Páscoa saudável em tempos de isolamento social

Conheça os diferentes tipos de chocolate e como agem no organismo. Nutricionista ensina a fazer bolo de chocolate saudável

Nutricionista Renata Pigliasco ensina bolo de chocolate saudável que pode ser preparado com crianças (Foto: Divulgação)
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Com a chegada da páscoa, os ovos e barras de chocolate recheiam as prateleiras do mercado. Enquanto alguns preferem se privar do consumo da guloseima, alegando que o alimento causa espinhas e outras doenças relacionadas à ingestão excessiva de açúcar e gordura, outros não veem a hora de apreciar um pedaço de chocolate, visando suas propriedades antioxidantes e promotoras de bem-estar. Mas, afinal, o chocolate traz benefícios ou malefícios para a saúde?

De acordo com a angiologista Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a resposta para essa pergunta depende de uma série de fatores. “O chocolate pode, sim, ser uma boa opção desde que você saiba consumi-lo corretamente. O ovo de páscoa pode ter vários componentes, como cacau, açúcar, gorduras e até oleaginosas, e a concentração de cada um desses ingredientes é o que vai determinar o benefício ou malefício para o consumo”, explica a médica. Para entender melhor, confira abaixo a diferença entre cada tipo de chocolate:

Chocolate amargo — Para quem quer se manter sem se privar de aproveitar uma das épocas mais deliciosas do ano, o melhor é optar por produtos que tragam, no mínimo, 65% de cacau e massa de cacau como primeiro item da lista de ingredientes que aparece, geralmente, na parte de trás da embalagem.

“O cacau é rico em polifenóis, substâncias que, se consumidas com frequência, possuem uma série de benefícios à saúde, incluindo poderosa ação antioxidante e preventiva da formação de radicais e efeito protetor contra os danos ao DNA das células. Além disso, o ingrediente possui propriedades analgésicas, antimicrobianas, anti-inflamatórias e anticarcinogênicas (previne o aparecimento de câncer)”, afirma a médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia Dra. Marcella Garcez.

Segundo a Dra. Aline, o chocolate amargo, por conta dos flavonoides presentes no cacau, ainda possui benefícios comprovados para a circulação, conferindo ação vasodilatadora, prevenindo a formação de placa de gordura dentro das artérias e controlando os níveis de colesterol no sangue.

Além disso, de acordo com a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o chocolate amargo não causa espinhas, ao contrário do que muitos acreditam. “Devido à alta concentração de cacau em sua fórmula, o chocolate amargo é, na verdade, um aliado da saúde da pele, pois suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias ajudam a conferir luminosidade e hidratação ao tecido cutâneo, além de auxiliarem na proteção aos danos dos raios UV, prevenirem rugas e combaterem os radicais livres”, destaca.

A Dra. Marcella Garcez ainda ressalta que o chocolate amargo é a melhor opção inclusive para crianças, que, apesar de serem resistentes às versões mais amargas devido ao paladar infantil, devem ser educadas desde pequenas a evitarem o excesso de açúcar na alimentação.

“Para quem não gosta do chocolate amargo, o chocolate meio amargo, com concentração de cacau de 40 a 50%, pode ser uma opção interessante e mais saborosa, pois, apesar de trazer mais açúcar que a versão amarga, também possui benefícios antioxidantes”, recomenda a Dra. Aline. Porém, antes de oferecer chocolate para crianças é importante lembrar que o cacau é contraindicado para crianças menores de 12 meses de idade e o Ministério da Saúde não recomenda o consumo de açúcar para crianças menores de dois anos.

Guia Páscoa saudável e divertida em casa – Para dar um toque de brincadeira durante a comemoração da Páscoa em tempos de isolamento social, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) elaborou o guia “Páscoa saudável e divertida em casa”. O material traz três brincadeiras temáticas fáceis de serem feitas dentro de casa e que promovem a união familiar. Mascote da SES, Sesin estará colorido e vestido de coelho da Páscoa. Os conteúdos são voltados para o público infantil e estarão compartilhados em suas redes sociais.

