Plástica social: estética e reparadora com equipe do curso de Ivo Pitanguy

Transferido da Santa Casa para Hospital da Gamboa em 2014, serviço faz até 70 cirurgias/mês. Reparadora é feita de graça e estética sai pela metade do preço

Alunos de curso criado por Ivo Pintanguy fazem mutirão de cirurgias M[edicos graduados no curso criado por Ivo Pitanuy prestam atendimento social no Hospital da Gamboa (Foto: Divulgação)
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Um serviço de excelência em cirurgia plástica a custo zero ou pela metade do preço. É o que mostramos hoje na série especial sobre consultas populares que ViDA & Ação iniciado esta semana. O projeto foi criado na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro por Ivo Pitanguy – o mais famoso cirurgião brasileiro, falecido em 2016 – para atender, principalmente, pessoas de baixa renda, com a necessidade de realizar cirurgias reparadoras. O custo das  cirurgias estéticas é 50% inferior ao praticado no mercado e as reparadoras são 100% gratuitas.

Mesmo após a interdição da Santa Casa em 2013 pela Vigilância Sanitária, o serviço manteve o atendimento prestado. De acordo com os responsáveis pelo serviço, a Enfermaria do 38º andar –  local onde por muitos anos o renomado médico conduziu o serviço social de cirurgias plásticas – possui as condições necessárias para continuar realizando a triagem e os procedimentos pós-operatórios.

Em 2014, porém, as cirurgias reparadoras – realizadas em pacientes com problemas genéticos, vítimas de acidentes, queimaduras e outros -, assim como as cirurgias estéticas (abdominoplastia, face, mamas e retirada de excesso de pele) passaram a ser realizadas no Hospital da Gamboa, no Santo Cristo. Desde a mudança, a equipe médica também passou a atender à comunidade da região. São feitos em média 400 atendimentos por mês e realizadas entre 60 e 70 cirurgias.

A fila de inscritos é de aproximadamente três mil pessoas, sendo que 70% dos casos são para daquele que buscam por cirurgia reparadora. O serviço poderia ter uma abrangência ainda maior se tivesse mais visibilidade”, afirma Francesco Mazzarone, que é coordenador do Serviço de Cirurgia da Santa Casa e do curso de pós-graduação.

Ele explica que as cirurgias reparadoras não têm custo algum para o paciente, nem mesmo as consultas são pagas. O material cirúrgico, anestesia, medicamentos, curativos e tudo mais que é necessário são custeados por meio dos recursos obtidos pelos tratamentos estéticos.

Já a consulta para cirurgia estética é fixada em R$ 70. O custo do tratamento depende do tipo de operação e condições clinicas do paciente. Contudo, em média, o investimento final é 50% menor do que é praticado no mercado por cirurgiões gabaritados.

Desde a interdição da Santa Casa, houve uma queda significativa, da ordem de 70%, na procura por intervenções estéticas. Com a morte do professor Pitanguy, a procura caiu mais 50%.  Por isto, é importante que as pessoas saibam que o serviço continua vivo, graças ao esforço de professores e dos alunos dispostos a manter o legado do Pitanguy”, afirma Francesco.

Equipe formada por graduados e acadêmicos

Durante os últimos dez anos, o Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Misericórdia ajudou a escrever histórias emocionantes de gente que recuperou a autoestima, de acidentados que puderam ter uma qualidade de vida melhor, de pessoas que resgatam dia a dia suas identidades.

O legado do Pitanguy se faz presente também na trajetória dos pós-graduandos. Tem gente de todas as partes do Brasil e do mundo. O corpo clínico, responsável pelo paciente desde o acompanhamento psicológico, pré-operatório, pela cirurgia e atendimento pós-operatório, é formado por cirurgiões plásticos já graduados e que cursam o último ano do curso de pós-graduação, também criado por Pitanguy em 1953. A pós-graduação é uma das mais reconhecidas do mundo.

“Mesmo sendo cirurgiões graduados e cursando o último ano da pós-graduação, os médicos só operam com a supervisão de um dos professores do curso. Esses docentes trabalham voluntariamente nessa função de supervisionar os alunos durante as intervenções”, explica o coordenador do Serviço.

Pós-graduação já formou 550 alunos de mais de 40 países

Criada e chancelada por Ivo Pitanguy, a pós-graduação é um curso da grade do Departamento de Cirurgia Plástica da PUC-RJ e do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas e já formou cerca de 550 alunos de mais de 40 países.

O curso, que conta com 25 professores, e o Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa são coordenados pelo professor Francesco Mazzarone. Ele recebeu a missão do próprio Pitanguy em vida. Mazzarone trabalhou por 10 anos como braço direito do médico, “bebendo direto da fonte” de seus conhecimentos.

O atendimento é feito por ordem de chegada, às terças-feiras e quintas-feiras, das 8h às 12h na Santa Casa de Misericórdia – Rua Santa Luzia, 206 – Enfermaria 38º andar. Os telefones são (21) 2532-3092, 2532-4455 e 2220-7661.

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