Pressão alta não tem cura, mas tem controle

A doença atinge cerca de 32,5 % do total da população brasileira (36 milhões de pessoas), sendo metade idosa. Especialistas dão dicas para prevenir e tratar

pressão alta
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De acordo com o Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros é hipertenso. A doença mata 300 mil brasileiros anualmente, o que representa 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada dois minutos. Apesar de o hipertenso não ter um perfil exato, sabe-se que atinge mais pessoas com idade avançada.

Estima-se que 32,5% da população brasileira adulta convivam com esse mal, chegando a mais de 50% na faixa etária acima dos 60 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão. São 36 milhões de pessoas”

Não é possível saber a sua causa, mas na maioria das vezes influenciam fatores como hereditariedade (predisposição familiar), obesidade, tabagismo, estresse, sedentarismo e colesterol alto. Outro risco é o grande consumo de sal. Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sódio todos os dias. É quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é menos de cinco gramas por dia.

hipertensão arterial é uma doença silenciosa, pois não causa sintomas e é progressiva. Não tem cura, mas pode ser controlada e suas consequências mais graves, evitadas. Além disso, tanto para tratamento pós-diagnóstico como para prevenir a doença, é importante mudanças de hábitos e estilo de vida. O excesso de peso também é um fator de risco importante.

Como a pressão eleva

Conhecida popularmente como “pressão alta”, a doença crônica é determinada pelos níveis elevados da pressão sanguínea no corpo, igual ou maior que 12 por 8. De acordo com o professor Elia Ascer, cardiologista do aplicativo Docway, a pressão do corpo pode elevar por inúmeros motivos, mas o principal deles é a contração dos vasos por onde o sangue circula.

Vamos pensar no coração e os vasos como uma torneira ligada a várias mangueiras circulando o sangue. Se fecharmos a ponta dessas mangueiras a pressão dentro delas vai aumentar. Acontece a mesma coisa quando o coração vai bombear o sangue para o corpo e as veias estão estreitas. A pressão aumenta”, explica.

Histórico familiar, obesidade e excesso de sal

Ainda segundo o médico, se não tratada a hipertensão pode ter consequências graves como insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica, AVC isquêmico e hemorrágico, dentre outras. “Essa pressão elevada acaba atacando os vasos, coração, rins e cérebro, que são recobertos por uma camada muito fina e delicada, que acaba sendo machucada. Com o tempo, esses vasos vão ficando endurecidos e ainda mais estreitos e podem entupir e romper”, complementa.

Obesidade, histórico familiar, sedentarismo, consumo excessivo de sal, abuso de álcool, e estresse são algumas das causas da doença que pode levar a um enfarto, derrame cerebral e insuficiência renal se não tratada. “A enfermidade ataca em qualquer idade e não faz distinção de sexo”, ressalta a a enfermeira Grazia Guerra, coordenadora da campanha Meça sua Pressão.

Maioria dos casos não apresenta sintomas

A cardiologista Carmen Weigert, do Hospital Cardiológico Costantini, que a maioria dos hipertensos são assintomáticos. “Mas quando um indivíduo apresenta uma hipertensão grave, prolongada ou não controlada pode apresentar dores de cabeça, dispneia (falta de ar), agitação, náuseas e vômitos e visão turva”, esclarece.

A médica recomenda uma monitorização regular dos níveis de pressão arterial, que deve ser mantida abaixo de 140/90 mmHg – 14 por 9. “Fazemos o cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea), que é como identificamos a obesidade, mas ressalto que é preciso mudar os hábitos para não correr o risco de sofrer de hipertensão”, afirma.

Doença pode ser controlada

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, lembrado nesta quinta-feira (26 de abril),  especialistas alertam que a doença não tem cura para a maioria dos pacientes, mas pode ser controlada com cuidados específicos. Em poucos pacientes, um entupimento de uma artéria do rim ou alguma doença sistêmica pode ocasionar a hipertensão e o tratamento pode normalizar a pressão elevada.

O médico determinará o melhor método para cada paciente. Se não tratada, a pressão alta pode causar derrames cerebrais, doenças do coração (como infarto e insuficiência cardíaca), angina (dor no peito), insuficiência renal (paralisação dos rins) ou alterações visuais que podem levar à cegueira”, explica a cardiologista Carmen Weigert.