Entenda a diferença entre os chocolates

Chocolate ao leite — O chocolate ao leite, por sua vez, não possui quantidade significativa de cacau e, por isso, não traz benefícios à saúde. “Para que o chocolate ao leite mantenha os benefícios do cacau é necessário que seja composto por, no mínimo, 35% do ingrediente, possuindo, nesse caso, metade da capacidade antioxidante do chocolate amargo. O problema é que, segundo resolução da Anvisa, um chocolate brasileiro precisa conter apenas 25% de cacau para ser considerado chocolate, concentração abaixo da necessária para realmente conferir benefícios à saúde”, diz a Dra. Marcella.

Por conter grandes quantidades de açúcar e gordura em sua composição, o chocolate ao leite pode, na verdade, trazer malefícios à saúde quando consumido em excesso. “O açúcar está relacionado com a obesidade e com a diabetes mellitus. Estudos mais recentes vêm apontando o carboidrato como grande vilão também para o aumento de colesterol. A diabetes favorece o desenvolvimento de problemas arteriais, causando espessamento e acúmulo de placas de gordura dentro da parede das artérias, o que pode levar a seu entupimento.

Dependendo da artéria afetada, pode ocorrer um infarto, um derrame ou um problema de claudicação ­— quando se sente dificuldade de andar por falta de sangue nas pernas”, alerta a Dra. Aline. “Já a gordura também favorece o aumento do colesterol e pode levar a um processo de aterosclerose, condição caracterizada pela formação de placas de gordura na parede das artérias.”

Além disso, essa alta quantidade de gorduras e açúcares presentes no chocolate ao leite o tornam um alimento de alto índice glicêmico. “Muitos estudos sugerem que a alta carga glicêmica na dieta habitual está envolvida com a ocorrência e gravidade da acne vulgar em pacientes predispostos, na medida em que favorece o aumento da secreção sebácea e desenvolvimento de acne. A gordura e o leite presentes em chocolates podem colaborar também para o agravamento do quadro”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff.

Estudos realizados pela Universidade de Miller School of Medicine, em Miami (EUA), mostraram que as pessoas que comeram mais chocolate ao leite tiveram aumento de acne e da inflamação na pele. E o mesmo vale para o chocolate branco.

Chocolate branco — Por também favorecer a inflamação e o aumento da oleosidade da pele, o chocolate branco também deve ser evitado. “O chocolate branco é fabricado a partir da manteiga de cacau, sendo composto basicamente de gordura, açúcar, leite e aromatizantes. Por não ser feito com a massa de cacau, mas sim com a gordura da fruta, o chocolate branco não deveria nem ser considerado um chocolate, sendo, na verdade, apenas um doce”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez.

Dessa forma, é mais calórico e rico em gorduras, não possuindo funcionalidades e podendo causar danos à saúde. “Alguns chocolates brancos sequer têm algum resquício de cacau na composição, sendo produzidos apenas com óleos vegetais hidrogenados, cujo consumo resulta no aumento dos níveis do mau colesterol (LDL) e na redução do bom colesterol (HDL). Por isso, mesmo se você optar por esse tipo de ovo de páscoa, vale a pena dar uma olhada no rótulo”, destaca a angiologista Dra. Aline Lamaita. Por ser pró-inflamatório, o chocolate branco também pode retardar a circulação e colaborar para o aparecimento de doenças circulatórias.

Mas quem não abre mão do chocolate branco pode optar pelas versões sem açúcar para minimizar seus malefícios à saúde, sem esquecer que a guloseima ainda é rica em gorduras, podendo até mesmo trazer uma concentração maior de lipídios, para suprir a falta do açúcar. “Chocolates recheados e que trazem ingredientes que agregam ainda mais açúcar ao produto, como doce de leite e brigadeiro, também devem ser evitados”, recomenda a Dra. Marcella

Chocolate rosa — Para quem procura por alternativas mais saudáveis ao chocolate ao leite e branco, mas não aprecia o chocolate amargo, vale a pena apostar no chocolate rosa, que tem se tornado tendência na internet e nas prateleiras dos mercados. Feito a partir da semente do cacau rubi, esse chocolate distingue-se dos demais devido a sua coloração rosada natural, não possuindo corantes artificiais em sua composição.

