Como aliviar o inchaço das pernas, corpo e rosto no verão

Dermatologista, fisioterapeuta e profissional de Educação Física dão dicas do que fazer para lidar com a retenção hídrica, o popular inchaço

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Quer coisa mais desconfortável do que o inchaço? O vestidinho, que estava perfeito até a semana passada, não fecha mais; do nada, aparecem bolsas ao redor dos olhos; o tornozelo fica dolorido… Inchaços do corpo ou no rosto, sobretudo ao acordar, são queixas recorrentes de muitas pessoas e costumam se intensificar no período de altas temperaturas – quando a gente geralmente mais expõe o corpo.
Um dos fatores comuns é o clima ou exposição a fontes de calor. No verão, um dos principais problemas enfrentados pela população é o inchaço das pernas. Ele ocorre por diversas situações frequentes durante a estação mais esperada do ano, dentre elas, a exposição ao sol, imobilização prolongada durante as viagens e maus hábitos de saúde e alimentares.
Viviana Piccinini, fisioterapeuta estética (Foto: Divulgação)
De acordo com a fisioterapeuta estética Viviana Piccinini, de São Paulo, o problema piora durante o verão porque os vasos sanguíneos dilatam e a circulação fica mais devagar – parte da água que compõe o sangue escapa e fica alojada sob a pele, dando origem ao edema.
A dermatologista Fabiana Seidl, do Rio de Janeiro, explica que, quando ficamos expostos a temperaturas mais altas, os nossos vasos sanguíneos dilatam numa tentativa de regular a temperatura corporal. “Isso faz com que uma quantidade maior de líquidos saia de dentro do vaso para os tecidos, levando ao inchaço (edema)”, explica ela.
A localização do edema depende do momento do dia. “Normalmente no final do dia, pela própria ação da gravidade, o inchaço tende a acumular mais nas pernas e nos pés. Ao acordar o inchaço é mais evidente no rosto, principalmente nas pálpebras”, detalha a especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
É importante ressaltar que o edema pode ser sinal de alguma doença mais séria. Fabiana Seidl explica que é fundamental buscar orientação médica. “Edema pode ser sinal de insuficiência cardíaca, insuficiência renal, cirrose hepática e hipotireoidismo. É muito importante procurar atendimento médico caso o inchaço seja muito grande, fugindo do padrão habitual”, alerta a dermatologista.

Cirurgião vascular explica o problema

O corpo humano possui um complexo sistema circulatório, que permite que componentes vitais como o sangue, a linfa – substância presente em todo o corpo – e o plasma sanguíneo, que contém oxigênio, proteínas, glicose e glóbulos brancos, se espalhem por todo o corpo. Porém, no retorno ao coração, elas fluem em um sentido contra a gravidade, de baixo para cima, tornando a atividade mais difícil, pois, o líquido por si não consegue subir espontaneamente. Por isso, é muito essencial que a circulação sanguínea esteja funcionando perfeitamente, para evitar o acúmulo de líquidos nas pernas e pés, causando inchaços.

 “Para que o retorno do sangue venoso e da linfa aconteça de forma eficiente, é necessário que a musculatura da panturrilha funcione bem e esteja em atividade. Então, quando ficamos muito tempo parados na mesma posição, seja sentado ou de pé, sem movimentá-la, dificultamos o retorno da circulação veno-linfática”, explica o cirurgião vascular Bruno de Lima Naves,  presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

Ainda, o calor dilata as veias, o que faz aumentar a pressão que o vaso precisa aplicar para devolver o sangue para o coração. Já quando há contato direto do sol nas pernas, o problema intensifica-se, pois existe um retardo temporário da função dos vasos linfáticos. Esse conjunto de situações pré-dispõe o indivíduo ao chamado edema (inchaço) venoso e linfático. “Em relação à dieta, o excesso de sal e comidas muito gordurosas ajudam a reter líquido e predispor ao edema”, complementa Dr. Naves.

