O que a alimentação tem a ver com a postura?

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Más escolhas nutricionais não são responsáveis apenas por problemas cardiovasculares ou endocrinológicos. Elas também pode prejudicar a postura corporal e até mesmo provocar dores crônicas, inexplicáveis em exames laboratoriais. É muito fácil observar esta questão, segundo Leonardo Machado: “Imagine que você tomou muito café e ele irritou sua mucosa gástrica, que começou a doer. Que postura você adota naquele momento? Simples! Curva sua dorsal para a frente, se enrolando como forma de proteger o estômago, certo? Agora, o que você sentiria se um fisioterapeuta viesse nesta hora forçar suas costas a ficarem retas e alinhadas? Um enorme desconforto ósseo e estomacal, correto?”

Ele explica: “Alimentos que causem fermentação intestinal e digestão lenta, por exemplo, tendem a modificar o perfil postural, mesmo que momentaneamente. Maus hábitos regulares podem prejudicar a postura de forma crônica”, explica.  Isso acontece, porque quando a mucosa da região visceral se ocupa da digestão de alimentos nocivos ou que fermentam, esta solicita maior bombeamento de sangue, contrai sua musculatura e cria tensões graduais, que ao longo do tempo modificam a qualidade de vida das pessoas.

Problemas ligados à digestão que aparecem a longo prazo, como Síndome de Intestino Irritável ou Gastrite são fruto dessas agressões diárias provocadas por uma alimentação nociva. E a primeira demonstração de que algo não vai bem, são as alterações posturais de conforto.

Abaixo, ele relaciona algumas questões alimentares ligadas à postura:

– Leite e derivados – O fisioterapeuta comenta que praticamente 90% da população tem intolerância à lactose, mas os sintomas se intensificam apenas em algumas pessoas. Com isso, a alimentação baseada em leite e derivados pode automaticamente instalar uma mudança na postura.”Determinadas proteínas do leite não são facilmente digeridas pelo corpo e isso resulta em um aumento da fermentação intestinal. Então, o corpo recebe um comando no intuito de criar um espaço maior para sua acomodação. Nessa hora, será possível distender o diâmetro do intestino e a musculatura posterior da coluna será levada a um aumento. Como consequência poderá causar dores lombares e processos degenerativos, como artrose e hérnia de disco”.

– Glúten – O especialista recomenda que os alimentos com glúten sejam cortados ao máximo da dieta, pois eles têm efeito inflamatório e ação direta na mucosa intestinal. “Ao chegar no intestino, o glúten transforma-se numa espécie de cola que, grudando nas paredes intestinais, modifica toda a permeabilidade daquilo que o intestino deveria absorver nessa área. Com o passar do tempo, provoca saturação do aparelho digestivo e, automaticamente, irritação do mesmo, solicitando ao corpo uma mudança postural para oferecer repouso a tensões e dores abdominais”, explica.

– Alimentos industrializados com corantes e conservantes – “É inadmissível acharmos que não vai fazer mal um alimento como o leite, embalado para durar 1 ou 2 meses dentro de uma caixinha. Todos os produtos que possuem conservantes têm elementos que irritam a mucosa gastrointestinal. E isso vai fazer com que cólicas e outras tensões comecem a ser desenvolvidas no organismo”, explica o médico. “As principais alterações acontecem na mucosa gástrica, o que tende a provocar tensões ao longo dos músculos do pescoço (cervical) e cavidade oral (bruxismo, briquismo)”.No caso do refrigerante, o especialista explica que as bebidas de cola, por exemplo, têmmuito ácido na composição. “A irritação na mucosa gástrica pode fazer com que a pessoa mude naturalmente, que o corpo se ‘enrole’, causando tensões posturais. Outra característica é o pH desta bebida, que é muito ácido, o que pode modificar o pH sanguíneo. Isso acontecendo, há a propensão de se instalar e desenvolver problemas posturais”.

– Sódio e açúcares – “Adoçantes, frituras, bolos, bolachas e biscoitos feitos com gordura vegetal hidrogenada ou gordura trans, além de sucos industrializados, devem ser evitados por conta do estresse metabólico que criam no corpo, causando sua degradação”, diz

– Dieta restritiva também pode causar incômodo postural

As dietas milagrosas para perda de peso em tempo curto também podem levar ao problema. Quando há um emagrecimento rápido, por exemplo, a primeira gordura corporal consumida é a que envolve e reveste as vísceras. Estas que são órgãos internos do corpo que contêm espaço e podem servir para digestão, respiração, armazenamento de excretas ou secreções, etcE quando essa gordura desaparece, o corpo perde seu elemento de sustentação – em parte, nos apoiamos sobre as vísceras para conseguir ficar em pé. “Se nosso apoio abdominal está bem preservado, conseguimos uma postura saudável. Do contrário, o corpo automaticamente vai tender a buscar uma posição de se reerguer, fazendo com que a musculatura lombar venha a apresentar um quadro de dor mais acentuada”.Outro ponto relativo da perda rápida de peso é o desenvolvimento da “ptose” (queda ou posicionamento anormal dos órgãos pelo relaxamento de seus meios de sustentação). “Interfere diretamente na postura, pois o corpo vai tender a se curvar mais. E para recuperar o centro de gravidade, a musculatura da coluna vai entrar em ação e se cansar por esse trabalho constante. E, então, a dor vai se instalar”.