Cuidados com alimentação e evitar o álcool

Para evitar a hipertensão ou para controlá-la, é preciso abandonar o cigarro, praticar atividade física, controlar o estresse e diminuir a ingestão de sal.  Além disso, tanto para tratamento pós-diagnóstico como para prevenir a doença, é importante mudanças de hábitos e estilo de vida.

“Se você é hipertenso, é importante reduzir o consumo de sal no dia a dia, assim como eliminar o consumo de álcool e cigarro. É fundamental, também, controlar a gordura no sangue mantendo uma alimentação saudável. Para completar, a prática de atividades físicas é importantíssima”, completa  Dr. Ascer.

A Dra Carmen listou algumas dicas:

  • Evite açúcares e doces, carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados e processados, como embutidos, enlatados, conservas e defumados.
  • Prefira alimentos cozidos ou assados e evitar frituras. Usar temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola e dar preferência a produtos lácteos desnatados.
  • É importante diminuir a quantidade de sal da comida, usar no máximo uma colher de chá de sal para toda a alimentação do dia”, recomenda Carmen.
  • Reduza o consumo de bebidas alcoólicas, assim como a suspensão do tabagismo.
  • É recomendável a prática de atividade física, com acompanhamento profissional, no mínimo cinco vezes na semana.

8 informações importantes sobre hipertensão

 

O médico clínico Marcelo Caldeira, do Centro de Infusões e Terapias – unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro, listou 10 informações importantes sobre o tema. Confira:

  1. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica de origem multifatorial, isto é, tem múltiplas origens determinantes, tais como, estilo de vida sedentário, consumo excessivo de álcool, predisposição familiar, sexo e etnia, entre outras.
  2. A doença é silenciosa,  assintomática e, se não tratada, pode gerar pode gerar outras graves doenças como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral.
  3. A hipertensão caracteriza-se clinicamente por uma elevação sustentada dos níveis de pressão arterial igual ou acima de 140 e/ou 90 mmHg. Em geral, é assintomática em seu início e causa, ao longo do tempo, danos severos nas paredes dos vasos sanguíneos de todos os calibres, comprometendo de gravemente a circulação.
  4. As lesões nos chamados órgãos alvo (coração, vasos sanguíneos, rim e cérebro) evoluem, frequentemente, produzindo sintomas exuberantes de comprometimentos destes órgãos quando já em estado avançado e grave.
  5. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), Acidente Vascular Cerebral (AVC), mais conhecido como derrame cerebral, e Insuficiência Renal (IR) são causados pela destruição das artérias decorrente da hipertensão arterial inadequadamente controlada.
  6. A HAS contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular. Diferentemente da crença de popular, sintomas como dor de cabeça e tonturas não representam necessariamente pressão elevada.
  7. Manter uma rotina regular de exercícios físicos, a redução do peso corporal, uma dieta equilibrada – com reduzida ingestão de sal –, diminuir o consumo de álcool e realizar atividades de lazer para aliviar o estresse emocional, além de cessar tabagismo, são fundamentais como medidas não farmacológicas de tratamento e a prevenção da HAS.
  8. Pacientes hipertensos requerem tratamento com abordagens não farmacológicas e medicamentos específicos, uma vez que apresentam frequentemente outras doenças associadas, como o diabetes e dislipidemias (colesterol e/ou triglicerídios elevados) e, por isso, precisam de cuidados médicos personalizados.

Os principais fatores de risco

  • Idade – está associada diretamente ao envelhecimento, porém não poupa indivíduos mais jovens;
  • Sexo (acomete mais homens que mulheres) e etnia (mais frequente entre os afrodescendentes);
  • Excesso de peso e obesidade;
  • Ingestão de sal (consumo recomendado 2g/dia);
  • Ingestão de álcool;
  • Sedentarismo;
  • Genética

Campanha Meça sua Pressão

Durante o mês de maio, dedicado mundialmente à conscientização sobre a Hipertensão Arterial (o dia mundial é lembrado em 17 de maio) a campanha Meça sua Pressão, da Sociedade Brasileira de Hipertensão(SBH), traz a apresentadora Ana Maria Braga e a atriz Marisa Orth como embaixadora e madrinha, respectivamente.  Em todo o mundo, a campanha pretende realizar medidas de pressão arterial em cerca de 25 milhões de pessoas

Da Redação, com assessorias

 

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