É muito preciso ressaltar que inchaços recorrentes também podem indicar doenças vasculares, como varizes e linfedemas. Por isso, é extremamente importante a avaliação de um angiologista ou cirurgião vascular para realizar uma análise mais profunda de cada caso.

Medidas simples ajudam a combater o inchaço

A boa notícia é que dá para combater a retenção hídrica e melhorar o inchaço, sobretudo nos dias mais quentes, com algumas medidas simples, que podem ser adotadas no dia a dia, como evitar imobilizações prolongadas no decorrer do dia.

“Evitar alimentos e bebidas com muito sódio como os refrigerantes; praticar exercícios físicos, que ajudam a melhorar a circulação sanguínea; ingerir água é fundamental para regular a temperatura corporal e a quantidade de líquido no corpo; drenagem linfática para auxiliar na eliminação do excesso de líquidos nos tecidos corporais e o uso de meias elásticas de forma correta e orientada pelo médico”, explica Fabiana Seidl.

Bruno de Lima Naves recomenda que a cada 50 minutos parado, a pessoa tire dez minutos para exercitar as pernas e ao menos 30 minutos de atividades físicas diárias.  Outras dicas são diminuir o consumo de sal e comidas gordurosas durante o verão; elevar as pernas por ao menos 15 minutos, três vezes ao dia. “Se possível, realizar uma compressa fria nos membros inferiores durante o processo. A dica é ótima para quem chegou de viagens longas e exaustivas”, afirma o cirurgião vascular.
1. Drenagem linfática, clássico que funciona
Quando o objetivo é desinchar, essa massagem continua insubstituível: estimula a cadeia de gânglios linfáticos para que a circulação não fique congestionada e, assim, ajuda o organismo na liberação natural de toxinas e líquidos.

Viviana explica que o segredo está em fazê-la da forma correta, com movimentos delicados. Drenagem linfática não pode deixar hematomas! “Deve ser uma massagem leve sempre no sentido para o centro do corpo”, completa a fisioterapeuta estética Viviana Piccinini, que recomenda procurar um profissional qualificado e ficar atento à sutileza dos movimentos.

2. Hidrate-se bem para desinchar
Parece um contrassenso, mas a água diminui a densidade do sangue, combatendo a retenção, e desintoxica. Vale ressaltar: bebidas alcoólicas não contam, nem mesmo a cervejinha gelada. Precisa ser água mineral, água de coco, sucos naturais… ou seja, líquidos que reponham sais minerais e atuam no bom funcionamento do organismo.
3. Prefira os ‘alimentos do bem’

Frutas e legumes ricos em água como a melancia, melão, abacaxi, morango, kiwi, pepino, aipo e chuchu, hidratam, melhoram a diurese e ajudam repor nutrientes. Eles devem fazer parte de uma dieta com carbos, proteínas e gordura do bem. Inclua saladas com verduras, legumes, proteínas e porções de frutas na dieta. São escolhas inteligentes, capazes de fornecer energia e garantir o pique, agregando nutrientes de qualidade.

4. Evite os inimigos declarados

Alimentos ricos em sódio e muito condimentados pioram a retenção líquida, assim como o álcool. Portanto, devem ser evitados.

5. Mexa-se -exercício é fundamental!
Vanessa Furstenberger, profissional de Educação Física (Foto: Divulgação)
A prática regular de exercício físico melhora a circulação e ajuda a diminuir a retenção líquida. Vanessa Furstenberger, profissional de Educação Física, explica que o exercício melhora a circulação linfática, melhora o retorno venoso e ajuda a eliminar o líquido extracelular. As atividades mais recomendadas são as clássicas caminhada, corrida, natação, hidroginástica e musculação.
6. Drenagem facial funciona
Podemos fazer drenagens faciais, aplicar compressas geladas e usar os rolinhos de jade ou qualquer roller que esteja geladinho (recomendo deixar na geladeira). A temperatura mais fria promove vasoconstrição e ajuda a diminuir o inchaço e os movimentos vão auxiliar na eliminação do líquido em excesso pelo sistema linfático”, destaca a Dra Fabiana.
Com Assessorias
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