– Intolerâncias alimentares

De acordo com Leonardo Machado, os alimentos podem causar efeitos diferentes nas pessoas. “As variáveis são as características genéticas e também o mal funcionamento intestinal por conta de uma flora bacteriana não tão preservada”.Alimentos típicos de outros países: “O damasco, por exemplo, é uma fruta que pessoalmente gosto, mas por não ser típica do país, meu organismo não está adaptado a ela. E é natural quando ingerimos algo não ‘adequado’, nosso corpo dá sinais de rejeição e entra nesse ciclo, se tornando mais lento. Além disso, apresenta um aumento de gases e isso faz com que, naturalmente, a musculatura das costas solicite as adaptações para esse volume interno. E se essa musculatura fica tensa durante muito tempo, um processo degenerativo começa a se instalar”, exemplifica.

“Percebemos cada vez mais um impacto crônico desse problema, pois as pessoas têm se alimentado de forma errada, gerando respostas musculares que podem virar artrose e hérnia”.Flora bacteriana: “O amadurecimento do sistema gastrointestinal ocorre até os 8 anos de vida. Mas temos notado que basta uma criança ter uma febre ou resfriado que os médicos recomendam antibiótico, e o problema é que essas medicações matam as bactérias boas também. Então, a flora bacteriana, região que está se desenvolvendo, sofre sequelas, e pode levar essas pessoas a não conseguirem uma boa digestão de vários alimentos”, conta.

– Testar alimentos

Já que cada organismo tem uma reação diferente, o especialista recomenda, à princípio, uma autoavaliação. “Fazer uma análise corporal é uma maneira de entender pouco a pouco as respostas que são dadas pelo corpo. Comece a observar, por exemplo, alimentos que lhe provocam gases. Outra experiência: corte o consumo de leite por 1 semana e observe a resposta que seu corpo dá”, ensina.

 

o Fisioterapeuta Leonardo Machado, reconhecido em todo o Brasil como formador de novos profissionais da área com curso de formação em várias capitais, além de ser membro da Sociedade Brasileira de Fisioterapia e criador do Projeto Por Uma Vida Sem Dor, onde oferece vídeos e soluções gratuitas para que as pessoas afetadas por dores crônicas encontrem formas de lidar com o problema em seu dia a dia, através de hábitos saudáveis, alimentação correta, exercícios e atitudes específicas para os mais diversos tipos de problemas que parecem sem solução diante dos exames tradicionais de saúde.
Enfim, abaixo envio uma sugestão sobre de que forma os maus hábitos alimentares e outras tensões abdominais interferem na postura e provocam dores na coluna. Muitos artigos científicos já apontaram uma fraqueza dos músculos profundos da coluna e abdominais em pessoas que apresentam dor nas costas. Entretanto, a questão que se põe é se esses mesmos músculos são vítimas ou vilões.
Mas a questão principal é entender por que esses músculos se tornaram fracos. Para explicar isso, o fisioterapeuta Leonardo Machado propõe o seguinte exemplo: “Qual será a consequência do fortalecimento dos músculos abdominais logo que ingerimos grande quantidade de alimentos? É o aumento da pressão abdominal, certo?”
Como resposta a essa questão, ele complementa que o relaxamento dos músculos é o esperado no equilíbrio das pressões. O problema acontece, quando o fenômeno de aumento do volume intra-abdominal permaneça constante, fazendo com isso, que a musculatura abdominal enfraqueça cada vez mais.
Em geral, o que os educadores físicos sugerem neste caso é o fortalecimento abdominal como melhor opção. “Mas isso é errado! O trabalho deve ser o de diminuir o volume interno abdominal por novo hábitos alimentares”, ressalta o fisioterapeuta.
Para ilustrar esta situação, ele propõe outro exemplo:
“Procure imaginar um ventre inflado e que você precisa fechar uma camisa. Você tem duas opções: a pri-
meira seria abotoar com força os botões. Provavelmente a respiração e a mobilidade ficariam prejudicadas. Haveria maiores chances, inclusive, de arrebentar os botões da camisa. A segunda opção passaria pela diminuição do volume do ventre. Nesse caso, o fechamento dos botões ocorreria de forma simples”.
Com esse exemplo, ele demonstra que o ventre aumentado de volume e o trabalho de reforço muscular dos abdominais funcionam como o fechar a camisa. A tendência natural nesse caso será a abertura da linha central do abdome, a chamada diástase abdominal que
pode evoluir para uma hérnia abdominal ou inguinal, como é o caso de uma paciente do fisioterapeuta que fez exercícios abdominais logo após o parto para fortalecer a região e acabou provocando uma hérnia umbilical proveniente da separação abdominal pós-parto.
Fica claro que o fortalecimento não ajudará em nada nesse quadro, ao contrário, prejudicará as principais funções orgânicas do corpo.
A simplicidade no entendimento do problema associada à uma resposta clínica satisfatória transformaram o trabalho do fisioterapeuta que organizou mais de 1000 técnicas já aprendidas em cerca de 10 exercícios.
A identificação de pontos de ancoragem das tensões musculares permitiu o trabalho sobre estas zonas específicas.
Abaixo, ele propõe 2 exercícios que ajudarão a relaxar a musculatura abdominal, regulando essas pressões:
Exercício 1:
O paciente se deita com a barriga para o alto, joelhos dobrados e pés apoiados no chão/cama. Aprofunda os dedos de uma das mãos sobre a região logo abaixo do  osso central do tórax. Após ter comprimido os tecidos, desliza os dedos (sem óleo) até o umbigo e de forma bem lenta. O procedimento deve ser repetido de 3 a 5 vezes.
Exercício 2:
O paciente se deita com a barriga para o alto, joelhos dobrados e pés apoiados no chão/cama. Aprofunda os dedos de uma das mãos sobre a região logo abaixo do osso central do tórax e os dedos da outra mão serão aprofundados logo acima do umbigo. Após ter comprimido os tecidos, realiza uma força de afastamento entre as mãos sem deslizar os dedos sobre a pele. Permanece com esta tensão por, no mínimo, 30 segundos.
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