Parto em útero transplantado: nova esperança para mulheres

bebe-nascido-de-utero-transplantado Primeiro bebê nascido nos Estados Unidos de um útero transplantado; mãe pediu para que nome não fosse identificado (Foto: Baylor University Medical Center via Associated Press)
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Primeiro bebê nascido nos Estados Unidos de um útero transplantado (Foto: Baylor University Medical Center via Associated Press)

Um marco importante na história da medicina reprodutiva. Assim tem sido considerado o nascimento, pela primeira vez nos Estados Unidos, de um bebê saudável gerado por uma mulher com útero transplantado. Para Isabel Corrêa, médica especialista em Reprodução Humana, da clínica FertRio, o transplante de útero representa a única maneira de levar uma gravidez para muitas mulheres que sofrem com a infertilidade conjugal por fatores uterinos. O problema é estimado em 1 a cada 500 mulheres em idade reprodutiva, e pode ocorrer devido à ausência congênita do útero ou de um útero não funcional, ou -ainda, cirurgicamente ausente.

“Além das indicações médicas, o transplante de útero apresenta uma opção importante para aquelas que vivem em lugares onde o uso do útero de substituição (a famosa “barriga de aluguel”) é restrito ou cujas próprias opiniões pessoais os levam a preferir um transplante de útero. Ela ressalta que a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva apoia o desenvolvimento adicional do transplante de útero como uma opção terapêutica e deseja enfatizar a necessidade de avançar com cautela e preparação adequadas. O trabalho nesta área deve ocorrer em centros que possam reunir uma equipe multidisciplinar (cirurgiões, ginecologistas e especialistas em Reprodução Humana).

“Tais centros também devem ter os recursos para o treinamento e preparação detalhados necessários para realizar este procedimento. Tal como acontece com todos os nossos pacientes que procuram construir suas famílias, é importante compreender toda a gama de opções disponíveis, incluindo adoção, útero de substituição e vida sem filhos”, explica a especialista.

O caso ocorreu no hospital Baylor University Medical Center, em Dallas, nos Estados Unidos, mas a data de nascimento, sexo e peso não foram divulgados e a mulher que deu à luz pediu para não ser identificada. A norte-americana recebeu o útero de uma enfermeira de 36 anos, que já tinha dois filhos. O hospital Baylor possui um programa de transplante de útero e, até hoje, dez transplantes foram realizados, no entanto, apenas cinco foram completados com sucesso e, em um deles, a gravidez foi possível.

Na Suécia, vários partos já foram realizados após transplante do órgão. O primeiro nascimento após o transplante de útero ocorreu em setembro de 2014. Uma mulher de 35 anos recebeu o útero de uma mulher de 61.  À revista ‘Time’, Liza Johannesson, cirurgiã que fazia parte da equipe na Suécia, disse que cirurgiões veteranos estavam chorando quando a criança nasceu.

No total, o procedimento tem 10 horas de duração: leva cinco horas para remover um útero saudável e outras cinco horas para colocá-lo em uma mulher. Quando uma mulher tem um útero transplantado, a fertilização in vitro é a única maneira de engravidar porque os ovários não estão conectados ao útero transplantado.

Da Redação, com Reuters

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