Medo da Covid-19 leva solteiros a reatar relacionamentos antigos

No Dia do Solteiro, especialista diz que resgatar relacionamentos antigos pode ser solução para encarar a longa pandemia. Pesquisa em app mostra como os solteiros estão “se virando”

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Todo mundo já perdeu as contas de quantos dias estamos em quarentena. Tudo bem que em muitos lugares do país o isolamento social já afrouxou ou nem existiu. Não há dúvidas que as medidas de distanciamento social, adotadas desde meados de março deste ano, promoveram alterações no convívio entre as pessoas. Mas o fato é que muita gente permaneceu dentro de casa e tem apelado para as lives e uma infinidade de conteúdo de sites e aplicativos quando o assunto é afeto ou sexo.

Mesmo com a possibilidade de conexões pelas redes sociais, video-chamadas ou envio de fotos – os famosos ‘nudes’ – , muitos sentem falta do contato físico. E para quem já andava solteiro, a quarentena acentuou ainda mais a solidão e levou mais pessoas a repensarem na ideia de buscar um companheiro/a.

Mas como, nesses tempos de distanciamento social em que, até para paquerar, ficou mais difícil, mesmo com ajuda dos aplicativos de namoro? O fato é que a vida sexual de boa parte dos solteiros – que já não era lá essas coisas nesses tempos de relacionamentos tão efêmeros – despencou ou foi a zero. A saída, para muitos, é reatar com antigos relacionamentos.

O Instituto Francês de Opinião Pública divulgou no dia 3 de agosto uma pesquisa sobre as consequências da Covid-19 na vida sexual dos solteiros na França.  Entre os entrevistados solteiros, 29% tiveram ao menos uma relação sexual nos meses seguintes ao lockdown na França. Para 25%, o ato ocorreu com uma pessoa conhecida, seja ex-namorados ou parceiros ocasionais.  Apenas 5% e 6% tiveram uma relação sexual com alguém que conheceram depois de 11 de maio – quando as medidas de distanciamento social começaram a ser relaxadas na França.

Aqui no Brasil não há dados sobre esse comportamento dos solteiros. Mas para tentar amenizar a solidão sentida, muitas pessoas estão optando por reatar relacionamentos amorosos antigos pelo simples fato de já conhecerem o parceiro/a. É o que analisa uma psicóloga especializada em relacionamentos neste Dia do Solteiro (15 de agosto).  

Se o desejo é apenas para não estar sozinho durante o isolamento, têm grandes chances de quando tudo ‘normalizar’, essa pessoa até terminar, já que o ato de reatar não foi pelo valor da relação em si, e sim pela facilidade”, afirma Amanda Fitas. Ela é escritora e palestrante com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais e autora de três livros de relacionamentos que já ultrapassam 10 mil cópias vendidas.

A especialista em relacionamento conta que recebeu muitas mensagens de pessoas falando que haviam terminado, e revelando que pensavam em voltar com o ex, já que na pandemia não poderiam sair. A linha dos pensamentos eram ‘por que não arriscar?’. Amanda não é nem a favor e nem contra. “Se a volta for alinhada com um amadurecimento dos dois, é uma boa opção. Mas se for apenas para não estar sozinho, a chance de término bem próximo é quase que certeza”, afirma.

Amanda Fitas é autora de três livros sobre relacionamentos (Foto: Divulgação)

AMIZADE COLORIDA

Com o isolamento também surgiram muitas pessoas querendo mergulhar no status da ‘amizade colorida’. A psicóloga acredita que quando são amigos e estão de comum acordo, os dois querem curtir e/ou os dois querem algo sério, a chance de rompimentos da amizade é menor. Porém, se as vontades e desejos estiverem desalinhados, pode acontecer sim de a relação chegar ao fim, tanto da amizade como amorosa.  

O medo da solidão é muito comum, muitas pessoas acreditam que elas vão morrer sozinha e carregam uma dor muito grande. Principalmente para aquelas que tem um ‘modelo de vida’ em que ela se sentiria mais completa com uma família, com um casamento”, comenta Amanda Fitas.

AUMENTA DE CONTAS EM APLICATIVOS

A demanda de novas contas em aplicativos de relacionamentos também cresceu. Amanda acredita que as conversas são uma maneira de terem um contato, pois muitas não prefeririam marcar encontros, até por não terem muitas opções de lugares e também não se sentiram confortáveis.

 As pessoas veem nesses aplicativos uma chance de conversa, de conhecer pessoas novas, já que as saídas físicas não estão mais acontecendo. Muitos recorreram para esses sistemas para terem essas ‘trocas’”, finaliza a psicóloga.

Nas obras ‘Amores Saudáveis’, ‘Textos Obrigatórios Para Você Se Relacionar Melhor’ e ‘Aprenda a ser mais interessante’, Amanda ajuda as pessoas a encontrarem a leveza nas relações e o equilíbrio necessário para desenvolver o amor próprio, a autoestima e autoconfiança, em vários campos da vida. Suas mensagens são simples, diretas e atraentes para todos os públicos.

Pesquisa revela como os solteiros estão se virando na quarentena

Para saber como os solteiros estão “se virando’ sem poder se encontrar, o Sexlog.Com lançou uma pesquisa com seus mais de 13,2 milhões de cadastrados. Entre muitos detalhes revelados sobre a rotina, às vezes tediosa da quarentena, a pesquisa concluiu que ninguém aguenta mais. A saudade dos encontros, festas e baladas já bate forte.

Entre os mais de 31 mil solteiros que responderam à pesquisa da plataforma, 34,9% responderam que sexo com mais duas pessoas é a primeira coisa que farão quando essa fase acabar. Aparentemente, ver os amigos também é uma das prioridades, já que 29,2% optaram por essa resposta. Apenas 8,4% garantiram que estão felizes como estão e vão permanecer em casa.

Do total de respondentes, 27,5% disseram estar “de boa” na quarentena, conseguindo lidar com a situação. Outros 14,5% estão entediados e 25,1% contam que estão ‘subindo pelas paredes’ sem poder sair. No entanto, 19,1% dos solteiros disseram que têm ignorado a quarentena enquanto 13,8% alegaram que estão “mais na seca que o deserto”. 

Na pesquisa realizada pelo Sexlog, 55,1% dos solteiros confessaram que se masturbam todos os dias. Enquanto para 24,1% a prática acontece duas vezes por semana. Embora seja uma porcentagem pequena, 9,2% disseram que a pandemia afetou até nos hábitos de prazer consigo mesmo e que nem a masturbação eles têm conseguido mais. 

Embora haja muitas trocas de nudes e mensagens na plataforma, ainda tem muita gente com vergonha de fazer lives. No entanto, 49,8% dos solteiros disseram que estão pensando em se exibir ao vivo pela primeira vez. Outros 34,7% alegaram que não fazem por sentirem vergonha, 5,5% já fizeram pelo menos uma vez e 10% se exibem em frente às câmeras mais de uma vez.

Enquanto não há vacina, nem previsão de quando tudo voltará ao normal, o jeito é se adaptar. Em três meses, o site recebeu mais de 600 mil novos cadastros. “As pessoas precisam de uma válvula de escape! Diante de tanta incerteza é interessante que as pessoas procurem meios de manter a sua saúde mental em dia e o sexo tem um papel importante nisso. Escolher um lugar seguro para curtir nudes pode ser fundamental!”, diz a diretora de comunicação do site, Mayumi Sato.

Com Assessorias

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