“Sendo geralmente mais caro que o chocolate amargo, o chocolate rosa se destaca pelo seu sabor diferenciado, sendo mais cremoso, frutado e adocicado, com um leve toque cítrico. Além disso, o chocolate feito a partir do cacau rubi possui uma quantidade maior de polifenóis do que o chocolate convencional, pois os flavonóis presentes no ingrediente são mantidos até o produto final devido ao processo de fermentação especial pelo qual as sementes passam para que não percam o sabor e a coloração natural”, explica a Dra. Marcella. Pela maior quantidade de polifenóis, o chocolate rosa mostra-se uma boa opção para quem quer manter a saúde na páscoa, desde que não seja muito rico em açúcar e gorduras.

Chocolate com oleoginosas — Outra opção saudável para substituir o chocolate ao leite e branco é o chocolate amargo combinado com oleaginosas, como avelã, noz e amendoim. “Apesar de serem calóricas, as oleaginosas adicionam nutrientes ao produto, como o ômega-3, que ajuda no controle do colesterol, possui propriedades anti-inflamatórias, melhora a circulação e o desempenho cognitivo”, afirma a nutróloga. Porém, a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff ressalta que pacientes de pele oleosa devem evitar esse tipo de chocolate, pois as oleaginosas podem estimular a produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas e, consequentemente, favorecer o aparecimento de cravos e espinhas.

Mas atenção! Mesmo que você opte pelo chocolate amargo é importante tomar cuidado com o consumo excessivo, pois, independentemente da concentração de cacau, o chocolate ainda tem açúcar e gorduras saturadas. “Existem, claro, as opções sem açúcar, adoçadas com edulcorantes, sendo assim ideais para pessoas que sofrem com diabetes ou estão em dieta de emagrecimento. Porém, o consumo desse tipo de chocolate também não deve ser indiscriminado, já que ainda contém calorias e gorduras”, ressalta a Dra. Marcella.

No final das contas, é importante controlar o consumo diário. O ideal é consumir de 25g a 50g de chocolate por dia, dando preferência às opções com maior concentração de cacau, como o chocolate amargo e o chocolate rosa. “Ou seja, um ovo de 200g de chocolate deve ser consumido, em média, em uma semana”, recomenda a Dra. Paola. Seguindo essas dicas, a guloseima pode ser consumida sem culpa, não havendo necessidade de estratégias para inibir o apetite antes do consumo ou para diminuir o índice glicêmico do alimento. “Isso porque, no geral, o chocolate possui baixo índice glicêmico e, se composto por mais de 65% de cacau, também é um alimento funcional, possuindo índice glicêmico ainda mais baixo”, finaliza a Dra. Marcella Garcez.

Nutricionista dá dica de bolo de chocolate saudável

A nutricionista Renata Pigliasco afirma que é bom não estimular as crianças a ingerir calorias vazias ou excesso de açúcar que podem gerar problemas de saúde na infância ou quando adulto como disbiose, diabetes, aumento de peso. Ela deu uma dica de bolo de chocolate saudável que pode levar diversão ao dia de festa com as crianças participando do preparo do prato.

“Na Páscoa,esse bolo é uma ótima opção para ser feita para as crianças pois assim elas irão aprender a comer alimentos  saudáveis com o paladar menos doce e delicioso .Para os adultos também é uma forma de saciar aquela vontade por um docinho de forma saudável. O que vale é ter chocolate na mesa, para uma Páscoa em família saudável e gostosa”, disse a nutricionista.

Ingredientes
250g de chocolate 70%
200g de farinha de amêndoa ou castanha
130g de eritritol
30g de manteiga ghee
4 ovos
1 col sopa de fermentoModo de preparoDerreta o chocolate com a manteiga ghee. Bata as claras em neve.
Na batedeira ou  mix manual bata a gema com eritritol.
Misture levemente o chocolate derretido com a farinha de amêndoa. Depois de virar uma massa homogenia acrescente a gema batida com o eritritol. Mexa até ficar bem misturado e coloque em 3 etapas as claras em neve e o fermento.Unte a forma com manteiga ghee ou oleo de coco. Pré aqueça o forno. Coloque a massa na forma e deixe por 20 min.
Ganache:
Derreta 200g de chocolate 70% ou 50%
100ml de leite de coco ou amêndoa
Derreta no fogo e coloque por cima do bolo
Com Assessorias

 

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