresária, que à época amamentava o filho Pedro, de 1 ano e 2 meses. Após notar um nódulo no seio e procurar um mastologista, veio a notícia avassaladora: câncer de mama.  A doença, claro, trouxe medo, insegurança, mas trouxe também força, fé, vontade de vencer, muita compaixão e a escolha de fazer a diferença.

Tudo isso resultou em uma reviravolta na vida de Aline, que até então trabalhava como designer de interiores. Motivada pela vontade de acolher, ajudar e fazer a diferença na vida de mulheres que também enfrentaram a doença, decidiu mudar de profissão e junto a irmã e sócia Andressa Martins, se especializou na reconstrução de aréolas e mamilos, por meio da micropigmentação paramédica. O resultado? Realização pessoal e profissional. “Durante todo esse processo, minha visão de vida mudou completamente, além disso, mudei meu trabalho, meu estado civil, minha fé e a minha profissão. Mudou tudo”, conta ela.

Segundo as empresárias, ajudar essas mulheres significa transformar todo sofrimento que passaram em amor, e Aline fala isso com propriedade, já que passou pela situação e entende como é relevante estar bem consigo mesma. “O trabalho que fazemos é muito importante para levantar a autoestima. Parece uma coisa boba, mas faz toda a diferença. Ouço muito o relato dessas mulheres que fazem a reconstrução da mama, que fazem um trabalho de micropigmentação, elas se sentem completas e é como se fosse um ponto final, entender que aquela fase acabou e que a vida segue”, afirma.

Conheça a história inspiradora de Aline

Após saber do câncer de mama, Aline descobriu ainda que estava com uma metástase, tinha vários nódulos no pulmão, e o tratamento seria muito difícil. “O primeiro médico não me deu expectativa de prognóstico, e me passou as informações de uma forma muito dura. Já o segundo médico, que é o meu oncologista, mesmo me dando um diagnóstico igual, falou de uma forma muito humana. Aquilo ali já em um primeiro momento me tocou, a forma como ele falou, com serenidade, me deu uma esperança no coração e eu me agarrei a isso para poder sobreviver, mesmo sabendo da gravidade”, disse.

Segundo Aline, antes de tudo acontecer ela estava em uma fase muito boa da vida. “Estava muito feliz, com um filho de um ano e dois meses que foi muito planejado. Minha filha também estava fazendo faculdade na época. Estava voltando para o mercado de trabalho, após ter dado uma pausa para cuidar do meu filho, e a maternidade era algo que eu tinha sonhado muito”, conta.

Durante o tratamento, Aline enfrentou muitos momentos difíceis. Encarar a perda dos cabelos foi um deles. “Foi complicado, muito cruel para mim raspar o cabelo, mexeu muito com a minha autoestima, e foi ali que eu entendi a gravidade, como era químico tudo aquilo, como era forte aquela medicação que estava entrando no meu corpo, como aquilo tudo estava realmente me afetando”, relata.

‘Me afetou muito ficar sem as mamas’

Outra situação difícil é a perda da mama, já que muitas mulheres precisam retirá-la por completo. “Me afetou muito ficar sem as mamas, foi um ano até fazer a reconstrução. Fiz, mas tive um problema e precisei tirar a prótese. Voltar para o centro cirúrgico para tirar a mama e saber que eu ia ter que ficar um período sem, foi muito duro também”.

Pode parecer estranho, mas Aline conta que a pior fase foi após o tratamento. “Quando acabou eu tive aquela famosa abstinência, da equipe médica, da rotina de exame, de medicação. E esse momento é um momento de desespero, de vazio. Tive que lidar com ansiedade, com a depressão que até então eu não tinha tido, e muitas pessoas não compreendem isso, achavam que deveria dar graças a Deus em vez de sofrer”.

Mas ela explica que por isso é importante um trabalho de acolhimento, até para que as pacientes saibam que não estão sozinhas com esses sentimentos e sensações. “Eu acho tão importante você saber que não é só com você. Isso é normal, faz parte quimicamente, seu corpo está muito afetado”, explica.

