O (importante) papel do pai na educação do adolescente

Psicanalista fala sobre a necessária presença do pai na vida do adolescente para oferecer suporte emocional, orientação e afeto

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

Family

Que a adolescência é um período de grandes questionamentos, não se tem dúvidas. ‘Quem sou eu? Do que gosto? O que penso? Como são meus pais? O que penso sobre eles?’, são perguntas para as quais eles mais buscam respostas. E é justamente neste período que o papel do pai se fortalece, de acordo com a médica psicanalista  Marcela Ouro Preto,  especialista em crianças e adolescentes.

“Junto com estes questionamentos surge uma grande desilusão com figuras idealizadas, especialmente os pais. É um momento em que são vividos lutos de forma intensa: a infância que fica para trás, o corpo que muda, as certezas que se desfazem, os pais da infância que não existem mais (tal como eram vistos na infância)”, afirma Marcela, que é membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.

Segundo ela, a presença do pai e da mãe durante a adolescência é de enorme importância, oferecendo suporte emocional, orientação e afeto. “São essenciais para que o adolescente possa passar pela transição que o levará à vida adulta. É importante que exista a figura que contém, que dá o basta, que é a referência de masculino”, ressalta.

Marcela afirma que é importante que os pais possam suportar a agressividade que às vezes surge na adolescência sem se afastar dos filhos. “É de grande importância que possa se fortalecer o vínculo com a mãe e com o pai distintamente, com cada um o adolescente poderá estabelecer um tipo de contato o que será muito rico para ele e para os pais”, recomenda.

Pais separados e a guarda compartilhada

Ainda segundo ela, é fundamental que os pais tenham claro que, apesar de os filhos adolescentes parecerem independentes e capazes de se cuidar em muitas horas e rechaçarem os pais muitas vezes, a presença deles é importantíssima.

“É particularmente importante que os pais separados não se afastem dos filhos, pois a falta de convívio diário pode dificultar a comunicação (que muitas vezes já é difícil com adolescentes). A guarda compartilhada (embora muitas vezes os adolescentes se queixem dos constantes deslocamentos entre duas casas) é uma tentativa de evitar o afastamento”, afirma a especialista.

Vale ressaltar que a adolescência dos filhos muitas vezes coincide com a crise da meia idade dos pais, que passam a questionar sua vida como um todo, casamento, trabalho, família, amigos, interesses, o que pode levar a um descuidar dos filhos por ficarem por demais tomados por seus próprios problemas.

Não importa a configuração da família

O papel do pai se transformou muito com a entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho. A divisão de tarefas relacionadas à educação e aos cuidados dos filhos sendo cada vez maior entre os casais. Com isso, os pais ganharam mais intimidade com os filhos. “Nem sempre é possível, mas há riqueza na convivência com mãe e pai”.

Nas famílias recompostas, com madrastas ou padrastos, havendo interação amorosa, a convivência pode ser igualmente interessante e importante. Seja qual for a configuração da família, a figura paterna sempre é importante na vida de uma criança, adolescente ou jovem.

O papel do pai é importante no suporte emocional à mãe, tanto no nascimento do filho como em fases como adolescência, quando a presença dos dois é importante por conta de questões de identidade. “A figura paterna é fundamental. Outros modelos de casal podem dar conta, mas a figura paterna faz falta. Mas também é possível viver a falta”, destaca.

 

 

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

You may like

In the news
Leia Mais
× Fale com o ViDA!