Quando ela nasceu, estava deitada de lado sobre a orelhinha, que ficou um pouco ‘amassada’. Foi crescendo e as duas orelhinhas se tornaram um pouco mais proeminentes. Até os 13 anos, isso não a incomodava.
Mas em plena adolescência, época em que surge uma série de complexos e dificuldades de lidar com o próprio corpo, o que antes parecia apenas um charme agora lhe salta aos olhos na frente do espelho. E se incomoda quando alguns amiguinhos dizem que ela fica melhor escondendo as orelhas com os cabelos.
Bullying, constrangimento e piadas maldosas são constantes na infância e adolescência, principalmente para crianças com orelhas de abano — termo popular para os casos de má formação das orelhas, quando elas ficam muito afastadas do crânio. Se orelhas salientes ou desfiguradas incomodam, pode-se considerar a cirurgia plástica, chamada de otoplastia. Nesse procedimento o cirurgião plástico corrige o defeito existente.
Isso gera traumas importantes em muitas crianças, com reflexos inimagináveis nas vidas de muitas pessoas. O procedimento ideal para correção é a otoplastia, cirurgia reparadora de orelhas”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery).
O cirurgião José Neder Neto diz que a cirurgia pode melhorar a forma, a posição ou as proporções das orelhas tendo uma melhora estética. “Essa correção da deformidade trás uma melhora psicológica do paciente melhorando assim sua vida social e seus complexos”, explica.
Mutirão de otoplastia no Rio
A otoplastia está indicada em casos de orelhas muito grandes – uma condição rara chamada macrotia -; orelhas salientes que ocorrem em um ou ambos os lados em diferentes graus (orelhas de abano) ou para tratar orelhas deformadas causadas por lesões.
É uma das cirurgias mais realizadas em crianças. É considerada uma cirurgia de porte médio, o procedimento deverá ser realizado em ambiente cirúrgico e a alta costuma ser no mesmo dia. “O objetivo é sempre deixar uma orelha com aparência natural e harmoniosa. A cicatriz é quase imperceptível”, afirma a dra Beatriz.
Segundo a médica, a cirurgia já pode ser realizada a partir dos 6 anos de idade, quando o crescimento do pavilhão auditivo é completo. Já segundo José Neder, o ideal é a partir de 7 anos, considerada a época ideal para o tratamento das deformidades da orelha, pois nesse período a orelha já está com sua formação completa.
“De uma forma geral, a otoplastia pode ser feita a partir de anestesia geral, local e sedação. É feita uma incisão atrás da orelha, acompanhando a dobra natural da pele. Após a retirada do excesso de pele, a moldagem da cartilagem é feita, o que a deixa mais flexível”, explica. Os pontos de fixação são feitos logo em seguida, para sustentar a nova anatomia da orelha e ‘fechar a pele’”, explica.
Cuidados pós-cirúrgicos
Ao escolher um cirurgião plástico para a cirurgia, lembre-se de que a experiência do cirurgião, sua formação (ser Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e seu bom relacionamento com ele são tão importantes quanto o custo final da cirurgia.
Quanto aos cuidados pós-cirúrgicos, é necessário usar uma faixa protetora – parecida com aquela usada pelos tenistas – durante um ou dois meses. “O inchaço é comum, mas diminui até o fim das primeiras três semanas. Caso o paciente sinta dor nos primeiros dias, ela se torna suportável com analgésicos. Esse incômodo é comparável a uma extração de dente”, compara.
Por fim, a médica enfatiza que os primeiros dias após a cirurgia requerem cuidados redobrados com exposição ao sol e evitando traumatismos no local, além de sempre fazer o acompanhamento médico após a cirurgia. “Tanto para crianças como adultos operados, o grau de satisfação é muito alto, o que impacta positivamente na vida social do paciente”, finaliza.
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Da Redação, com Assessorias