Problema pós-cirúrgico foi o ponto de partida para mudança

Aline revela que depois de tantas transformações o que mudou de verdade foi o significado de sua vida.  “Depois que eu tive o câncer tentei manter o quanto pude o meu trabalho, mas começou a ficar bem cansativo, principalmente pelos eventos. Estava me desgastando muito, não conseguia desconectar. Até que meu oncologista sugeriu que eu não trabalhasse naquele momento, porque eu tinha um desgaste físico muito grande”, explica.

Quando tudo parecia mais tranquilo, após o tratamento, uma nova surpresa. Quando foi fazer a cirurgia de reconstrução para colocar a prótese após ficar um período sem a mama, ela passou por um novo problema pós-cirúrgico, e nesse momento conviveu com muitas mulheres que tinham tido problemas na mama e não só pacientes oncológicos.

Já não via sentido na minha profissão, durante o tratamento comecei a fazer um trabalho de acolhimento. Conversava muito com mulheres que passavam pela mesma situação e queria fazer algo que ajudasse na questão da autoestima com pacientes oncológicos”, diz.

Em vez de reconstruir o mamilo, ela resolveu camuflar

Foi aí que Aline decidiu que não queria mais fazer a cirurgia de reconstrução de mamilo, mas sim, camuflar, e começou a pesquisar sobre a micropigmentação paramédica. Ela conta que conversou com sua irmã e disse que queria aprender a fazer reconstrução de mamilos através dessa técnica.

Perguntei se ela toparia fazer isso comigo. Disse que a gente teria que estudar, ir para outro estado, iniciar uma nova profissão. Eu sabia também da importância dessa parte estética para as mulheres, e sabia que seríamos muito felizes fazendo isso, já pensando em realizar ações sociais, já que muitas mulheres não têm condições de fazer esse procedimento”, relembra.

O apoio familiar também foi decisivo para a mudança de rumo. Ela conta como foi importante ter a irmã Andressa por perto. “Minha irmã foi sempre muito presente durante todo o processo, desde quando recebi o diagnóstico, ela me acompanhou em todas as fases. Hoje somos sócias, ela é minha parceira de tudo na vida.  A gente se aproximou muito. Eu não sei se eu conseguiria ter passado por tudo sem ela. Eu tenho muito amor pela minha irmã, ela é um anjo que Deus colocou na minha vida.  É a pessoa que eu mais confio no mundo”, afirma.

Campanha Dona Poderosa

A Umanas Micropigmentação oferece o tratamento de reconstrução de aréolas e mamilos gratuitamente para mulheres que não podem arcar com os custos do procedimento. E nesse mês, de prevenção ao câncer de mama, as irmãs ganharam adeptos. Na campanha Dona Poderosa, os serviços de cronograma capilar, micropigmentação labial, oferecidos por outras profissionais, e micropigmentação de sobrancelhas, ofertado pela Umanas, terão parte do lucro revertido na compra de materiais para a ação voluntária.

As ações são realizadas na clínica onde as irmãs atendem, em Brasília.  Na sequência é enviado um questionário para saber se a paciente está apta, em relação à renda e o tempo cirúrgico, ou seja, é feita uma anamnese. Estando tudo ok, elas entram em contato para agendar a avaliação física e conversam para entender as necessidades. Com tudo certo, a selecionada vai para a fila de espera. Saiba mais no instagram @umanas ou pelo Whatsapp (61) 98134-0445.

Mais sobre a técnica

micropigmentação paramédica é considerada uma evolução da maquiagem definitiva – técnica que foi usada há alguns anos – e pode suavizar cicatrizes de cirurgias. O procedimento é mais conhecido no realce de sobrancelhas e lábios. “Hoje o procedimento é feito em uma camada mais superficial e trabalhamos com pigmentos próprios para esta técnica”, explica Deise Damas, especialista nessa técnica no Rio de Janeiro.

No procedimento são redesenhadas as cores do mamilo e contornos originais.  Após mastectomia a micropigmentação pode representar uma reconstrução para a mulher e ajuda muito no autoestima”, explica Deise, que também é professora da técnica no Brasil e no exterior.

Em seu estúdio no Rio de Janeiro o procedimento de micropigmentação de aréolas é gratuito para mulheres que sofreram mastectomia e não podem pagar pelo procedimento.

Com Assessorias

 

 

 

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

You may like

In the news
Leia Mais
× Fale com o ViDA!