Obesidade é o que você não vê: muito mais que o estigma da balança

Estudos mostram que o excesso de peso pode reduzir a qualidade e a expectativa de vida em até 10 anos (Foto: Divulgação/Saúde Não se Pesa)
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Estudos mostram que o excesso de peso pode reduzir a qualidade e a expectativa de vida em até 10 anos (Foto: Divulgação/Saúde Não se Pesa)
Estudos mostram que o excesso de peso pode reduzir a qualidade e a expectativa de vida em até 10 anos (Foto: Divulgação/Saúde Não se Pesa)

Quem nunca presenciou alguém que apontou o dedo para uma pessoa acima do peso e a “acusou” (isso mesmo, acusou) de não “conseguir” emagrecer e entrar nos padrões ditos “normais” da sociedade? Emagrecer e manter-se no peso ideal, mais que um desafio estético pessoal, é uma cobrança social que causa sofrimento e angústia.

Mas muito além do que se vê no espelho, a obesidade é o que não se mede na balança. É o impacto silencioso que causa no corpo, muito além da imagem. É o desgaste das articulações, o excesso de gordura no fígado, o retrabalho do coração. É o risco iminente que ninguém vê e que vai muito além da autoestima.

Estudos comprovam sua relação com o desenvolvimento de graves problemas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil. De acordo com estudos mais recentes, o excesso de peso pode reduzir a qualidade e a expectativa de vida em até 10 anos. No Brasil, a epidemia de obesidade, considerada uma doença crônica pela Organização Mundial de Saúde (OMS), já atinge 20% da população, um dado alarmante.

Neste Dia Mundial de Combate à Obesidade (11 de outubro), a  Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e a Novo Nordisk lançaram a campanha “Obesidade é o que você não vê”. O objetivo é conscientizar a população sobre os impactos do excesso de peso na saúde e reforçar o fato de que deve ser enxergada como doença, e não como uma escolha individual.

Cintia Cercato, endocrinologista e presidente da Abeso, afirma que o estigma em torno da obesidade contribui para que a doença seja subtratada. “Ao dizer que ‘só tem obesidade quem quer’ ou que ‘para perder peso, basta comer bem e se exercitar’, todas as causas complexas da obesidade são minimizadas e o excesso de peso passa a ser encarado como opção, o que não é verdade.”

A endocrinologista e gerente médica de Obesidade da Novo Nordisk, Rocio Riatto Della Coletta, completa: “É necessário que se veja além das questões estéticas e sociais, já que o excesso de peso traz sérios prejuízos à saúde. Enquanto a obesidade não for encarada como questão de saúde pública, a incidência de diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas continuará crescendo”.

No site oficial da campanha, é possível encontrar informações sobre a obesidade e as doenças relacionadas ao excesso de peso, conhecer os fatores que ajudam a determinar o peso de um indivíduo, entender como funciona o apetite de uma pessoa com obesidade e por que o organismo recupera os quilos perdidos. Além disso, é possível calcular o IMC  (Índice de Massa Corpórea), ver os mitos mais comuns sobre a perda de peso e saber quais as ferramentas disponíveis para tratar a obesidade. Para saber mais, acesse www.saudenaosepesa.com.br.

Risco de morte aumenta para 29% em homens e 14,6% em mulheres 

Estudos realizados com quase 4 milhões de pessoas ao redor do mundo, compilados e analisados pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e publicados no periódico ‘The Lancet’ mostram que os riscos de doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias e câncer aumentaram de forma proporcional em todos os pacientes, ou seja, quanto maior o IMC do indivíduo, maiores as chances de desenvolver algum desses problemas.

Além disso, o risco de morte prematura – entre 35 e 69 anos – naqueles com excesso de peso ou obesidade também aumentou: entre os homens, o risco saltou de 19% nos que apresentavam peso normal para 29,5% naqueles com obesidade moderada; já entre as mulheres, o risco aumentou de 11% para 14,6%. No caso de pessoas com obesidade severa, estima-se que a queda da expectativa de vida possa ser de até 10 anos.

Por que o organismo recupera o peso perdido

A ciência comprovou o que muitos de nós já suspeitávamos: depois de perder peso, o corpo tenta recuperar os quilos perdidos. Durante pelo menos 12 meses após a perda de peso, o corpo volta a ligar os sinais que desencadeiam o apetite, o que potencialmente pode causar excessos na hora de comer. Ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas é importante, mas pode não ser suficiente, e é por isso que se manter no peso ideal é um grande desafio.
O que ajuda a determinar o peso

Estilo de vida: os dois principais fatores determinantes para a obesidade são o aumento da ingestão de energia (kj) e a diminuição do gasto energético16. Ou seja, a manutenção do peso é baseada na energia consumida x energia gasta. A vida moderna tem um grande impacto nos hábitos dos indivíduos, que cada vez mais consomem alimentos ricos em energia, ao mesmo tempo que se tornam mais sedentários. Esses fatores, somados, contribuem para a desaceleração do metabolismo e consequente ganho de peso.

Genética: a obesidade tem um componente genético substancial, por isso o excesso de peso muitas vezes acompanha uma família, mesmo se os seus membros não vivam juntos. Resultados de estudos com pessoas da mesma família e com gêmeos reforçam a afirmação de que a obesidade é fortemente impulsionada pela genética.

Como funciona o apetite de uma pessoa com obesidade

Os níveis dos hormônios de fome e saciedade costumam ser diferentes em pessoas com obesidade em comparação com pessoas de peso normal. Em algumas pessoas com obesidade, níveis reduzidos dos hormônios de “plenitude” são liberados em resposta à ingestão de alimentos, levando ao aumento de apetite. Hormônios intestinais são fortemente regulados, de modo que se uma pessoa perde peso, os níveis de hormônios da saciedade caem e o apetite aumenta. O metabolismo também costuma ficar mais lento após uma perda de peso significativa, contribuindo para o reganho de peso.

Não é preciso perder muitos quilos para ter mais saúde

Independentemente do peso inicial, estudos indicam que uma perda de 5% a 10% do peso em pessoas com obesidade traz benefícios expressivos à saúde, incluindo melhoras dos níveis de glicemia sanguínea, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da apneia obstrutiva do sono e da qualidade de vida relacionada à saúde.

Fonte: Abeso e Novo Nordisk

 

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